Programas da MB em 2019: PROAERO
Em mais esta matéria sobre o andamento dos programas da Marinha do Brasil, focando os subprogramas do Projeto de Construção do Núcleo do Poder Naval que já possuem execução física, trazemos os projetos relacionados a quatro tipos de aeronaves, SH16, KC-2, H-135 e SARP-E.
Os dados são de documento fornecido pelo Ministério da Defesa, em julho de 2019, à CREDN – Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, atendendo a um pedido de informações.
Plano Diretor M 12208 Obtenção de ANV HME (SH16)
Em continuidade ao projeto HME, que já recebeu seis aeronaves S-70B (SH-16), segue o processo de obtenção do simulador tático de missão por meio do CASE BR-P-SDE. A aquisição está sendo realizada pelo Foreign Military Safes (FMS), por meio de concorrência internacional, lançada em junho de 2017, para o desenvolvimento do Simulador de Missão das Aeronaves SH-16 (Tactical Operational Flight Trainer – TOFT S-70B).
A licitação foi encerrada em 26 de fevereiro de 2018, tendo como vencedora a empresa CAE, a qual acumula larga experiência na área de simuladores, sendo a responsável pelo desenvolvimento da maioria dos simuladores das aeronaves MH-60R e MH60S da Marinha estadunidense. Atualmente, o projeto está em estágio avançado no desenvolvimento do software, com alguns processos construtivos iniciados.
Foi incluído um período de quatro anos de suporte logístico (CLS) sob responsabilidade da empresa. O emprego do simulador permitirá uma redução significativa nas horas da aeronave alocadas à instrução e adestramento das tripulações, resultando em economia no uso do próprio meio e de seus sensores, o que, invariavelmente, impactará nos recursos despendidos para a manutenção das aeronaves.
Projeto de Obtenção de Aeronaves Carrier On-Board Delivery (KC-2)
Atualmente, o projeto está com cerca de 47% dos eventos previstos no Cronograma Físico-Financeiro (CFF) atendidos. Existem nove procedimentos administrativos abertos a fim de apurar os atrasos na conclusão de eventos contratuais.
Segundo a ótica do Grupo de Fiscalização e Recebimento, a complexidade técnica envolvida para cumprimento destes eventos, aliada à falta de detalhamento das evidências a serem apresentadas pela Contratada, levaram o Grupo a deixar de certificar tais eventos.
Em face do descompasso entre o executado e o pagamento dos eventos, alegando falta de fluxo de caixa, a Contratada formalizou em março de 2019 a redução do empenho operacional por tempo indeterminado, solicitando o agendamento de reunião para discussão da revisão do CFF e celebração de novo termo aditivo.
Desta forma, foram realizadas reuniões para discussão do Termo Aditivo nº 4, que foi assinado na data de 17 de junho, tendo a Contratada retomado o ritmo normal de suas operações.
Projeto de Obtenção de Aeronaves Leves de Emprego Geral (H-135)
O Contrato entrou em eficácia em 08 de março de 2019 com a conclusão da Etapa 1, pagamento do Down Payment, no valor de € 3.487.385,00.
Projeto de Obtenção de Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP-E)
Não há recursos alocados para a atual fase do Projeto.
SH-16 Seahawk
Totais de valores previstos em contrato (nos próximos anos):
– 2020: US$ 6.000.000,00;
– 2021: US$ 4.000.000,00;
– 2022: US$ 6.600.000,00; e
– 2023: US$ 6.658.499,00.
Projeto de Obtenção de Aeronaves Carrier On-Board Delivery (KC-2)
Valores a serem pagos, previstos em contrato:
– 2019: US$ 21.065.965,68;
– 2020: US$ 18.655.739,00; e
– 2021: US$ 17.720.000,00.
Projeto de Obtenção de Aeronaves Leves de Emprego Geral (H-135)
Foi aplicado até o momento o valor de R$ 15.076.662,83.
Projeto de Obtenção de Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP-E)
Não há espaço orçamentário para execução do Projeto até o momento. Em estudo na Diretória de Aeronáutica da Marinha (DAerm) os dados recebidos pelas empresas. Ainda não recebida Letter of Offer and Acceptance (LOA) da Marinha estadunidense. Os créditos para 2019/2020 que se façam necessários deverão advir de proposta de remanejamento de projetos com margem disponível para atender sem prejuízo das suas metas.
Empresas participantes do projeto
SH-16 Seahawk
Sikorsky e CAE-USA através do Foreign Miltary Sales (FMS).
Projeto de Obtenção de Aeronaves Carrier On-Board Delivery (KC-2)
Elbit Systems of America LLC, M7 Aerospace LLC e Marsh Aviation Company.
Projeto de Obtenção de Aeronaves Leves de Emprego Geral (H-135)
Empresa nacional participante – Helibras S/A.
Projeto de Obtenção de Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP-E)
Entre as empresas que responderam o RFI, a única nacional é a Helibras. As empresas internacionais são: INSITU, LEONARDO S.p.A., SCHIEBEL, AERONAUTICS Ltd., AIRBUS e ELBIT Systems (representada pela nacional AEL Sistemas).
Entraves técnicos e orçamentários
Projeto de Obtenção de Aeronaves Carrier On-Board Delivery (KC-2)
Dificuldades da Contratada de ordem técnica, logística e de propriedade intelectual (refente aos desenhos técnicos da aeronave), além da falta de evidências claras para a certificação de alguns eventos contratuais, geraram um descompasso entre o planejado e o executado, culminando com a necessidade de negociação de um novo termo aditivo.
A negociação e a assinatura de um novo Termo Aditivo, a pedido da Contratada, visa restabelecer a continuidade do programa KC-2, dando condições para a resolução de discordâncias inerentes ao desenvolvimento do projeto, ao mesmo tempo em que evita maiores prejuízos à MB, ao buscar a manutenção do valor total do contrato e a entrega das aeronaves modernizadas em 2021.
“Em face do descompasso entre o executado e o pagamento dos eventos, alegando falta de fluxo de caixa, a Contratada formalizou em março de 2019 a redução do empenho operacional por tempo indeterminado…”.
KC-2. Quem paga tem. Qual o cronograma dessa aeronave? Quantos serão entregues?
Eu acho que vi um desses no museu da TAM em São Carlos. Mas o museu fechou.
Olá Esteves. Pois é. A LATAM disse que iria transferir o museu para S.Paulo para facilitar o acesso de um grande público, bla bla bla… Depois da morte do Com. Rolim, o museu sumiu.
Lamentável. Ele estava tentando conseguir um Mustang P51.
Eles tem (ou tinham) um F4U Corsair. Coisa de gente grande. Os MIG também era legais.
O F4U Corsair deles era ave rara. Era um modelo com a capota ‘birdcage.’ Também tinham um Spitfire Mk. IX. Ambos em condições de vôo.
O museu dava prejuízo para a LATAM.
Junte-se a isso a queda na demanda de voos, com redução do faturamento da empresa para se constatar que foi uma decisão sensata o fechamento do museu, que ficava em São Carlos, cidade pouco turística e longe de grandes centros urbanos.
A mudança para SP depende de encontrar algum local adequado e economicamente viável.
Caro Rafael, são os grandes centros urbanos que são longe de São Carlos, o que já seria um excelente atrativo turistico. Também e dos melhores lugares do Brasil para turismo científico.
Bom dia Camargoer e demais, após a morte do Com. Rolim, seu irmão João Francisco assumiu a presidência do Museu com muita competência. O Museu contava com profissionais de alto gabarito, mas, a partir de 2013, começou a enfrentar dificuldades para captar recursos federais destinados à cultura. O desequilíbrio nas contas levou ao seu fechamento. O acervo com mais de 100 aeronaves, que eu conheço muito bem, está sendo mantido por voluntários até que se decida para onde será transferido. Abraço.
Olá Luciano. Quando posso escolher, prefiro qualquer outra companhia menos a Latam. Acho que isso explica um pouco a queda de clientela. Duas importantes universidades publicas, com muito espaço para construir um belo prédio… Inclusive tendo aqui um excelente curso de engenharia aeronáutica e a unidade da Embraer pertinho. Chatobrian fez o MASP com doações dos empresarios.
E pensar que no lugar Trader poderiamos ter mais 2 S-70B 🙁
Nossa senhora, que grande exemplo de desperdício esse kc2!!!
Melhor do que nada né !!!
KC-2 é um caso claro de desperdício de dinheiro público com erro de planejamento. A MB, apegada ao seu velho NAe com a ilusória esperança de que voltaria a navegar, colocou o carro na frente dos bois e contratou a modernização de antigas aeronaves a um preço estratosférico para algo de segunda mão.
Quando chegarem aqui servirão apenas para levar o almirantado do Rio para Brasília – isso se eles confiarem em voar nos velhos aviões modernizados – e para desfiles aéreos.
Pior que nem pra vender essas coisas servem , não vejo nenhum interessado nessas aeronaves e se com certeza depois de reformadas não conseguiríamos o preço gasto na reforma…
Imaginem se o São Paulo estivesse em condições de navegar, teríamos embarcados A-4s e Traders/Trackers. Tirando os helicópteros, quem visse pensaria estar de volta ao final dos anos 50, início dos 60.
Se o Nimitz viesse ao Rio e desse de cara com isso a tripulação iria esfregar os olhos e pensar que aquele filme “O Nimitz volta do inferno” se tornou real.
Com esse KC2 a aviação naval brasileira definitivamente deixou de ser um assunto de Marinha. Já é um assunto de Polícia.
Com os atrasos por parte da contratada, a meu ver, um bom caminho para a MB teria sido estudar a possibilidade de rescisão do contrato, ainda mais que, conforme consta na matéria, ainda tem muito a ser pago. Os Trader são desnecessários perto das inúmeras outras prioridades. E o pior é continuar gastando com treinamento de pilotos para pousar e decolar de porta-aviões, como foi noticiado recentemente. Treinamento de milhões de reais, e quando a MB tiver porta-aviões de novo o piloto já vai estar aposentado. Esse realmente é o gritante caso de passar o carro na frente dos bois,… Read more »
Meus 2 centavos: acredito que uma maneira de tornar essa compra menos inútil seria a de estudarem a possibilidade de rechear em essa aeronave com um sistema FITS tal qual utilizado pelos nossos P-3 mas em uma versão simplificada. Poderia prestar um bom serviço como uma aeronave ASW baseada em terra e serviria também para treinarmos as futuras tripulações dos Scorpenes, criando doutrinas tanto de ataque como defesa a guerra ASW.
Outra alternativa seria a Marinha abrir mão das aeronaves, que seriam convertidas em bombeiros aéreos, função essa que cumprem de maneira muito eficaz ainda.
A MB se recusa a receber da FAB a Aviação de Patrulha. A FAB paga pela prepotência do passado. As verbas da MB não são suficientes para manter uma aviação de patrulha com Orions e Bandeirulhas…
Estupidez da Marinha , adiante sofreremos com isso , a FAB nunca se preocupou realmente com a defesa , apenas tinha o interesse no Monopolio aeronautico , com isso depois de 60 anos de possuirmos PAs , não desenvolvemos uma Doutrina Aeronaval !
para salvar a lavoura….no caso do kc-2
se for possível a adaptação:coloca um radar tipo dos bandeirulhas e coloca eles em esclarecimento marítimo para detectar atividades ilícitas no caso de pesca ilegal e poluição da nossa costa.
outra solução é criar uma unidade de ataque naval com o binômio A1 A4 e usá-los para reabastecer os caças…
desculpem pela viagem…..
fiquem a vontade com as negativas..
abraço a todos!
Entendo seu ponto de vista, mas acho que iríamos gastar ainda mais dinheiro com uma aeronave velha, limitada, que terá manutenção cara e vida útil menor do que uma aeronave nova. Caso realmente a MB assuma a função de patrulha, compensaria comprar uma aeronave nova e barata, com muito mais tempo de vida útil para ser aproveitada. Quanto à função de reabastecimento, o A4 é outra aeronave velha e limitada para a função, com apenas 6 unidades a serem modernizadas. Esse binômio KC-2 e A-4 faria algum sentido na década de 70, 80 e olhe lá. Usá-lo na década de… Read more »
Pelo amor de deus!
Mesmo a Flight tecnologias tendo em seu portfólio um Sarp-E semelhante ao Sea Eagle, inclusive com o mesmos sistema de navegação e controle da Boeing utilizado no Sea, nem assim a MB irá comprar o produto nacional.
Conselho aos empresários nacionais do setor, desistam e vão fabricar outra coisa.
Deixa as FAAs nacionais ficarem cada vez mais dependentes de empresas estrangeiras, ai quando o “pau quebrar” quero ver para onde eles irão correr !
Era pra proibir a MB de ter asas fixa so poder opera helicóptero so assim acaba com esse delírio de porta aviões nao tem dinheiro nem pra compra escoltas pra vai querer um porta aviões e tb eles paravam de gasta dinheiro publico com besteira.
A MB tem tanta demanda para resolver, que não consegue eleger uma prioridade. Resultado: Não consegue fazer nada de forma eficaz. Falta uma solução de continuidade, a exemplo da FAB. Falta reconhecer as deficiências tecnológicas, o excesso de pessoal e as mordomias dos altos oficiais…
Os KC-2 deveriam ser pagos com o soldo dos Almirantes isso sim!
KC-2 = a barca furada, Devia interromper esse programa e usar os recursos para comprar mais SH-16 Seahawk
Serventia como reabastecedor somente se utilizarmos alguma ilha oceânica ou mesmo uma base em terra como P.A. Um mister que seria ótimo é o combate aos incêndios que naturalmente ocorrem todos os anos na vegetação de cerrado em nosso país e até ajuda ao exterior.
Garanto que o principal problema de nossas forças armadas não é falta de recursos, usamos muito mal o que temos. Se vier mais vão queimar também. Temos de ter melhor gestão e priorizar o imediato e necessário, porta-aviões não serve para quem não tem nem escolta. Primeiro Submarinos convencionais e Corvetas, depois Fragatas e submarino nuclear, só depois para pensar em algo diferente. E a Marinha gasta dinheiro com aviões embarcados… E a justificativa para manter os A-4 em atividade, “capacitar pilotos e manter a cultura é expertise em operações com porta aviões… NENHUM dos pilotos vai estar na ativa… Read more »
Daqui a mais alguns anos, quando recebermos esses KC-2 chegaremos à conclusão de que o que eles farão seria melhor feito por 2 ou 3 EMB-110, de forma muito mais barata.
Mais ou menos, EMB-110 não faz revo.
Revo pra quem, pra 5 A-4 de 1954?