HMS Ocean

O projeto LPH do HMS Ocean emprega as linhas básicas de casco dos navios-aeródromo da classe “Invincible”, construído de acordo com padrões mercantes modificados para manter os requisitos da Marinha quanto à segurança, resistência do navio, integridade estanque e combate a incêndios.

O estaleiro Kvaerner Govan (agora chamada BAE Naval Systems Glasgow) construiu o casco para se adequar às Normas de Engenharia Naval e às Regras da Sociedade Classificadora, instalou as máquinas de propulsão e os sistemas de navegação e equipou parcialmente o navio. Após o lançamento, o HMS Ocean foi entregue ao estaleiro VSEL navegando com sua própria propulsão para ser equipado com armas, sensores e equipamentos de comunicação.

O projeto é reconhecidamente um derivado dos navios da classe “Invincible”, com uma superestrutura muito longa que percorre mais da metade do comprimento do navio a boreste. O convés de voo é ininterrupto de proa a popa sem o castelo de proa aberto como os navios da classe “Invincible”, que eram equipados com um lançador de mísseis Sea Dart e um ski-jump. O navio é movido por motores a diesel, em vez de turbinas a gás, e possui uma única chaminé em vez de duas dos “Invincible”.

O uso de uma única chaminé melhora as restrições na capacidade do convés do hangar, que era restrito nos “Invincible” pelo espaço necessário para as entradas de ar e escapamentos das turbina a gás. O convés de voo com seis spots operacionais tem 170 metros de comprimento e 32,6 metros de largura e possui dois elevadores de aeronaves. Quatro embarcações de desembarque de pessoal são montados em turcos laterais. O navio pode transportar até 40 veículos, mas não pode transportar tanques pesados.

HMS Ocean a caminho do Iraque em 2003 é acompanhado por golfinhos
HMS Ocean acompanhado por golfinhos a caminho do Iraque em 2003

Características operacionais

A principal missão do navio é facilitar o lançamento rápido de uma força de assalto por helicóptero e embarcações de desembarque.

O navio transporta uma tripulação de 255 militares, destacamento aéreo de 206 e 480 fuzileiros navais. Pode acomodar mais 320 fuzileiros navais em uma emergência a curto prazo.

Uma força militar de até 800 homens equipados com artilharia, veículos e suprimentos pode ser transportada e mantida a bordo. Geralmente, o navio é caracterizado por um alto grau de flexibilidade em suas características operacionais.

O convés do hangar (abaixo do convés de voo) tem capacidade para 12 grandes helicópteros como o Sea King Commando ou Merlin HC2 que transportam tropas. Podia operar com o Chinook também, mas este não cabia nos elevadores e portanto não podia ser hangarado no convés inferior.

No Brasil serão empregados os helicópteros UH-15 Super Cougar e SH-16 Sea Hawk, além dos AH-11B Super Lynx.

Se necessário, o navio pode transportar até 18 aeronaves adicionais. As aeronaves poderiam incluir no máximo mais seis helicópteros de transporte de tropas, seis helicópteros de ataque Lynx ou Apache AH.1 e até 12 aeronaves Harrier GR.7 ou Sea Harrier FA.2 de decolagem curta e pouso vertical (V/STOL), que poderiam ser reabastecidas, mas não suportadas.

Uma onda de seis helicópteros pode ser retirada do hangar e lançada em menos de 40 minutos. Em uma missão não militar, o navio tem a capacidade de transportar até 250 veículos de ajuda para uma zona de emergência e fornecer apoio de helicópteros.

Corte seccional do HMS Ocean, agora PHM Atlântico (clique na imagem para ampliar)
Corte seccional do HMS Ocean, agora PHM Atlântico (clique na imagem para ampliar)
Características principais
Tipo Porta-helicópteros de assalto anfíbio (LPH)
Tonelagem 21.500 toneladas
Largura 35 metros
Comprimento 203,4 metros
Calado 6,5 m
Propulsão 2x motores Crossley Pielstick 12 cilindros
Velocidade 10 nós (cruzeiro)
18 nós (máxima)
Autonomia 8.000 milhas a 15 nós (13.000 km)
Armamento 4× canhões de 30mm DS30M Mk2
Sensores Radar Type 997 Artisan 3D
Radar Type 1008 de navegação
2× Radares Type 1007 de controle aéreo
Aeronaves até 18 helicópteros
Tripulação 285 oficiais e marinheiros
180 pessoal de voo
Carga 40 veículos
Até 800 soldados

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Arnaldo Rocha

Alguém saberia as dimensões e capacidades dos elevadores do Hangar?

Gilbert

Esperamos que assim que a Marinha resolva a compra dos CCTs inicie a aquisição de 12 AH-1W e ao menos 3 CH-47 dos estoques da USMC, é o que desejamos para incrementar mais o nosso PHM A-140

Marujo

Além de helicópteros leves para instrução e transporte leve, a MB precisa mesmo é de pelo menos três helicópteros ASW e mísseis modernos para os Super Linx. Mas o prioritário mesmo são as escoltas, novas e usadas.

Marcos Cooper

USMC não tem CH-47 Chinook.

Robert Smith

Os US Marines operam o CH-46 Sea Knight. Que é PARECIDO com o CH-47 Chinook.

Bosco

Robert,
Operavam! Todos os CH-46 já foram retirados e substituídos pelo V-22.

Gilbert,
Esses Chinooks das fotos pertencem ao exército. Nem os Royal Marines utilizam o Chinook. Mas o Exército Britânico opera em conjunto com os Marines e a RN.

Mauricio R.

Os Chinooks são da RAF, a RN e os Royal Marines operam Merlin HC 4, ex-RAF.

Silas

que foto é essa dos golfinhos!!!!!!… show de bola… parabéns ao blog pelas belíssimas reportagens…

Lucas Schmitt

Acho que é um desenho, amigo.

Silas

Eu acho que não… Editores??

Leandro Costa

É foto mesmo.

horatio nelson

essa foto foi tirada quando o ocean estava a caminho da invasão do iraque em 2003.

Roger

Galante tem que tirar o chapéu para você !!!
Você tira agua de pedra não é possível !
Cada foto que você encontra que fico pensando, acho que você não dorme pesquisando detalhes sobre as matéria que posta. Nunca tinha visto um cartaz desse tipo detalhando todos compartimentos do Ocean (atual Atlântico). A foto do Ocean com os golfinhos acompanhando essa foi a cereja do bolo ! Espetacular ! Parabéns pelo seu esforço ?????

Lucas Schmitt

Creio que seja um desenho. É só olha as espumas da água e o ocean.

Ivan BC

kkkkkkkkkk

MadMax

Penso que a Marinha deveria maximizar o Atlântico na função ASW o máximo possível.
Serviria a um duplo propósito tanto para nos proteger como para treinar a caçada dos subs em construção.

Paulo

Mad Max
“Parados ” eles não estão… A 2 dias havia um Submarino na área… Os que tem conta no Marine Traffic podem dar uma corroborada…
Abc

Kuribayashi

Eu tenho uma dúvida: como são acomodados os 800 fuzileiros ou expedicionários na embarcação? Eles tem cabines (o que creio não ser o caso devido ao espaço) ou eles ficam no hangar ou espaço físico semelhante?

Kuribayashi

Muito grato!

USS Montana

A foto dos golfinhos é verdadeira, como alguém iria pintar a ferrugem no casco abaixo das âncoras? Quem tirou essa foto merece um prêmio.
???????

Ivan BC

Verdade, incrível!

ODST

USS Montana

A questão de se pintar a ferrugem é algo totalmente possível. O que poderia ter sido feito é uma montagem com o desenho no primeiro plano e o resto completado com uma imagem real. Mas de fato a foto parece ser verdadeira.

Ivan BC

Coisa linda da mamãe!
Brazil forte novamente!

Fila

Cabem quantos homens em cada lancha de desembarque?

TJLopes

A atual dotação de helicópteros da marinha brasileira é suficiente para equipar o Atlântico com as aeronaves necessárias a cumprir sua missão sem desfalcar a dotação aérea dos demais meios de superfície? Caso não seja, quais os modelos precisariam ser comprados para garantir uma operação com máxima eficiência do PHM Atlântico?

SmokingSnake ?

As que aparecem nas fotos do Ocean, Chinook e Apaches ‘-‘ ainda acrescentaria v-22 ou v-280 ‘-‘

Camargoer

Caro TJ. Segundo o Alm. Monteiro, a MB adotará uma configuração flexível de helicópteros, dependendo da missão. Os aparelhos serão solicitados aos vários esquadrões da MB, de transporte, atáque e emprego geral. A MB não ira adquirir helicópteros para o A140. Pelo que entendi, se a MB adquirir novos helicópteros para reequipar os seus esquadrões, não para equipar o navio.

Augusto L

Na missão ASW, ele por ser derivado de um casco civil, não seria inapropriado ? Pq já li que os porta helicópteros japoneses utilizados em tal função são feitos para serem rápidos e isso pq eles estarão operando dentro de um bastião naval nipo-americano.

ednardo curisco

achei ele lento para acompanhar forças tarefas em geral. Só 10 nós de velocidade de cruzeiro. Mas ainda assim uma excelente oportunidade.

e que tripulação enxuta hein?

Augusto L

Então em missões da Otan, onde ele operava num bastião naval, onde não cruzava a linha desse mesmo, mas atuando em um lugar onde não haja essa superioridade naval a velocidade seria uma defesa contra os submarinos não? Pois apesar de ele caçar com sua frota aeronaval, eventualmente um submarino vai chegar perto, ai tu tem q correr, eu penso.

Pm

Muito relativo pois depende das condicoes do mar. Na pratica ele pode atuar no controle de area maritima mas nao como um cacador de subs

Dalton

Augusto… . os navios japoneses possuem um poderoso sonar de casco, isso por si só já os diferencia do “Atlântico” e combinado com uma alta velocidade máxima e helicópteros de guerra anti submarina rotineiramente embarcados os tornam navios especializados em guerra anti submarina tornando a classificação “destroyers” mais palatável, já que estes últimos são conhecidos por suas altas velocidades e meios de caçar e destruir submarinos além de outras funções ou seja guerra anti submarina está no “DNA” de um “destroyer”, daí a classificação como “DDH” “destroyer porta helicóptero” e mesmo na língua japonesa aparecer o termo “escolta” na sua… Read more »

Augusto L

Galante e Dalton, obrigado pelas explicações.

Gustavo

quanto tempo para desembarcar 800 fuzileiros? Considerando: 1) Que a MB leve 6 UH-15, 6 AH-11B e 4 SH-16 e que para o transporte só sejam utilizados o UH-15 2) São 4 lanchas que cabem 35 fuzileiros em cada (140 por vez, em simultâneo) 3) MB leve 6 UH-15 que transportam 28 Fuzileiros cada (168 por vez, em simultâneo) Em uma primeira onda de desembarque, são 308 fuzileiros. Visto que os helicópteros são mais ágeis na tarefa, acredito que fariam 4 viagens enquanto as lanchas fariam apenas 1 em um desembarque bem próximo a costa… Ainda sobrariam espaço para 12… Read more »

Flanker

Gustavo, se ele tiver 800 fuzileiros embarcados, a missão deverá ser, prioritariamente, de desembarque. Portanto, levará mais helis de transporte do que de ataque e ASW, logo, seriam 8 ou 10 UH-15, ao invés dos 6 que vc propôs. Cada missão demanda uma configuração de tipos de helis embarcados. A MB contará com 8 UH-15 básicos e mais 3 de C-SAR, que tb podem transportar tropas. Além desses, os Sea Hawk também podem transportar alguns homens, mesmo uma quantidade reduzida por conta dos equipamentos instalados internamente. Não sei se há já uma decisão sobre o que será feito dos UH-14… Read more »

Daniele

Ótima conquista da Marinha do Brasil!!!
Parabéns aos tripulantes!!!

DomVitto

“…e até 12 aeronaves Harrier GR.7 ou Sea Harrier FA.2 de decolagem curta e pouso vertical (V/STOL), que poderiam ser reabastecidas, mas não suportadas.”
Alguém poderia me explicar melhor essa parte de “reabastecidas mas não suportadas” ?

Maxuel

Acho que quer dizer que você pode transportar, mas não pode usar ele como um porta aviões.

Cláudio João Tommasini Farina

DomVitto, tenho a mesma linha de você, mesmo porque o Atlântico é derivado dos projetos dos navios aeródromo classe Invincible.
Num determinado Teatro de Operações, penso, ele poderia receber e utilizar jatos Harrier, de pouso e decolagem vertical.
E ai reside a duvida do “não suportadas” que você menciona, e que seria interessante esclarecer.

Flanker

Pousar e decolar verticalmente eles até podem, mas para isso, precisam estar com pouco combustível e pouca ou nenhuma carga. O navio não consegue suportar aua operação, ou seja, operá-los totalmente equipados e abastecidos. Para isso, precisaria de alterações na forma e revestimento de seu convoo e precisaria de mais área de estocagem de sobressalentes, maior capacidade de armazenamento de combustível de aviação, paióis maiores,….enfim, o navio precisaria ser muito diferente do que é para pode operar essas aeronaves de forma eficaz. Essa questão do Atlântico operar com aeronaves de asas fixas é recorrente por aqui….esqueçam, esse navio não é… Read more »