Por Danilo Oliveira

A atual situação dos estaleiros de grande e médio porte tem dado ao setor a perspectiva de redução cada vez maior do número de encomendas. Sem novas contratações previstas a partir do ano que vem, grande parte deles está voltada para manutenção de embarcações e uso das instalações como base de apoio logístico e offshore. Um levantamento do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) aponta que 12 de seus 28 estaleiros associados não estão operando.

O Estaleiro Atlântico Sul (PE), que tem quatro navios em carteira, deve entregar o último da série de cinco petroleiros Aframax encomendados pela Transpetro em meados de 2019. O Vard Promar (PE) está com um gaseiro em construção e a construção de um PLSV para DOFCON, joint-venture entre a DOF e a Technip.

O BrasFels (RJ), que está finalizando a integração da P-69, pode ficar sem novos projetos após a entrega da plataforma. O Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) realiza a integração dos módulos da P-68. O Estaleiro Mauá (RJ) segue com reparos de pequenas embarcações e tem seu cais e carreira ocupados por casco de navios da Transpetro que tiveram contratos cancelados.

O QGI e o EBR, ambos no Rio Grande do Sul, estão sem atividades. Os estaleiros Rio Grande (ERG), também no Rio Grande do Sul, e Eisa (RJ) seguem em processo de recuperação judicial. Enquanto não fecham novos negócios, estaleiros como Enseada (BA) e Brasa (RJ) estão oferecendo as instalações como base de apoio, já que possuem autorizações de terminais de uso privado.

No grupo de estaleiros voltados para embarcações de médio porte, estão sem atividades de construção naval estaleiros como: Arpoador (SP), ETP (RJ), Naproservice (RJ), Rionave (RJ) e Sermetal (RJ). Outros como Aliança (RJ) e Wilson Sons (SP) fazem manutenções de embarcações de seus grupos controladores. Estas duas empresas ainda possuem embarcações em suas carteiras de construção. Em Santa Catarina, o Intecnial foi outra empresa do setor a entrar em recuperação judicial.

Entre os estaleiros militares, a Itaguaí Construções Navais (ICN) está construindo cinco submarinos, sendo quatro convencionais (propulsão diesel-elétrica) e um de populsão nuclear. O Arsenal de Marinha (RJ) realiza a manutenção e reparos de navios da própria força naval. Os números constam agenda do Sinaval para as eleições deste ano, cujo documento será entregue aos candidatos que concorrerão à presidência da república. (Clique aqui para conferir as propostas na íntegra)

Nos bastidores, o Sinaval tenta novos incentivos para que os estaleiros consigam oportunidades de negócios o quanto antes. “Vamos ver essa indústria reduzida a quase nada se não houver mudanças de rumo”, disse o vice-presidente executivo do Sinaval, Ivan Fonseca, durante painel na Rio International Defense Exhibition (Ridex 2018), nesta sexta-feira (29), no Rio de Janeiro. Na ocasião, ele acrescentou que a construção naval brasileira não conseguirá ser competitiva em termos de preços se o governo não mudar seu sistema tributário. Fonseca defendeu que sejam adotados índices de conteúdo local que de fato deem condições para construção de novas unidades de produção de petróleo no Brasil.

FONTE: Portos e Navios

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carvalho2008

a falta de politica deste setor é estarrecedora.

a nica coisa que fizeram e de forma exgerada, foi aquela relativo a conteudo nacional nas encomendas do pre sal Petrobras.

Não precisariam ter feito isto, embora um grau minimo de conteudo nacional tenha sentido.

EUA tem 40% do seu mercado de frete de cabotagem protegido para armadores nacionais….o Brasil não…..

Danilo José

Pois é a ingerência é grande, e olha que a construção naval tem capacidade de gerar muitos empregos e ajudar o Brasil avançar mas o Brasil não se ajuda a se ajudar.

Roberto Lobo

A unica coisa que o governo tem que fazer é criar uma carga tributária plausível, para que estes estaleiros possam competir internacionalmente com os Chineses, Sul Coreanos e outros. Porém muitos deste mesmos estaleiros, estão viciados em viver da maquina publica.

Flávio Henrique

Não só isso: o sistema econômico no brasil só é bom para os banco e os mesmo elevam o “Custo Brasil” já que o “lucro real” (taxa de retorno) deverá ser +/= a maior taxa de juros no mercado. Ou seja >/= a 14%. Isso que dizer ficar difícil competir, já que as empresas de fora dificilmente precisão de + 5% de taxa de retorno.. O motivo das empresas escolherem um taxa maior que o juros é que para elas estabelecerem a margem de lucro ela leva em conta a maior taxa de juros do mercado ou seja para a… Read more »

Chagas

Junto com a Reforma da Previdência, Reforma Política, Reforma Fiscal o Brasil também precisa da Reforma Naval, estimulando a construção naval para uma navegação de cabotagem. Só com uma carteira de encomendas mista (Petróleo, mercante e militar) é que você consegue um fluxo constante de encomendas. Se não for assim, teremos sempre estaleiros demais para encomenda de menos.

Gilbert

Uma ótima oportunidade para o governo encomendar ao menos 6 OPVs classe Amazonas ou projeto da Emgepron depois que for definido o estaleiro que for produzir o CCTs. Distribuiria cada uma das 6 OPV para um estaleiro diferente. Quem sabe com um pouco mais do dinheiro do Fundo Mercante alem do aprovado, via medida provisória ou algo assim. Isso daria mais uns 2 anos de sobre vida para os estaleiros. Quem sabe a encomenda de mais 8 NPa-500T-BR a ser distribuído para o estaleiro pouco menor. Possivelmente um investimento a mais na ordem de 2 a 3 Bilhões de reais… Read more »

Rafael Oliveira

Se for encomendar algo, licita e contrata o estaleiro com melhor proposta. Ao vencedor, as batatas.
Isso de um navio para cada só serve para adiar a morte de todos, fora que sairia muito mais caro, dado o treinamento de 6 grupos de mão de obra, em vez de um só, e que todos os navios seriam feitos por “iniciantes”. Se um mesmo grupo faz o mesmo navio vários vezes, a tendência é melhorar a qualidade e cortar custos.

Mk48

Me parece que a Indústria Naval Brasileira foi mais uma vez torpedeada pelos vilões de sempre : Ausência de uma política de Estado para o setor, excesso de sindicatos e o nefasto custo Brasil .

É incrivelmente absurdo um País como o nosso, com uma geografia que nos conduz ao comércio marítimo, não ter empresas nacionais de navegação fortes, brasileiras, seja para cabotagem ou longo curso.

O fato é que é muito mais barato encomendar os poucos navios que precisamos em estaleiros asiáticos.

jose luiz esposito

Custo Brasil é Liderado por nossas Castas Corporativistas meu amigo , os bancos apenas se aproveitam disso !

jose luiz esposito

Uma vez coloquei aqui que deveríamos criar uma ZPE em torno dos Estaleiros Nacionais para Exportação . liberando Importações e exportações de Componentes Navais , Motores etc ! Estamos volt6ando a Era FHC , quando de segundo Construtor Naval , desaparecemos do Rankin Mundial ! !

Esteves

Reduzir carga tributária não resolve. Só tem um jeito. Encomendas. Pedidos. Navio se faz com casco, máquinas, armas e gente. E sistemas. Não temos máquinas nem armas. Nem radares. Não adianta fazer encomenda pela Petrobras porque a estatal vendeu e está vendendo ativos, campos, refinarias, confessou dívidas de 15 bilhões em impostos atrasados e perdeu ação coletiva de outros 15 bilhões, o que deve aumentar o custeio ou a folha de pagamento em 30% (salários+benefícios). Sem a venda de ativos o lucro da Petrobras não se sustenta. A bagunça da paralisação do frete e do diesel custou aumento de tudo… Read more »

Vicente Jr.

Rapaz, coloca pra esses estaleiros construírem aí uns 2 Navios de Desembarque Doca, 1 navio tanque e umas 5 NaPaOc…

Vai fomentar a indústria naval e dar emprego pra muita gente!

Cadê aquele dinheiro do FMM ? Dizem aí sie ia dar uns 350 milhões por ano. Dava pra manter a indústria naval ativa, entregando aí 2 ou 3 navios por ano. Só para a Marinha…

Acorda Brasil!

João Adaime

O Estaleiro Mauá, do Rio de Janeiro, está com cascos de navios abandonados devido ao calote da Transpetro. O Ministério da Saúde assume e transforma em navios hospitais. 70% da população brasileira está numa faixa de até 100 km da costa. Atraca um em Salvador e zera da fila do SUS. Outro no RJ. Outro em Porto Alegre. Mais outro em São Luís e assim por diante. Alcançado o objetivo, zarpa para outro porto. E podem ficar neste vai e vem pela nossa costa, a um custo baixo, uma vez que pouco navegarão. E não será preciso imobilizar em mais… Read more »

Rafael Oliveira

Que viagem achar que um navio-hospital consegue zerar a fila do SUS de grandes municípios. Se for esperar zerar, ele não sai do primeiro porto em que atracar.

João Adaime

Prezado Rafael Não precisa ler a notícia. Basta ver o quadro. Ali fala em casco de navios. No plural. E uma vez a porteira aberta,muito mais podem ser encomendados. E não seria para atender grandes municípios, mas um estado inteiro. E não visaria consultas normais, mas de especialistas, exames complexos e cirurgias idem. E mesmo que fosse apenas um navio, numa única cidade. Para quem está há dois anos esperando por uma consulta no especialista ou há 5 por uma cirurgia, já faria uma grande diferença. O que não pode é ficarmos de braços cruzados. Toda caminhada começa pelo primeiro… Read more »

Rafael Oliveira

Prezado João, Por que colocar um hospital num navio? Ou melhor, em vários? Construa o hospital no local que sai mais barato do que ficar enviando navios, com seus custos operacionais e trabalhistas que não existiriam no caso de um hospital normal (existiriam outros custos, porém menores). Hospital num navio só faz sentido se você não pode ter um hospital normal no lugar – caso de catástrofes ou guerra. Ou nesses navios hospitais da MB na Amazônia, que atendem poucas pessoas de pequenos povoados, onde não há demanda para um hospital fixo. Não tem como atender uma demanda grande, muito… Read more »

João Adaime

Caro Rafael. Você falou uma grande verdade sobre esta enxurrada de estaleiros. Como um colega falou nesta ou noutra notícia, podemos ter uma Embraer dos mares, uma Embramar (kkkkk). O Inace parece ser um bom começo. Em Santa Catarina também existem alguns pequenos estaleiros que sobrevivem até hoje. Reservar mercado também nunca adiantou. Nos anos 1970 e 1980, talvez um pouco mais, a informática tinha reserva de mercado. Onde estão as fábricas daquela época? Criaram até a Digibrás. Melhor ter um estaleiro em atividade permanente, projetando e construindo barcos cada vez mais modernos, do que um monte dando calote na… Read more »

Carvalho2008

Fazer encomenda militar é apenas ensaiar vôo de galinha Tem de mirar a marinha mercante como lastro Mas atenção, marido marinha mercante sem o vicio de pré sal ou petrobras. Todo mundo agora sabe porque havia aquele exagero de conteúdo nacional nas encomendas da petrobra. Era apenas para fazer caixa dois de partidos. Existe sim atenção golpe nasal gumes sentido e fração de conteúdo, mas sem exageros. De outro lado, tem de como se focar outros tipos de com navios mercantes que não sejam petroleiros. Navios Ro-Ro, carga geral, transporte, graneleiros, rebocadores, enfim, isto tudo alavancado por uma reserva mínima… Read more »

Carvalho2008

Esta porcaria de corretor faz a gente parecer um dislexico

marcelo Danton silva

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COMENTÁRIO APAGADO. NÃO USE O ESPAÇO PARA FAZER PROPAGANDA POLÍTICA. SE INSISTIR SERÁ BLOQUEADO. PRIMEIRO E ÚLTIMO AVISO. LEIA AS REGRAS DO BLOG.

https://www.naval.com.br/blog/home/regras-de-conduta-para-comentarios/

Walfrido Strobel

O Brasil não tem a menor vocação para a construção de navios militares, comppra agora para comprar mais daqui a 40 anos, melhor então é só importar, desistindo da construção local.

Rafael Oliveira

Pois é. Acho que daria para manter a produção seriada apenas de NaPas, mas o ideal é contratar estaleiros privados que se dediquem às duas áreas e não dependam de encomendas militares.

Marcos10

Me pergunto: como o Estaleiro Atlântico Sul, recém chegado, sem nenhuma bagagem, nenhum conhecimento naval, levou o contrato com a Petrobras?
Não precisam responder, mas a resposta disso explica porque nosso país vai mal.
De qualquer modo parabenizo a EAS por feito inédito no Mundo: ter construído o primeiro navio torto da história.

Walfrido Strobel

A Petrobras queria comprar navios na Ásia, mas o Gov. obrigou a comprar no Brasil para desenvolver a indústria local, no fim das contas japoneses e sul coreanos tentaram, mas desistiram de cooperar com o Sul Atlantico e hoje constroem com cascos produzidos na China.

Chico

O EAS entregou 12 navios à Transpetro, e tem mais 3 em construção. Enquanto isso, no RJ há várias sucatas apodrecendo em estaleiros “tradicionais”, construídos por gente “experiente”.
Quanto ao “navio torto”, é mais uma invenção dos cariocas, como a do ator da cenoura. O navio está em serviço há mais de 5 anos, já passou por uma vistoria especial, sem maiores problemas. Mas é mais fácil repetir bobagem.

Gustavo Garcia

O Brasil não tem mercado pra esse monte de estaleiro sendo que muitos foram construídos por empresas sem experiência no assunto com base em gordos incentivos fiscais dos governos federal e estaduais. Só no entorno da baía de Guanabara deve ter uns 10!! Pra que isso??

Mesmo que o Brasil adotasse um política de desenvolvimento da industria naval (o que sou favorável) com base nos incentivos a industria aerospacial (leia-se Embraer) duvido que tenha mercado pra manter esse monte de estaleiro em pé.

carvalho2008

Não tem porque atua de forma diferente de outros países.

Já disse e repito, EUA mantem reserva de mercado de 40$ na navegação de cabotagem. isto mantem um fluxo continuo de encomendas internas dos mais variados modelos.

Aqui no Brasil na abertura com o Collor, exageraram na mão e abriram totalmente. Foi onde o declinio se concentrou.

Remedio demais mata….remedio de menos tambem mata…