Militares de Brasil, Chile e Equador participaram do treinamento como observadores

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Naval

Submarinistas do Brasil, do Chile e do Equador participaram, na condição de Observadores, do SMEREX (Submarine Escape and Rescue Exercise) 2018, o grande exercício de salvamento e fuga de submarinos promovido pelo Escritório de Ligação Internacional para Resgate e Escape de Submarinos – International Submarine Escape & Rescue Liaison Office (ISMERLO) – do Comando Marítimo Aliado, que tem sede no perímetro militar de Northwood, subúrbio do noroeste de Londres.

A simulação, que incluiu, além da ação prática, diversas reuniões, palestras e intercâmbios de informações, aconteceu no Golfo de Taranto – “lar histórico” da frota da Marina Militare –, entre os dias 29 de outubro e quinta-feira da semana retrasada (08.11).

As marinhas mobilizadas para o SMEREX 2018 reuniram vários navios de superfície, submersíveis e aeronaves. Entre eles o moderno HS Matrozos (S122), um Tipo 214 (alemão) da Armada grega, o submarino italiano Romeo Romei, da Classe Todaro – um Tipo 212 (de tecnologia igualmente germânica) comparável à do Matrozos – e o navio de salvamento submarino Anteo (A5309), de quase 4.000 toneladas (carregado), também da Itália.

Essas unidades foram empenhadas em um complexo adestramento, destinado a qualificar suas tripulações em busca, resgate e manejo de um submarino danificado. Ao Anteo, de 98,4 m de comprimento, coube atuar como plataforma de comando e controle do exercício.

Além disso, o barco serviu como base logística para o pessoal envolvido no exercício – em especial para uma equipe do chamado Submarine Parachute Assistance Group (SPAG), que pertence a um dos diversos comandos navais sediados no grande complexo naval italiano de La Spezia.

Veículo de salvamento submarino sendo preparado para a missão
Veículo de salvamento submarino sendo preparado para a missão a bordo do Anteo (A5309)

San Juan – De acordo com um comunicado expedido pela Marinha da Itália em Taranto, na quarta-feira da semana passada (14.11), o roteiro do exercício foi definido da seguinte forma:

I – Acionada em resposta ao pedido de socorro de um submarino, a sofisticada fragata ASW italiana Carlo Margottini (F592) assumiu a liderança das operações de busca ao navio sinistrado.

II – Depois de localizar o submarino uns 50 metros abaixo da superfície, o comando e o controle da operação foram transferidos ao Anteo, na pessoa do coordenador principal de resgate.

III – Exibidos no site do ISMERLO, os recursos e procedimentos técnicos de salvamento compartilhados pelas marinhas integrantes da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico Norte), foram, então, acessados pelos responsáveis pelo salvamento do navio “avariado”.

“O SMEREX 2018 é um exercício multinacional grande, tirado do que acontece no mundo real”, lembrou o presidente do ISMERLO, capitão de fragata Gennaro Vitagliano (Marina Militare). “O ISMERLO desempenhou um papel importante como coordenador das principais manobras, este ano com um grande número de observadores, o que atesta a importância da busca subaquática e dos exercícios de resgate”.

Além de representantes sul-americanos, o time dos Observadores do exercício, embarcado no Anteo, reuniu militares e especialistas de França, Rússia, Espanha, Turquia, Israel e Paquistão.

O Gabinete de Ligação Internacional é responsável por promover o diálogo entre representantes de diferentes marinhas, valendo-se do contato regular entre os submarinistas da Otan, os operadores de salvamento de Forças não pertencentes à Otan, e os responsáveis por organizações multinacionais de Pesquisa e Resgate. Objetivo: estabelecer e manter uma capacidade global de coordenação de resgate submarino, passível de ser empregada a qualquer momento no caso de um incidente com submarino.

Tanto que, em novembro do ano passado, Gennaro Vitagliano foi o primeiro submarinista estrangeiro a que a Marinha Argentina recorreu, para pedir ajuda no restabelecimento da comunicação com o navio ARA San Juan.

Veículo de resgate submarino acoplado à escotilha do submarino sinistrado
Veículo de resgate submarino acoplado à escotilha do submarino sinistrado
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Fawcett

Se o Brasil adquirir algum mini-submarino de resgate espero que não se desfaça do Felinto Perry. Este pode ser muito útil na realização pesquisas científicas.

Luiz Floriano Alves

Só participar de manoibras não é o suficiente. Precisamos adquirir equipamento semelhante. Os nossos submarinistas tem o direito de saber que suas vidas são levadas em conta. Não basta o Felinto. Meios mais modernos são necessários para a nação que possui submarinos. O tempo em que um pulmão de Momsen era suficiente já vai longe.