Em um raro passo, o presidente Biden anunciou na quarta-feira que os Estados Unidos planejam compartilhar sua tecnologia de submarino com propulsão nuclear com a Austrália, como parte de uma nova parceria de defesa com aquele país e o Reino Unido.

O anúncio ocorre no momento em que Biden tenta redirecionar a segurança nacional e a política econômica dos EUA para a ameaça representada pela China. Nos últimos anos, as tensões sobre disputas territoriais no Mar da China Meridional – uma importante rota de navegação com recursos de petróleo e gás natural – aumentaram, com a China construindo postos militares em várias pequenas ilhas recuperadas.

Biden, o primeiro-ministro australiano Scott Morrison e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson falaram sobre valores compartilhados e a necessidade de garantir a paz e a estabilidade na região quando apareceram juntos, virtualmente, para fazer o anúncio.

Mas nenhum deles pronunciou o nome da China, mesmo quando os Estados Unidos e outros parceiros regionais intensificaram sua presença militar na região, e os Estados Unidos trabalham para reorientar sua postura militar em relação ao Indo-Pacífico.

“Precisamos ser capazes de abordar o ambiente estratégico atual na região e como ele pode evoluir, porque o futuro de cada uma de nossas nações e, na verdade, o mundo depende de um Indo-Pacífico livre e aberto, duradouro e florescente ao longo dos anos à frente”, disse Biden.

É sobre propulsão nuclear, não armas nucleares

Os três países agora lançam um esforço de 18 meses para determinar a melhor forma de compartilhar a tecnologia de propulsão de submarino nuclear, o que permitirá que os submarinos da marinha australiana viajem mais rápido e mais longe, com mais discrição.

Os líderes enfatizaram que os submarinos com propulsão nuclear seriam armados de maneira convencional.

“Quero ser extremamente claro sobre isso: não estamos falando de submarinos com armas nucleares”, disse Biden. “São submarinos armados convencionalmente movidos por reatores nucleares.”

É a primeira vez que os EUA compartilham essa tecnologia desde 1958

Houve apenas uma outra vez em que os Estados Unidos compartilharam o que um alto funcionário do governo descreveu aos repórteres como tecnologia de propulsão submarina “extremamente sensível” – mais de 60 anos atrás, em 1958, com a Grã-Bretanha.

Morrison disse que a frota seria construída em Adelaide, Austrália.

Johnson disse que a iniciativa criaria empregos no Reino Unido, dizendo que o projeto duraria décadas.

“Apenas um punhado de países possui submarinos com propulsão nuclear, e é uma decisão importante para qualquer nação adquirir essa capacidade formidável”, disse ele.

A mudança sinaliza o compromisso dos EUA com a região

O governo Biden está trabalhando para superar a guerra de 20 anos no Afeganistão e a caótica saída dos EUA de Cabul. Biden colocou o combate à China no centro de seus esforços econômicos e de segurança nacional, descrevendo-o como o maior desafio desta era.

Antes do anúncio formal, um alto funcionário do governo dos EUA insistiu aos repórteres que a nova cooperação de segurança com a Austrália não era dirigida especificamente à China.

“Acho que uma das coisas que os Estados Unidos fizeram de maneira mais eficaz no Indo-Pacífico é garantir a paz e a estabilidade e ser o fiador final dessa ordem baseada em regras”, disse o alto funcionário.

“Nos últimos anos, surgiram dúvidas: os Estados Unidos ainda têm estômago? Temos a inteligência e a sabedoria de que queremos continuar a desempenhar esse papel? O que o presidente Biden está dizendo com essa iniciativa é: ‘Conte conosco.'”

Reação rápida

O anúncio trilateral desencadeou uma rápida reação da China e de outro ator global importante, a França.

A China descreveu o movimento como uma reminiscência da era da Guerra Fria e instou o grupo a “se livrar” de uma forma de pensar do passado.

Em um comentário à Reuters, o porta-voz da embaixada chinesa Liu Pengyu disse que os países “não deveriam construir blocos de exclusão visando ou prejudicando os interesses de terceiros. Em particular, eles deveriam se livrar de sua mentalidade da Guerra Fria e preconceito ideológico”.

A França, por sua vez, disse estar decepcionada com sua exclusão do pacto, chamando a decisão da Austrália de suspender seu programa anterior de submarinos franco-australianos “contrária à letra e ao espírito” da cooperação das duas nações.

“A escolha americana de excluir um aliado e parceiro europeu como a França de uma parceria estruturante com a Austrália, num momento em que enfrentamos desafios sem precedentes na região Indo-Pacífico, seja em termos de nossos valores, seja em termos de respeito ao multilateralismo com base no estado de direito, mostra uma falta de coerência que a França só pode notar e lamentar”, disse uma declaração conjunta do ministro da França para a Europa e Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, e do ministro das Forças Armadas, Florence Parly.

“Como única nação europeia presente no Indo-Pacífico com quase dois milhões de cidadãos e mais de 7.000 militares, a França é um parceiro confiável que continuará a cumprir seus compromissos, como sempre fez”, disseram.

Biden na quarta-feira havia dito que a França já tinha uma presença importante na região do Indo-Pacífico e “é um parceiro e aliado importante no fortalecimento da segurança e prosperidade da região”.

O primeiro ministro da Austrália fará uma visita na próxima semana

O anúncio começou com um vídeo com uma montagem de imagens históricas e música emocionante, dublado por um narrador australiano.

“A AUKUS nasceu”, proclamou Morrison, usando a sigla para o grupo.

“Sempre vimos o mundo por lentes semelhantes”, disse Morrison, mencionando valores como liberdade, dignidade humana, estado de direito e independência de Estados soberanos.

Biden deve se encontrar pessoalmente na Casa Branca na próxima semana com os líderes da Índia, Japão e Austrália – o que é conhecido como o “Quad”.

Ele convidou líderes do Japão e da Coreia do Sul como os primeiros dois líderes estrangeiros a visitar a Casa Branca pessoalmente no início deste ano. E sua primeira viagem ao exterior em junho para o Grupo dos Sete e a OTAN também foi focada nas ameaças econômicas e de segurança representadas pela China.

Pela segunda vez desde que assumiu o cargo, Biden falou na semana passada com o presidente chinês Xi Jinping. Ele não discutiu a nova parceria de segurança “em quaisquer termos específicos”, disse o oficial sênior dos EUA, mas enfatizou a Xi que os Estados Unidos planejavam desempenhar um papel importante na região.

FONTE: NPR

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sj1

Chora Macron kkkkk

Allan Lemos

Pois é, engana-se quem ainda pensa que países são “amigos” uns dos outros, o que existe são parcerias de ocasião. Na hora que a coisa aperta, cada um pensa apenas no próprio umbigo. Sempre falo isso àqueles que gostam de falar “o Brasil e o país X são amigos”. Isso não existe, mas sim alianças que duram até onde for conveniente.

Piassarollo

Exatamente

Luis Aurelio Contin

Está aí uma ótima oportunidade para a M.B. aproveitar que a França está chateada, e conseguir que ela nos forneça tecnologia para a construção do reator nuclear naval para o nosso submarino nuclear. Vale lembrar que o Brasil nunca construiu um reator nuclear naval, e que dificilmente conseguirá fazê-lo sozinho.

Camargoer.

Caro Luis. O gargalo são os recursos para executar o projeto. O Brasil tem conhecimento tecnológico para construir e operar reatores nucleares, sejam navais, experimentais ou comerciais.

Luis Aurelio Contin

caro Camargoer. Esta ” estória ” da falta de recursos não se sustenta. Você poderia me informar qual o reator nuclear comercial foi construído alguma vez pelo Brasil? Sei que a INVAP da Argentina tem vários.

Jadson Cabral

Ah, claro. Estamos com um reator nacional quase pronto, prestes a entrar em fase de testes de protótipo e vamos abandonar depois de termos gastado tanto para comprar um reator estrangeiro e com várias limitações. Muito inteligente da sua parte

Antoniokings

Aliança AUKUS contra a China.
O nome já diz tudo no que isso vai dar.
kkkkkk

Luís Henrique

No nosso idioma seria ARUEU.

Camargoer.

Ola AntonioK. Lembrei do Bart Simpson. “Já estava assim quando cheguei”. AUKUS deles, espero.

Antoniokings

kkkkkk

Camargoer.

Caros Colegas. Vejam só, a Austrália vai construir submarinos convencionais com propulsão nuclear. Provavelmente, isso vai afundar a marinha australiana. Imagino que será uma classe de apenas um. Certamente é um erro pois fariam o mesmo com submarinos com AIP. Com o preço deste submarino eles poderiam ter uma frota de 12 submarinos convencionais, muito mais adequado para o enorme litoral australiano. Estes australianos……

Marcelo

Vc pode ter certeza que a australia ira desenvolver missil intercontinental para os submarinos nucleares !!!!
Para barrar os chinesses vai ter que ser desse jeito !!!!

Dalton

O problema Camargo é que a Austrália não quer apenas submarinos para o litoral, tanto que já tem submarinos convencionais relativamente grandes que costuma enviar a longas distâncias, leia-se “China” e queria até 12 ainda maiores.
.
Não dará para ter 12 “nucleares”, mas, fala-se em algo como 8 de propulsão nuclear que com ajuda americana e britânica poderá tornar-se uma realidade.

Camargoer.

Caro Dalton. Sou um entusiasta defensor do SBN brasileiro. Listei em meu comentário as críticas mais populares ao programa brasileiro. Aliás, esqueci de incluir a necessidade dos australianos construírem uma nova base de submarinos com um complexo radiológico. A vantagem dos australianos sobre o Brasil é que eles não precisarão desenvolver uma tecnologia própria para a produção de combustível nuclear ou desenvolver o próprio reator.

Dalton

Ficou mais claro agora, achei que você estaria comparando as necessidades australianas e brasileiras . Não a toa ocorrem “desavenças” por aqui quando não se é muito claro ou não se sabe interpretar 🙂

Camargoer.

Olá Dalton. Sem problema (riso). Assumi que minha defesa do SBN era bem conhecida. Fica tranquilo. Estamos do mesmo lado.

Dalton

A defesa é bem conhecida sim, não ficou claro na hora, ao menos para o “as vezes lento aqui” o sarcasmo 🙂

Mk48

Camargo,

Inicialmente esses submarinos serão operados na base americana de Bangor, mas já com tripulação australiana.
.
Isso se deve ao fato da urgência em colocar esses navios na água operando. Em paralelo vão construir a infraestrutura necessária para mantê-los na Austrália e só depois vão transferir os subs para lá.

Last edited 3 anos atrás by Mk48
Dalton

Bangor é a base para os “Ohios” e para o “Jimmy Carter” enquanto que
os SSNs são baseados no Havaí, a grande maioria, e mais alguns na costa
oeste em San Diego e Bremerton então, os futuros submarinos australianos sendo SSNs, talvez inicialmente operem de bases de SSNs.

Mk48

Dalton,
.
Essa informação sobre Bangor ser a base inicialmente esta circulando em sites de defesa internacionais.

Mk48

Da uma olhada aqui sibre o que te falei de Bangor :
.
https://youtu.be/q00AAF-FMD4

Dalton

Grato “48” ele de fato menciona Bangor e acabo de lembrar que já faz alguns anos que se fala em remover os 2 SSNs da classe Seawolf de Bremerton para Bangor por conta de um pier mais adequado e melhores condições de marés, então, Bangor fará sentido se e quando for necessário !

Allan Lemos

A vantagem dos australianos sobre o Brasil é que eles não precisarão desenvolver uma tecnologia própria para a produção de combustível nuclear ou desenvolver o próprio reator.

Acho que isso seria uma desvantagem, porque nesse caso seria mais ou menos uma compra de prateleira. Ficariam dependentes dos americanos, que dão mostras frequentes que são muito pouco confiáveis.

Camargoer.

Caro Allan, Concordo com você, inclusive fiz outro comentário sobre a vantagem que seria para a Austrália desenvolver um SBN em colaboração com o Brasil por causa da independênncia em relação combustível nuclear. Quando disse vantagem deles não precisarem desenvolver a tecnologia própria para enriquecimento de uranio foi em relação ao tempo necessário para esta etapa e ao seu custo. Eles simplesmente pularam isso e foram direto ao submarino. O Brasil teve que desenvolver as suas próprias ultracentrífucas e reatores

ECosta

Camargoes, pelo que sei existe uma proibição de transferência de teologia de propulsão nuclear. Por isso o Brasil é obrigado a desenvolver a sua própria. Como vão passar essa tecnologia assim para a Austrália existindo esta proibição ?

Camargoer.

Olá Teropode. Sobre os SBN, vamos um de cada vez. Primero o SN10, depois o SN11, SN12… acredito que a MB poderá operar uma pequena frota de SBN (4~5), incorporando talvez um a cada 4~6 anos. Isso manteria cadência. Em 30~35 anos, quando todos os SBR tiverem sido retirados de serviço, a MB teria uma pequena frota exclusiva de SBN operando como uma formidável arma de defesa no Atlântico Sul. Eu concordo com você que o problema com os gastos miliares brasileiros é o tamanho do efetivo, principalmente no EB que consome quase 2/3 dos recursos para manter uma tropa… Read more »

Alison

Parece que tem gente que nao entendeu o sarcasmo comparando com os críticos do programa brasileiro… rsrsrs

Camargoer.

Olá Alison. Verdade. Ainda bem que tive a chance de explicar depois. Acho que agora ficou claro. Sempre fui um entusiasta do SBN e sempre defendi que a MB venha a operar uma pequena frota exclusiva de submarinos com propulsão nuclear.

João

Acho que isso não importa. O que importa é que bem provavelmente ficará pronto antes do sub nuclear brasileiro. Espertos são eles que pulam fora do caro barco Frances.

Camargoer.

Caro João. O que não importa? Não está claro. Sobre os prazos, supondo que os australianos demandarão 18 meses para fazer os estudos e depois 8 anos para projetar e construir o primeiro submarino, significa que o primeiro submarino seria lançado em 2032. Pode ser mesmo que ele fique pronto um ou dois anos antes do SN10. Ou poderão ser lançados juntos. Caso os australianos atrasem um ou dois anos do programa, é possível que o SN10 seja lançado antes. Talvez a MB sinta o orgulho ferido de ser a segunda a lançar um submarino nuclear no hemisfério sul e… Read more »

Xerem

Voce esta enganado e sabe porque ? Porque EUA ,Russia UK nao aceitaram nos passar tecnologia ja a França sim e ai ?

Mk48

Excelente comentário Camargo.
.
Agora é só aguardar o contorcionismo nos comentários dos defensores do fim do programa nuclear brasileiro.
.
Aqui meteram o pau até na classificação de “submarino convencional com propulsão nuclear”, virou mais uma chacota. Agora, como vão explicar que na Australia classificaram do mesmo jeito ? hahahahahha .
.
Já comprei a pipoca.
.
Aguardando…..

Camargoer.

Olá Mk48. Pois é. Tentei fazer um comentário que deveria ser lido muito mais como uma defesa do ProSub do que uma crítica aos australianos, mas como de costume, alguns colegas preferem me ofender. Enfim, vida (perpendicular) que segue. Parabéns aos australianos. Espero que o SN10 seja lançado antes. Seria muito chato depois de tudo a MB ser a “segunda” no hemisfério sul.

Bardini

É… vai afundar a RAN mesmo, já que ele deixou de comprar Navios Patrulha, Fragatas, Aviões e outros vários equipamentos, para comprar esses submarinos.

Antoniokings

Camargoer

É o desenvolvimento natural da situação.
O que os americanos podem conseguir.
Estavam sonhando com uma união com Índia, Vietnã e não sei mais o quê.
No final, se tanto, serão os aliados de sempre.
Agora.
É muito pouco para tentar barrar a China.
Austrália e Inglaterra são nações relativamente pequenas e com sérias limitações, digamos, estratégicas.
Na primeira baforada, o Dragão queima as duas.

Allan Lemos

Camargoer, creio que o termo “submarino convencional com propulsão nuclear” seja um contrassenso,o termo correto é “submarino nuclear de ataque” para os que não possuem SLBM ou “submarino nuclear lançador de mísseis balísticos” para os que possuem. O primeiro termo é uma idiossincrasia brasileira.

Last edited 3 anos atrás by Allan Lemos
Camargoer.

Olá Allan. O termo “submarino convencional com propulsão nuclear” foi adotado pela MB para classificar o SN10 para destacar que é um submarino equipado com armas convencionais. Existe uma discussão no PN há algum tempo se o termo seria ou não adequado. No meu primeiro comentário fiz uma listagem de todas as ncríticas que costumam ser feitas aos SN10 da MB, inclusive sobre essa definição. A despeito dos nomes que a MB ou a RAN adotarão, as duas classes de submarinos serão similares quanto ao tipo de propulsão e tipo de armamento.

Allan Lemos

Mas não deixa de ser uma nomenclatura sem sentido, Camargoer. A MB só a adota porque tem medo das críticas internacionais, não por alguma razão prática.

De todo modo, as críticas ao nosso programa são infundadas.

Camargoer.

Olá Allan. A MB tem muitos problemas e cometeu muitos erros ao longo dos anos, mas acredito que o ProSub e o SBN foram decisões acertadas. Muitos colegas defendem que o SBN arruinou o orçamento da MB. Creio que a MB teria os mesmo problemas com ou sem SBN. Acredito que o SBN seja vítima dos erros da MB, e não o seu vilão.

Allan Lemos

Concordo e acrescento que o SBN mudará o patamar da MB e nos dará um poder de dissuasão que não teríamos apenas com submarinos convencionais.

Camargoer.

Olá Allan. Há uma tese de um oficial da MB que analise o cenário dissuasório de um submarino nuclear contra a USN na Atlântico sul (que seria o pior cenário para a MB). De modo resumido, ele mostra que uma pequena frota de SBN seria o suficiente sustentar uma guerra de atrito contra uma força-tarefa agressora com poder naval superior ao da MB. Ou, que uma pequena frota de SBN é suficiente para impor um efetivo poder de dissuasão sem a necessidade de armamento nuclear.

AK-130

Contra críticos internos mesmo. Você sabe muito bem como a mídia é pilantra, principalmente no Brasil. Se a MB chamasse mesmo de “submarino de ataque”, você acha mesmo que não haveriam matérias do tipo “atacar quem? Brasil quer atacar os outros, quer oprimir os outros”, e mais do que a mídia, a classe política. Acha mesmo que liberariam recursos para esse projeto? Logo a turma do “defesa pra que?” Pensa um pouco aí cara

Lemes

Bom, pelo menos a marinha australiana já tem uma esquadra de superfície robusta e um programa em andamento para substituir a esquadra “já existente”. Que eu saiba nenhum submarino convencional australiano ficou anos parado por falta de verbas para sua manutenção. Na Austrália (ao contrário daqui) eles tem um orçamento de defesa dimensionado e pensado para suas necessidades. Melhor ainda: um orçamento de defesa que é levado a sério pelo governo e sociedade australianos. Então sim, nós muito provavelmente não passaremos de um submarino nuclear (em alguma data não sabida e apenas sonhada), enquanto os aussies terão seus oito ou… Read more »

Camargoer.

Caro Lemes. Há anos defendo que o problema das forças armadas brasileiras é estrutural, baseado em cenários anacrônicos, com um exército disperso, que consome quase 2/3 dos recursos para manter mais de 250 mil tropas mal equipadas e mal treinadas, esperando um cenário de invasão improvável. Nos últimos cem anos, as duas maiores operações militares foram expedicionárias (FEB e Minustah) ou operações aéreas (contra submarinos alemães, interceptando o Vulcan e o cargueiro com armas). Uma invasão só ocorrerá após a MB e a FAB terem caído e o EB será incapaz de sustentar uma defesa sem superioridade aérea. Portanto, as… Read more »

sergio

Caro Camargoer, depois que a Coreia do Sul colocou aqueles misseis balísticos em um sub. convencional, eu não duvido mais de nada rsrsrsrsrs.

Luís Henrique

A ideia, pelo que li, continua em uma frota de 12 Submarinos. Porém, em vez de 12 super submarinos convencionais, caríssimos, diga-se de passagem, serão 12 submarinos nucleares de ataque.

Só na sua cabeça que o submarino nuclear é assim tão mais caro, a ponto de terem que reduzir de 12 para 1.

Luís Henrique

Bom, havia lido uma matéria falando em 12 submarinos nucleares. Agora já surgiram novas matérias falando que pretendem 8, no mínimo.
Uma bela frota de qualquer maneira.

Camargoer.

Caro Luiz. Um submarino convencional (sem AIP) custa algo em torno de US$ 220 mil por tonelada. Um submarino com propulsão nuclear custa em torno de US$ 330 mil a tonelada. Um SBR custa algo entre US$ 450~550 milhões (dependendo do armamento e do investimento no estaleiro). Um submarino com propulsão nuclear custa entre US$ 1,5 e US$ 2 bilhões, dependendo se levará mísseis balísticos e da escala de produção. Portanto, o SBN brasileiro custará entre 3~4 SBR, dependendo de como é feita a conta. A frase “será o único de uma classe” é um dos comentários que se repetem… Read more »

carvalho2008

um pouco mais, de 4 a 5 SBR….e deve-se ainda contabilizar o custo do ciclo de vida operacional ate o seu descarte….não sai barato não….nos Nae Americanos, eles estimaram inclusive a diferença de custo em face da fração da tripulação especializada a qual tem salario maior que a tripulação equivalente numa motorização normal….até isto conta…

EduardoSP

A única diferença é que eles tem um problema estratégico bem próximo, equipado com submarinos nucleares.

BK117

Caro amigo Camargoer,

Esqueceu de incluir que “não vai acontecer, porque ouvimos a marinha australiana falar de subnuc desde os anos 70 e até agora nada” e que “com a grana dá pra comprar 16 subs, 32 Destroyers, 64 Cruzadores e 128 porta-aviões”!
hahahahahaha

Abraços!
p.s.: parece que muita gente não entendeu a crítica…

Camargoer.

Olá Bk117. Você tem razão. Depois eu tive a chance de explicar. Acho que depois ficou claro que defendo o SBN, né?

BK117

Claro como água, caro amigo!

AK-130

Dálhe, Camargoer, dálhe, hahahahahaha. Mas não atira na cara não, pra não estragar o velório, hahahaha.

JagdVerband#44

Cara, acho que seu palpite está ligeiramente errado. O tempo dirá.
Geralmente o pessoal não erra nessa área.

Camargoer.

Olá Jag. Eu espero estar certo sobre o SN10. Sou um entusiasta defensor do SBN na MB.

Omaha

Não sei quanto ao custo de operação, mas o de aquisição dos 12 Barracuda convencionais estava saltando de 40Bi para 70Bi de dólares para a Austrália, enquanto a aquisição de 6 Barracudas nucleares pela França estava saindo por 10Bi, os australianos devem ter levado em conta também, além do custo q estava subindo, o tempo de patrulha na região, deixo abaixo a imagem q vi em um site gringo comparando o tempo de patrulha entre um convencional e um nuclear na região.

Last edited 3 anos atrás by Omaha
Marcelo

Estava na cara que os australianos iria pular fora do contrato !!!
A indústria nacional americana e inglesa deve estar rindo a toa com essa contrato de mais de 100 bilhoes de dólares !!!!!

Nick

Simples: Fabriquem sob licença 6/8 subs classe Virginia em território australiano.

Camargoer.

Olá Nick. Se os australianos tivessem conversado com o Brasil, poderíamos ter fornecido a tecnologia para os australianos…. isso teria resolvido diversos problemas.. estes australianos…

Vinicius 023

Tá brincando, né?

Camargoer.

Caro VInicius. Eu não brinco com os interesses do meu país.

carvalho2008

Se os americanos realmente quisessem uma parceria estratégica com o Brasil, eles poderiam é ter patrocinado o repasse do projeto do Alvaro Alberto para os Australianos e assim, abarcariam dois aliados ao mesmo tempo…haveriam Alvaros Alberto sendo construidos no Brasil e na Australia, com alguma muito provavel compatibilização de peças do scorpene….e ai todos ficariam felizes….

conversa seria mesmo seria assim…neste nivel…

Bardini

Esse aí vive em uma realidade paralela…

Camargoer.

Caro Bardini. Discordo. Escolhi uma realidade ortogonal. Uma realidade paralela seria o mesmo que viver a normalidade. “Mais louco é quem diz que não é feliz”.

Augusto

Bardini, e custoso acreditar que alguém escreveria uma sandices dessas estaria falando serio.

Ele deve estar considerando o enorme ganho que os Australianos teriam com economia de escala.

Nascimento

E qual país deixaria de comprar SSN americano para comprar o SNBR brasileiro?

Camargoer.

Caro Nascimento. Depende do que for conversado e do que estiver sendo colocado no acordo por exemplo a tecnologia de enriquecimento de urânio, o projeto do reator, o “código-fonte” do controle dos reatores, etc. Uma coisa é comprar um equipamento como uma caixa-preta. Outra coisa é poder abrir a caixa-preta.

Nascimento

Ou seja: Só optariam pelo SNBR caso quisessem a tecnologia do reator nuclear. Caso contrário, em todos os outros quesitos existem SSNs muito melhores que o nosso no mercado. Além do suporte militar que os americanos darão pros australianos em caso de guerra e com isso nós não podemos competir.

Camargoer.

Caro Nascimento. Exato. Tanto a tecnologia do reator quanto a de enriquecimento do combustível. Também há um fator político importante. Uma coisa é ter uma aliança com os EUA no contexto do enfrentamento com a China. Outra é ter uma aliança com o Brasil. Em termos diplomáticos, seria muito mais fácil explicar para os chineses que os australianos estão interessados em sua própria defesa ao desenvolverem um submarino nuclear com o Brasil do que tentar explicar para os chineses que essa aliança com os EUA seria apenas para a defesa da Austrália. Tenho a impressão que os australianos repetem o… Read more »

Nascimento

Tem razão. Inclusive li numa revista há anos atrás que o helicóptero de ataque preferido pelos australianos era o Rooivalk sul africano, tinha maior raio de alcance, resistente ao clima local semi-árido/cerrado. Depois preferiram a porcaria de uma versão do Tiger europeu que sequer existia e agora vão pro colo do Tio Sam no Apache. E vale lembrar que não há um país que tenha entrado na esfera de influência americana e não tenha se tornado muito dependente do mesmo. E digo mais, caso o povo americano esteja num cenário hipotético, cansado de conflitos, será que os americanos iriam de… Read more »

Last edited 3 anos atrás by Nascimento
Fawcett

De fato a política externa deste período só trouxe prejuízos ao Brasil. Quase perdemos os ricos mercados árabes por conta da tal transferência da embaixada brasileira para Jerusalém. Não creio que os australianos cometam os mesmos erros pois os seus interesses estão alinhados com os americanos.

luizmachado

Temos um programa de construção de submarinos capenga e se arrastando, somos um anão político e um país irrelevante para os australianos.

Não temos autonomia tecnológica e nem dominamos tudo que deveríamos nem para o Labgene o que dirá transferir tecnologia para outro país.

Nascimento

Mas temos a tecnologia que os americanos provavelmente jamais passarão para os australianos, esse é o argumento do Camargoer.

Camargoer.

Olá Nascimento. Exatamente isso.

Rafael

Temos mesmo? E passaríamos nossa super tecnologia sensível, secreta e soberana?

Marcelo Baptista O comunista

Eu acho que temos todas as condições técnicas para construir os SNBR.
Nosso problema é de:

  • Gerenciamento de projetos;
  • Fluxo de caixa continuo;
  • Apoio politico (Sendo este o mais importante e o que garantiria os anteriores).
Vinicius 023

Os parceiros já oferecerem uma tecnologia madura e testada. Fora a parceria de longa data entre os países.

Camargoer.

Caro Vinícius. Há uma diferença entre adquirir e operar um equipamento militar com restrições de acesso tecnológico e ter pleno acesso. O exemplo dos F35 pode ser usado. O aparelho é ótimo e seu desempenho superior á maioria dos seus oponentes, mas com raras exceções, os operadores estrangeiros têm acesso restrito ás tecnologias.

Glasquis 7

Nossa Camargoer, vc está falando sério?

Camargoer.

Caro Glasquis. É claro que os australianos irão desenvolver o programa de submarinos nucleares com os EUA e Ingleses. Eles têm uma aliança militar muito forte desde o pós-guerra. Além disso, os australianos não tem uma tecnologia para enriquecimento de urânio, portanto eles precisam de um acordo que garanta o combustível para seus submarinos, sem falar que este acordo está no contexto de confrontar a China, que é essencialmente o novo eixo da política externa dos EUA. Nem vou especular sobre o financiamento do programa e acordos paralelos (talvez envolvendo outras áreas militares). Portanto, a ideia que os australianos assinariam… Read more »

Dalton

Partindo do princípio Camargo que irá ocorrer de fato, os australianos deverão utilizar tecnologia americana/britânica que favorece uranio altamente enriquecido onde submarinos não precisam ser “reabastecidos” durante os cerca de 35 anos de vida.
.
Isso não quer dizer que seja melhor que o método francês onde submarinos precisarão ser “reabastecidos” duas vezes já que a França conta com uma boa infraestrutura para uso civil de energia atômica e se aproveitará de períodos de revitalização para o “reabastecimento” dos mesmos e sim que os australianos não precisarão disso facilitando um pouco as coisas.

Camargoer.

Olá Dalton. Você tem razão. Provavelmente o reator será do tipo que usa combustível com elevado nível de enriquecimento, sem falar que qualquer manutenção provavelmente será realizada nos estaleiros dos EUA. De fato, isso reduz muito os custos de desenvolvimento para os australianos. Se de um lado, eles ganham tempo e simplificam o programa adquirindo um submarino com tecnologia dos EUA, eles perdem a oportunidade de implementar uma tecnologia dual. Isso significa que em termos gerais, o programa sai mais caro também porque ele será incapaz de gerar ganhos econômicos. No caso brasileiro, a fábrica de combustível, por exemplo, abastece… Read more »

Mk48

Dalton, . Creio que EUA e UK irão transferir muito mais que tecnologia para o reator. . A Australia não fabrica submarinos, muito menos nucleares. . Muito Diferente do acordo feito entre EUA e UK em 1958. Os britânicos basicamente só precisavam da parte relativa a propulsão nuclear. . Lembrando que o HMS Churchill teve instalado um reator Westinghouse. A Rolls Royce só conseguiu fazer os seus reatores bem mais depois. . Creio tambem que esses subs , ao menos os primeiros (sao cogitados 8) , devam ser construidos nos EUA, até para aproveitar a capacidade ociosa de seus estaleiros… Read more »

Last edited 3 anos atrás by Mk48
João Adaime

Caro Mk48
Conforme o texto, “Morrison disse que a frota seria construída em Adelaide, Austrália.”
Lembrando que Scott Morrison é o primeiro ministro australiano. Isto dá a entender que todos serão montados lá.
Abraço

Mk48

Prezado João.
.
Sim, no entanto todos os analistas internacionais hoje dão como certo que ai menos as primeiras unidades serão construídas nos EUA.
.
Inclusive , num primeiro momento, haverão também tripulantes americanos embarcados para auxiliar e ensinar as tripulações australianas como operar esses navios.
.
Abs

Dalton

“48” a memória eventualmente me trai, mas, estou certo que foi o HMS Dreadnought o primeiro SSN britânico é que teve o reator da Westinghouse…os 3 Churchill vieram um pouquinho depois. . E embora seja especulação, não será fácil a construção desses submarinos nos EUA pois não há a médio prazo condições de aumentar a produção do “Virginia” de duas para 3 unidades o que é considerado vital para aumentar o número de submarinos que irá cair nos próximos anos com a retirada de um número maior de antigos e os “Block V” serão maiores demandando mais tempo e recursos.… Read more »

Mk48

Dalton, na verdade eu que me confundi.
.
O primeiro foi de fato o HMS Dreadnought, S101. Você está correto.

Mk48

Com relação a construcão dos submarinos, realmente no momento, há muita especulação. . A única classe de SSN produzida hoje nos EUA é a “Virginia”. É um navio grande, complexo e requer uma tripulação numerosa. . A RAN hoje já enfrenta falta de tripulantes para os Collins. . Por sua vez, o UK está encerrando a produção dos “Astutes”, que é menor que o “Virginia”, tripulação menor, mas quase o mesmo preço. . Pode ser também que EUA e UK optem por desenvolverem um novo modelo de SSN para a Australia, mais simples de operar e com tripulação menor. .… Read more »

Mk48

Dalton,
.
A Australia , assim como o Brasil, é signatária do Acordo de Não Proliferação de Armas Nucleares.
.
Nessa condição como fará para operar reatores com uranio altamente enriquecido ?
.
Essa é uma , entre várias outras relacionadas ao mesmo assunto , que precisam ser esclarecidas.
.
Se EUA e UK permitirem a Australia rasgar o acordo, vão abrir um prescedente perigoso. O que dirá o Irã, por exemplo ?
.
A ver.

Willber Rodrigues

Como todo o respeito, mas…
Venderíamos aos australianos…o quê?
Uma maquete/protótipo de reator nuclear que se arrasta desde os anos 80? De um subnuclear que já atrasou e teve seu cronograma atrasado e revisto trocentas vezes?
De um suposto subnuc BR que até hoje não teve nenhum parafuso feito, e nem se sabe quando irá pra água?
Porque diabos os australianos comprariam isso da gente?

Last edited 3 anos atrás by Willber Rodrigues
Camargoer.

Caro Wilber. Eu disse que o Brasil e a Austrália poderia desenvolver JUNTOS um submarino com propulsão nuclear, tendo como ponto de partida a tecnologia de enriquecimento de urânio, coisa que o Brasil tem em nível comercial e a Austrália não tem. Daqui o pobre diabo em paz.

Willber Rodrigues

Ok. E por qual motivo um australiano deveria se associar com o Brasil pra “desenvolver” algo que estamos penando pra desenvolver a mais de 40 anos, e sem previsão de término, ao invés de bater na porta dos EUA ou Inglaterra, países dos quais a Austrália tem uma parceria comercial/militar fortíssima, e com ambos já tendo essa tecnologia madura e funcional a décadas? Aliás…se fosse o caso de parcerias de desenvolvimento, não deveria ter sido o Brasil a ir atrás dos australianos pra propor isso, a anos atrás? Não deveríamos ter sido nós a propôr isso aos indianos anos atrás,… Read more »

Camargoer.

Caro Wilber. Eu disse que esta parceria seria excelente PARA O BRASIL, porque resolveria vários problemas da MB. Para a Austrália, seria diplomaticamente mais fácil apresentar uma parceria com o Brasil do que com os EUA. Sobre os indianos, lembro que defendi que o Brasil e a Índia poderia ter juntado esforços na produção do Rafale. Aliás, eu defendo que o Brasil faça parcerias com o Chile e com a Argentina também para a produção local de NaPaOc e, se possível, de submarinos convencionais.

Willber Rodrigues

“Para a Austrália, seria diplomaticamente mais fácil apresentar uma parceria com o Brasil do que com os EUA” Bom…aparentemente, não foi isso que ocorreu… “Sobre os indianos, lembro que defendi que o Brasil e a Índia poderia ter juntado esforços na produção do Rafale.” Ou…poderíamos ter feito uma parceria com os indianos pra fazer Gripens, em troca de comprar-mos deles tecnologias pra desenvolver mísseis de cruzeiro supersônicos. O Brasil é um país curioso…não usamos nossa diplomacia pra nos associar e fazer parcerias com quem poderia ter algo a nos acrescentar, e depois reclamamos que ninguem chama a gente pra fazer… Read more »

Camargoer.

Caro Wilber. Está claro que a Austrália privilegiou o acordo militar e a reportagem menciona a contrariedade tanto da China quanto da França. A diplomacia brasileira sempre foi muito boa e profissional…até ocorrer o apagão “ernesto araújo”, quanto foram destruídos décadas de esforço diplomático. Colaboração diplomática se faz com aqueles que podem dar algo para o Brasil e com aqueles para quem o Brasil pode dar algo. A ideia de compartilhar o F39 com a Índia é muito boa, assim como teria sido ótimo organizar um consórcio latino-americano para a construção de NaPaOc. Acho que ficar esperando ser convidado pode… Read more »

Jefferson

A Austrália tem 50 bi de euros para torrar em submarinos, isso da mais de 300 bilhões de reais.
Segundo pesquisei, os valores corrigidos de um astute no Reino Unidi gira em torno de 2 bilhões de euros. Digamos que os australianos paguem 5,5 bi de euros para construir na Austrália já com transferência de tecnologia e instalações, então os 8 submarinos especulados pelos sites custarão 44 bi de euros.
Ainda sobra 6 bilhões de euros para comprar 6 fragata F100 da Espanha kkkkkkkk

Camargoer.

Caro Jeff. A conta é outra. Podemos estimar o valor de cada submarino em torno de US$ 2 bilhoes, como você colocou. Esse valor serve co.o referência, independente de onde ser construído. Supondo um frota de 10 submarinos, o valor chega a US$ 20 bilhões. Supondo investimentos de US$ 5 bilhoes em instalações para a construção e operação dos submarinos nucleares, sobram US$ 25 bilhoes para operar a frota por 30 anos, ou aproximadamente US$ 100 milhões por ano por submarino., Isso incluindo todo o aparato radiológico. Pode usar este valor para estimar o custo do SN10.

Matheus

Voce queria que a MB tirasse a tecnologia daonde? Daquele lugar?
Começar a desenvolver do 0 até a total dominancia APENAS da geração de combustivel nuclear leva no mínimo uns 20 anos, isso com tudo dando certo.

Vocês querem ficar comparando a Austalia que tá recebendo tudo literalmente de presente com um país que teve que começar tudo do ZERO sozinho.

Isso não é ignorancia, é burrice mesmo.

Willber Rodrigues

“Vocês querem ficar comparando a Austalia que tá recebendo tudo literalmente de presente com um país que teve que começar tudo do ZERO sozinho.”

Eu fico me perguntando….
Se o Brasil fosse até os EUA, com um cheque poupudo, querendo tecnologia de subnuc, os EUA nos forneceriam, com direito a nos levar pra um jantar, com canapés e tapete vermelho na entrada, igual eles estão fazendo com os australianos?
Ou diriam “não”, que isso “é demais pra nós”, e que “não precisamos disso, pra não alterar o equilíbrio de poder na região”?

Matheus

Amigo, o Brasil poderia oferecer o estado do Amazonas inteiro que os Americanos não nos daria tal tecnologia. Vocês esquecem da putaria enorme que foi no fim dos anos 90 quando a AIEA bateu na nossa porta querendo ver as nossas centrífugas porque achavam que o Brasil estava enriquecendo urânio pra bomba. Australia é um país culturalmente e etnicamente muito mais próximo dos EUA do que o Brasil é com o mesmo, ninguem nunca vai nos vender tecnologias extremamente sensíveis como essa. Ver gente reclamando de que “AI DEMOROU 40 ANOS ISSO 20 ANOS AQUILO” é o supra-sumo da ignorancia,… Read more »

Camargoer.

Caro Wilber. No final da década de 80, os EUA ameaçaram boicotar a venda de combustível nuclear para Angra I, a despeito do acordo existente entre os dois países quando foi adquirida a usina. Os EUA vetaram diversos dispositivos de uso militar ao Brasil, inclusive detectores de infravermelho para a fabricação de mísses ar-ar. As ultracentrífugas foram desenvolvidas localmente e sob sigilo.

Jacinto

A questão é mais ampla porque além do programa nuclear, o Brasil também tem (ou tinha?) o “veículo lançador de satélite” – o VLS – que até a “Velhinha de Taubaté” sabe que era um míssil balístico dissimulado.

Willber Rodrigues

Pois é…
Com um aliado desses, eu fico me pergunto se a China ou Russia são mesmo os nossos “inimigos”…

Camargoer.

Olá Teropode. Não mesmo o que? Sobre qual comentário meu você se refere aos cegos atravessando a Autoban?

Gilson

Claro que a Austrália, tem o direito de decidir o cancelamento dos submarinos, o dinheiro é do povo da Austrália, mas também não deicho de pensar que: o programa do submarino nuclear brasileiro, pode influenciar marinhas mundo a fora.

Paulo Araujo

Havia 56 bilhões quicando na área.
Os EUA e os Ingleses lembram aos franceses que aliados , aliados., mas negócios são à parte.
E rasteiras acontecem…

Pedro Bó

Índia, Coréia do Sul, Japão e Austrália. E assim os americanos tentam fechar o cerco sobre a China. Mas já não será muito tarde para conter o poderio chinês?

Glasquis 7

Não se pode deter o avanço de uma nação como a China. Apenas se pode tentar contra restar mas, para isso EEUU precisa da ajuda de muitas nações. Principalmente das nações do eixo pacífico.

Andromeda1016

A China é um país muito instável e sua ruina virá de dentro e acredito que a saída dos gringos do Afeganistão teve o fim de iniciar esse processo de intensificar a instabilidade dos chineses.

Glasquis 7

É, se a gente olhar a terra desde a Andrômeda, deve dar essa sensação mesmo…

Fawcett

Mano, você entende nada de China. Abra uma banquinha de astrologia que suas previsões furadas podem enganar alguns ignorantes.

Andromeda1016

Me enfrente com argumentos em vez de ofensas.

LUCIANO DO PRADO

Creio que a idéia não seja conter, apenas balancear, já que no ritimo atual a China se tornaria um problema muito maior para os americanos, caso eles não tomassem decisões como essa.

FRANCISCO MARCELIO DE ALMEIDA FARIAS

Muita sacanagem esta que a Austrália fez com a NAVAL GROUP e com a França, está na hora da Framatome Inc., do Grupo AREVA, ajudar oficialmente na conclusão do reator do LABGENE.

Mk48

Francisco, a França ainda vai muita grana com a quebra contratual. Não vai sair de mão abanando não.

Willber Rodrigues

1- disse, a um tempo atrás, que com a China botando as grarras de fora e ganhando massa muscular, era só questão de tempo até que a Austrália, Japão e CS finalmente fizessem seus subnucs. A Austrália já deu o primeiro passo nisso. Aposto que o próximo será a CS, nos próximos anos. 2- a algum tempo atrás, saiu uma matéria aqui na trilogia, mostrando que os EUA pressionaram seus aliados europeus pra que não fornecessem tecnologia nuclear pra nós, pois viam nosso programa de subnuc com preocupação. Os mesmos EUA que vão, de bom grado ( e por uma… Read more »

Marcelo Baptista O comunista

Temos uma maldição ou benção, depende do ponto de vista, a AS é uma região estável do ponto de vista Geopolítico, os adversários dos EUA estão do outro lado do planeta. Portando justificando o suporte a Austrália e não ao Brasil.
Além da visão antiga dos EUA de não incentivar uma suposta corrida armamentista na região, tentando mantê-la calma.

Willber Rodrigues

É uma bênção, mas que transforma-mos em maldição. O fato de estarmos em região “estável” é a desculpa perfeita pra que a gente negligencia nossas FA’s.
A verdade é que até as nossas FA’s, no fundo, tamem acham que tá bom assim mesmo, e não há motivo pra mudar.

“Além da visão antiga dos EUA de não incentivar uma suposta corrida armamentista na região, tentando mantê-la calma.”
Ou, por causa da visão norte-americana de ver qualquer país abaixo da fronteira mexicana como uma “banana republic”.

Jacinto

Japão e Coreia do Sul não precisam de sub nucleares, já que estão muito mais próximos da China. Parece que a Coreia o Sul andou testou ontem um SLBM…

AK-130

E ainda dizem que deveríamos ter comprado F-35

Dumont

Interessante observar o impacto nas (nossas) negociações de salvaguardas. A princípio positivo mas não necessariamente…

Gabriel BR

Toma Lacron kkkkkkkkkkkk

Luís Henrique

Me desculpem os colegas franceses, mas depois que o Macron veio questionar a soberania brasileira sobre a Amazônia, eu gostei muito do ‘chapéu’ que eles levaram dos EUA. kkkkkkk O maior contrato militar da história da França veio por água abaixo. kkkkkk

Jefferson

Excelente decisão da Austrália. Essa ideia de compartilhamento entre os 3 países é fundamental. Nos próximos meses certamente entrarao nova Zelândia e Canadá.
A ideia é a padronização, iniciativa, redução de custos etc…entre os países.
Reino Unido, Canadá e Austrália usarão a mesma fragata pesada (destroier) type 26, foi encomendado 32 unidades…os EUA erraram em não ter entrado nesse acordo, seria incrível. Acho que esse é o futuro. De certa forma o f35 é uma pequena amostra disso…aeronave usada por diversos países aliados.
Por fim, mais de 50 bilhões de euros por 12 submarinos convencionais é coisa de LOUCO!

DanielJr

Eu acho que a Nova Zelândia não via entrar em nada. Eles ficam esperando a Austrália fazer alguma coisa. Não sei se já aposentaram alguns A-4 skyhawk que eram os únicos jatos de combate deles, me parece que não iriam ter mais caças, somente aeronaves de outros tipos.

Eles estão em uma direção de diminuição do poder de fogo.

Nascimento

O acordo ficou mais caro devido ao TOT australiano que envolvia muitas coisas. Abraços.

Agnelo

Era de se esperar.
Com a China aumentando sua capacidade de projetar poder sobre terra, com seus N Ae e FN, a Austrália, com compromissos na região com os EUA e aliados, teve de ter um meio mais dissuasório.
Assim o Japão está com seus “NAe”.
Assim todos buscam caças furtivos.
Assim o $$ de todos os lados vai nisso por muito tempo.

cinturão de orion

Decisão acertada. Como os australianos já tiveram sérios, senão irreversíveis, problemas com o desenvolvimento e operação de sua Classe Collins, e tendo a ameaça crescente da China na região de influência geopolíticoeconômica da Austrália, melhor deixarem o (looongo) investimento e tempo necessários para desenvolver os Subs de propulsão Nuc com base na plataforma da Naval Group e partir direto para uma apropriação digamos “de prateleira” de uma tecnologia ultra sensível.

Augusto

Afinal o Macron já tinha se posicionado que a França iria manter a neutralidade com relação a China. Para a Austrália e muito mais vantajoso se aliar geopoliticamente com países que possam a vir ter o mesmo inimigo em comum.

E afinal 50 bilhões de dólares para 12 submarinos convencionais era uma preço bem “camarada” dos franceses. E um baita “negocio” da França.

Alex

Esse bromance pode ser muito bonito no campo militar, mas há um detalhe no sentido mais amplo da relação EUA-Austrália que mostra bem o preço a se pagar por ser “aliado”: a Austrália encampou a agenda americana anti-China, a ponto até de comprometer substancialmente sua relação econômica com o país asiático: vinhos, carnes, algodão, madeira, carvão australianos sendo barrados por sobretaxas na alfândega chinesa. Artigos na mídia de língua estrangeira falando em recessão certa na Austrália, seja por causa da covid-19, seja agora reforçada por esse boicote em off dos chineses. Mas, o detalhe mais interessante e que é de… Read more »

Camargoer.

Olá Alex. Comentei algo neste sentido. Quando a Austrália faz uma aliança com os EUA em torno da criação de um cordão sanitário em torno da China, ela acaba comprometendo a sua política externa em torno deste eixo. Fica difícil a Austrália alegar que estes submarinos nucleares serão apenas para a sua defesa de modo abrangente. Ficou óbvia a estruturação de uma força contra a China. Neste aspecto, se os Australianos tivessem se aproximado do Brasil para montar uma frota de submarinos nucleares a partir do SBN, inclusive com mediação francesa, seria fácil colocar o aspecto “defensivo” e “dissuasivo”. Acho… Read more »

DanielJr

Oi Camargoer. Penso eu que esta movimentação que, sim, chama muita a atenção, serve para marcar posição de que lado a Austrália está, até onde quer chegar e com quem (este último é importante, apesar do apoio não ser garantido, como sabemos). Desse modo, falando apenas tecnicamente e não desmerecendo o nosso SUBNUC, a Austrália escolhendo o projeto americano-inglês terá uma máquina mais madura em mãos, e isso é uma boa vantagem na hora H. Se o ambiente em que a Austrália estivesse inserido fosse mais calmo, a sua ideia faria mais sentido. Eles engajariam no projeto onde teriam boa… Read more »

Fawcett

Não creio que a China feche o seu mercado para os australiano pois ela é um dragão faminto por recursos. É mais fácil os chineses deixarem a situação em banho maria para, no futuro, adotar uma contramedida menos óbvia e mais vantajosa. Quando o assunto é planejamento a longo prazo os chineses são mestres. Poucos países conseguem estabelecer metas para daqui a 30 anos.

José

Galante
Li uma matéria sua aqui (não estou lembrado se de 2017 ou 2018) que tratava sobre a grande quantidade de submarinos britânicos nucleares desativados mas que não tiveram seus reatores retirados (por falta de verba ou mesmo local para armazenar o material radioativo).
Estou procurando informações atualizadas mas não consigo encontrar.
Você têm essas informações ou pode indicar um site pra pesquisar?
Desde já agradeço.

Jadson Cabral

É como sempre foi, é e sempre será. Não existe produto que não esteja a venda se você tem dinheiro suficiente para pagar o preço.

WSilva

Quanto mais bem armada a Australia estiver, pior será para Índia, pois eles tem uma rixa braba em relação a área de influência de seus mares.

Adriano Madureira

“EUA vão compartilhar tecnologia de submarinos nucleares com a Austrália”…

Americanos são tão bonzinhos… Até parece que o almoço será grátis para os australianos.

Nonato

56 bilhões dólares é muito dinheiro.
Para quem paga e pquem recebe.

Fabio Araujo

Com o dragão chinês tão voraz tão perto, estão certo de investir, se o clima de confronto e provocações não diminuir ( dos dois lados ) poderemos ter uma guerra na região

Nonato

Bem feito para Macron, que sempre falou mal de Trump só porque ele exigiu que os europeus pagassem por sua própria defesa.
Biden não era o queridinho dos europeus?
56 bilhões por uns poucos submarinos é muito dinheiro.
Daria para comprar 5 porta aviões classe Ford…
O acordo está certo, a forma foi errada.
Deveriam ter discutido com a França.
A Austrália decidiu que precisa de submarinos com propulsão nuclear.
Mas poderia ter alguns convencionais também…
O que já foi feito, quanto já foi gasto?
Há previsão de multa por rescisão?