Submarino Minerve - S647

Submarino Minerve – S647 navegando na superfície (foto de arquivo)

Embarcação militar desapareceu em 27 de janeiro de 1968 a cerca de 30 km de Toulon sem deixar vestígios

O submarino francês “Minerve” da classe Daphné, que desapareceu em 1968 com 52 tripulantes a bordo, foi encontrado na costa de Toulon, no sudeste da França.

“Acabamos de encontrar o ‘Minerve’. É um sucesso, um alívio e uma proeza técnica. Meus pensamentos estão com as famílias, que esperaram tanto tempo por este momento”, anunciou a ministra da Defesa, Florence Parly, no Twitter, nesta segunda-feira (22).

Este submarino militar desapareceu em 27 de janeiro de 1968 a cerca de 30 km de Toulon sem deixar vestígios. Embora as autoridades tenham iniciado imediatamente uma operação de resgate, não puderam localizar o aparelho.

Em outubro passado, as famílias das vítimas lançaram um apelo para a retomada das buscas.

O submarino foi localizado pelo navio americano “Seabed Constructor” a 45 km da cidade de Toulon e a 2.370 metros de profundidade.

Foi este mesmo navio, da empresa Ocean Infinity, que encontrou em 17 de novembro de 2018 o submarino argentino “San Juan”, desaparecido um ano antes no Atlântico com 44 tripulantes a bordo.

Tripulação do Minerve em foto tirada na segunda metade de 1965 – Foto AFP
Localização do Minerve na estrela

 

França perdeu dois submarinos classe ‘Daphné’ durante a Guerra Fria

Vários submarinos convencionais e de propulsão nuclear foram perdidos em acidentes desde que começou a operar este tipo de navio de guerra, que utiliza a ocultação do mar para operar e atacar seus alvos.

A França particularmente, perdeu dois submarinos de propulsão diesel-elétrica da classe “Daphné” durante a Guerra Fria. A classe “Daphné” foi uma classe de submarinos que operou de 1964 a 2010, com 25 unidades produzidas e operada pelas Marinhas da França (11 unidades) Paquistão (3), Portugal (4), África do Sul (3) e Espanha (4).

A classe “Daphné” de submarinos foi bem-sucedida comercialmente, no entanto, dois submarinos (Eurydice em 1970 e Minerve em 1968) afundaram acidentalmente e levaram as vendas ao fim. A causa considerada foi o projeto de snorkel defeituoso.

Os submarinos foram desativados na década de 1990 e Portugal vendeu um dos seus submarinos ao Paquistão. O submarino PNS Hangor afundou a fragata indiana INS Khukri durante a guerra Indo-Paquistanesa de 1971. O Paquistão já aposentou o submarino e o transformou em museu.

Submarino classe Daphné usando o snorkel (o primeiro mastro à esquerda na foto). Observar os mastros de periscópios, radar e comunicações também expostos
Submarino Eurydice (S644), da classe Daphné, perdido em 1969

Acidente com o submarino Eurydice (S644)

Em 4 de março de 1970, enquanto mergulhava em mares calmos do Cabo Camarat, no Mediterrâneo, a 35 quilômetros a leste de Toulon, um laboratório geofísico captou as ondas de choque de uma explosão subaquática.

As equipes de busca francesas e italianas encontraram uma mancha de óleo e alguns pedaços de detritos, incluindo uma parte que tinha o nome do Eurydice.

A causa da explosão nunca foi determinada. Todos os 57 tripulantes foram perdidos.

Acidente com o submarino Minerve (S647)

Em 27 de janeiro de 1968 às 7h55, o Minerve estava viajando logo abaixo da superfície usando seu snorkel, aproximadamente 25 milhas náuticas (46 km) de sua base em Toulon, quando se comunicou com um avião de patrulha Breguet no Atlântico avisando que iria atracar em sua base em cerca de uma hora; 52 tripulantes, incluindo seis oficiais, estavam a bordo. Nunca mais foi ouvido.

O comandante Philipe Bouillot disse mais tarde que o novo capitão do Minerve, o capitão-tenente André Fauve, passou sete mil horas submersas em quatro anos em submarinos da mesma classe e nunca teve problemas. O único fator conhecido que poderia ter causado o afundamento era o clima, o que era extremamente ruim no momento da perda.

A Marinha Francesa lançou prontamente uma busca pelo submarino desaparecido que mobilizou numerosos navios, incluindo o porta-aviões Clemenceau e o submersível SP-350 Denise sob a supervisão do famoso oceanógrafo Jacques Cousteau, mas não encontraram nada e a operação foi cancelada em 2 de fevereiro. No entanto, a busca pelo Minerve, sob o nome de Operação Reminer, continuou em 1969 e utilizou o submersível Archimède de grandes profundidades com o navio de pesquisa US USNS Mizar.

O Minerve foi perdido aproximadamente ao mesmo tempo que o submarino isralense INS Dakar da classe T britânica (alguns dias de distância), a mais de 1.450 milhas (2.330 km) de distância. Mais dois submarinos foram perdidos por causas desconhecidas no mesmo ano, o submarino soviético K-129 e o submarino americano USS Scorpion.

FONTE: G1/AFP

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Leandro Costa

Tinha visto isso mais cedo. Fiquei feliz pelas famílias poderem tentar fechar esse triste capítulo.

Esse ano, 1968, foi um ano bastante tumultuado entre os submarinos.

Victor Filipe

Fico feliz pelas famílias pelo menos saberem onde seus entes estão. existe um conforto em saber o local de descanso final de um ente desaparecido porque apesar de tudo é a conclusão de um capitulo.

Quanto ao Seabed Constructor, parabéns a tripulação, novamente mostrando sua capacidade e a capacidade do seu meio em localizar navios naufragados para dar as famílias pelo menos essa tranquilidade, não é uma tarefa simples achar embarcações a essa profundidade.

Dalton

Um terceiro submarino da classe “Daphne”, o “Sirene” também afundou, em 1972, por conta de erro humano, mas, não houveram vítimas já que o submarino afundou no porto, porém, apesar de recuperado, não retornou ao serviço.
.
Em 1971 outro da classe o “Flore” quase afundou por conta de um vazamento no snorkel ,
mas o comandante estava atento e salvou o submarino e todos os submarinos restantes
passaram por melhorias e não ocorreram mais acidentes.

Salim

Sr Dalton obrigado por seus comentários, sempre permeado de informações importantes e pertinentes ao texto.

Jorge Knoll

O mesmo aconteceu com o submarino Tonelero S-21 da MB, no pier, tb por erro humano em 26/12/2000, carregado de 4 torpedos.

Dalton

O “Tonelero” a princípio seria recuperado, mas, o custo seria alto demais para
um submarino relativamente antigo. Já o “Sirene” era novo, então, valeu a pena investir na recuperação.

Dalton

Onde escrevi “apesar de recuperado, não retornou ao serviço”, o correto é que ele foi recuperado e retornou ao serviço…não sei de onde tirei isso porque ambos os livros que tenho que comentam o caso, são claros que ele foi recuperado e até chequei um site em francês com tradução, antes , mas, antes corrigir tarde do que nunca.

Marcelo R Seixas

Excelente publicação! Somente uma sugestão, Florence Parly não é ministra do exército como consta no segundo paragrafo. Ela é Ministre des Armées / Minister for the Armed Forces equivalente a ministro da Defesa no Brasil conforme informações do site oficial https://www.defense.gouv.fr

Aldo Ghisolfi

R.I.P.
PAZ para as famílias!

Peter nine nine

Defeito no sub, mas Portugal usou-os até ao osso… Sem problemas de maior…

Sérgio Portela

Portugal efectivamente usou mesmo até ao osso.

Delfim

Me surpreendi com o desnível, 2.370 m de profundidade a apenas 45 km de distância de terra firme. E isto no Mediterrâneo.

Ricardo Bigliazzi

Agora a guarnição pode dar baixa do navio! Descansem em Paz!