Aukus: Secretária de Relações Exteriores do Reino Unido defende acordo de segurança em meio a críticas
O novo acordo de segurança do Reino Unido com os EUA e a Austrália o tornará mais seguro e poderá criar centenas de novos empregos, disse a nova secretário de Relações Exteriores.
O pacto, conhecido como Aukus, fará com que a Austrália receba tecnologia para construir submarinos com propulsão nuclear.
Liz Truss disse que isso mostra a disposição do Reino Unido em ser “cabeça-dura” na defesa de seus interesses.
Mas a França, cujo próprio acordo de submarino com a Austrália foi frustrado como resultado, criticou o acordo.
A França chamou seus embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália para consultas em resposta, enquanto a China acusou as três potências de terem uma “mentalidade de Guerra Fria”.
A aliança – amplamente vista como um esforço para conter a influência da China no contestado Mar da China Meridional – foi anunciada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e seu homólogo australiano Scott Morrison no dia 15 de setembro.
Escrevendo no Sunday Telegraph, a Sra. Truss disse que a parceria mostra o compromisso do Reino Unido com a estabilidade na região do Indo-Pacífico.
Ela escreveu: “As liberdades precisam ser defendidas, portanto, também estamos construindo fortes laços de segurança em todo o mundo.
“Trata-se de mais do que política externa em abstrato, mas favorecendo as pessoas em todo o Reino Unido e além, fazendo parceria com países com ideias semelhantes para construir coalizões baseadas em valores e interesses compartilhados.”
Truss, que foi promovida de secretária de comércio internacional a secretária de relações exteriores na remodelação desta semana, disse que o pacto “não só nos tornará mais seguros em casa, mas também pode criar centenas de empregos novos e altamente qualificados, nos estaleiros de Govan para as fábricas de Tyneside”.
O pacto, que também verá os aliados compartilharem capacidades cibernéticas, inteligência artificial e outras tecnologias submarinas, foi descrito como mostrando “profundas mudanças estratégicas” pelo conselheiro de segurança nacional do Reino Unido, Stephen Lovegrove.
Mas alguns expressaram temor de que isso possa provocar uma guerra com a China.
Esta semana, a ex-primeira-ministra Theresa May perguntou a Johnson sobre as “implicações” da parceria no caso de uma invasão chinesa de Taiwan.
O Taiwan democrático se vê como um estado soberano, mas Pequim aumentou a pressão sobre a ilha, que considera uma província separatista.
O Sr. Johnson disse aos parlamentares que o acordo de Aukus “não tinha a intenção de ser adversário” para a China, mas o Reino Unido estava “determinado a defender o direito internacional”.
Diplomacia desajeitada, emoções exacerbadas e sigilo de espião: a disputa sobre o novo pacto de segurança entre o Reino Unido, os EUA e a Austrália tem de tudo.
Mas em meio às invectivas cada vez mais estridentes dos humilhados ministros franceses, há uma verdade fundamental: o Ocidente está lutando para se decidir sobre a China. Washington agora se juntou a Canberra e Londres para agirem juntos para enfrentar o desafio da segurança.
Outros países – especialmente alguns na Europa – são menos agressivos, ainda tentando separar a diferença entre cooperação econômica e competição estratégica com Pequim.
A França está furiosa com a quebra de contrato pela Austrália e a falta de confiança demonstrada pelos EUA e Reino Unido.
Assim, fala-se nos jornais franceses de mais retaliações, para além da reconvocação de embaixadores, talvez envolvendo a Otan.
Outros especulam que essa disputa pode finalmente encorajar a Europa a concordar com uma maior autonomia estratégica.
A verdade é mais direta: se o Ocidente deseja proteger seus interesses no Indo-Pacífico, a França e outras potências europeias precisam estar na mesma página que os EUA e seus aliados anglófonos. E agora os dois lados não estão lendo o mesmo livro.
‘Crise grave’
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da França acusou a Austrália e os EUA de mentir sobre o acordo.
Em declarações no sábado, Jean-Yves Le Drian disse que uma “crise séria” está ocorrendo entre os aliados.
“O fato de pela primeira vez na história das relações entre os Estados Unidos e a França estarmos chamando nosso embaixador para consultas é um ato político sério, que mostra a magnitude da crise que agora existe entre nossos países”, disse ao canal França 2.
Mas ele disse que a França “não viu necessidade” de chamar de volta seu embaixador no Reino Unido, acusando o país de “oportunismo constante”.
“A Grã-Bretanha em tudo isso é um pouco como supérflua”, disse ele.
O pacto significa que a Austrália se tornará apenas a sétima nação do mundo a operar submarinos com propulsão nuclear.
O anúncio encerrou um negócio no valor de US$ 37 bilhões (£ 27 bilhões) que a França havia assinado com a Austrália em 2016 para construir 12 submarinos convencionais.
FONTE: BBC
Europa nunca entendeu que seus interesses nem sempre são os mesmos dos EUA…
Se por “Europa” você se refere à União Europeia, a questão é mais complexa porque a UE é um mercado comum com união aduaneira e monetária (mas não fiscal). É um estrutura inteiramente econômica sem absolutamente nenhuma estrutura voltada à defesa conjunta – até porque o braço armado da UE é a OTAN, como o Putin gosta de enfatizar. E os países da UE que estão mais próximos da Rússia têm enorme preocupação com o real compromisso dos países europeus com sua defesa.
Ah tá porque a Europa só existe graças aos EUA… Meus livros de história são péssimos, diziam o contrário.
Não quero dar uma de Francis Fukuyama, mas se a OTAN não está se dissolvendo, pelo menos tem seríssimos problemas.
Talvez insolúveis.
Com a palavra, a França.
E logo depois, a Alemanha.
Pessima atitude, muito contraproducente para relações entre os aliados.
A palavra da França foi retirar os embaixadores. O contragolpe que pretendem emplacar agora é Seul. O embaixador francês já declarou que a França está disposta a transferir tecnologias sensíveis para a Coréia obter maior autonomia e independência em relação aos EUA.
Pessoalmente acho difícil, mas possível .
A França domina a tecnologia da produção de submarinos nucleares, pode vende-la para quem quiser, menos para o Brasil.
Quem sabe agora, eles resolvam ajudar o Brasil, para dar uma acelerada no nosso SubNuc?
Difícil, não somos ocidente, não somos tão “confiáveis” (capacho) assim pra receber esse tipo de tecnologia. Se quisermos, temos que trilhar o caminho que estamos percorrendo, mas tem que por dinheiro também, porque tecnologia não se desenvolve só com vontade.
O Brasil, de fato, não é um país confiável!! Não adianta tapar o sol com a peneira. A melhor prova de falta de confiabilidade nossa é o apoio a todo tipo de ditaduras que ocorreu durante vários anos.
Qual é o país sério que vai passar tecnologia sensível para o Brasil, correndo o risco de aparecer um governo corrupto que venda ou repasse informações sensíveis para países como a China por exemplo?
“informações sensíveis para países como a China por exemplo”
Não precisam do Brasil para isso , as empresas estadunidenses já fazem isso a muito tempo!
Para o Brasil não sei, mas fato é que os anglo-saxoes quebraram qualquer tipo de tabu e receio sobre a transferência desse tipo de tecnologia .
Quero ver com que cara de pau eles irão subir no púlpito para
fazer o sermão contra a proliferação e pedir boicotes e sanções.
Quem sabe então com a Coreia eles tenham aprendido a lição e não tentem esfolar eles igual estavam fazendo com os Australianos.
Augusto, você e teropode gostam de passar um pano besta quando se trata dos australianos …mesmo quando tá na cara o despreparo deles ? O mundo anglofono para vocês está acima de falhas . Relatório da RAND de 2016 encomendado pelo próprio governo australiano: “O custo de construção de navios militares na Austrália é 30-40% mais alto do que os padrões de referência dos Estados Unidos e ainda mais alto do que outras nações de construção naval militar. A Austrália é atualmente um dos lugares mais caros para construir navios militares. Isso pode ser reduzido melhorando a produtividade ” Mas… Read more »
Teropode se podes admitir e reconhecer a incompetência do teu país porque não podes fazer o mesmo com eles ?
Só os franceses e europeus erram, Austrália e CIA nunca…
Vai ver o histórico dos Collins.
Vai ver como anda o contrato das Type 26.
Olha o livro branco deles de 2009.
Verifica o que dizia relatório da RAND Corporation de 2016 sobre a indústria naval local.
O primeiro passo para a derrota do inimigo é semear a discórdia em suas fileiras.
Mas a males que vem para o bem, será que se sentarem na mesma mesa (sem os EUA, que estão cag… pra Europa) e se perguntarem, nós queremos mesmo uma guerra aqui na Europa? Será que não chegam a um acordo mútuo?
A Austrália está a gastar muito dinheiro. Os subs, as T26, os blindados, etc… e o que já gastou.
Será que vão aguentar este ritmo?
Provavelmente ocorrerão cortes, como ocorreu nas classe Hobart (foi de 9 para 3 unidades). Entretanto a construção provavelmente continuará e as unidades serão encomendadas. O que mais importa é eles conseguirem desenvolver algo com o Know-How que pagaram.
https://www.aspi.org.au/report/cost-defence-aspi-defence-budget-brief-2021-2022
Será uma questão relevante.
A Austrália tem uma população de cerca de 25 milhões de habitantes, PIB de cerca de US$ 1 trilhão e uma economia que depende de exportações de produtos primários que vende, mormente para a China.
Verdade. O PIB australiano é de 1.61 tri, eles tem uma das maiores renda per capita do mundo, entretanto são muito dependentes tecnologicamente do Ocidente e dependentes das exportações para a China. Tem um comentário meu antigo dialogando com o Camargoer criticando essa subserviência e confiança imensa que eles tem nos EUA, não acho que a longo prazo isso dará certo. O correto seria terem um planejamento militar e política similar ao Sueco e ao indiano. Abre aspas: ”Recordo-me que o governo dos EUA estava muito relutante em se envolver e teve de ser muito pressionado pela Austrália para fornecer… Read more »
Epa epa epa! A Austrália já se industrializou sim, mas deixaram sua indústria ir por acordos de livre mercados com seus vizinhos e por acreditar que ja é rica o suficiente para produzir valor com o setor de TI e Serviços.
Canada ainda é altamente industrializado, so que é muittoooo dependente da economia americana, cerca de 70% de todo comercio é feito com os americanos.
Amigo a Austrália nunca se ”industrializou” pesadamente como o Brasil, China e EUA, a única indústria que tiveram foi a manufatureira, igual nós tivemos antes de Getúlio. Se a Austrália se industrializou então o Brasil era industrializado antes do Vargas? Se a Austrália é industrializada o Brasil e o Chile também o são, uma vez que a contribuição para a Indústria em ambos não passa de 15% do PIB. Indústrias manufatureiras são deles 8% do PIB e grande parte das restantes são de exploração de minérios. O setor primário lá é 20% do PIB, sem contar o de serviços que… Read more »
já sabia disso, mas vc matou a pal
Nascimento
Se não me engano a Austrália perdeu todas as sua montadoras de automóveis.
Agora, só importados.
E isso é um sinal claro de desindustrialização.
Claro, das poucas indústrias que tinham.
Sua pauta de exportações é composta, basicamente, de produtos primários como minérios, carnes e vinhos.
Segundo o CIA WorldFactBook, o PIB da Austrália (por PPC) é US$ 1,3 tri e por moeda corrente de US$ 1,4 tri. Se não me engano, seu maior produto de exportação é o minério de ferro que vende em grande parte para a China. Ocorre que em 2021, a China, voluntariamente, está cortando a produção de aço em cerca de 16%, em vista de alcançar metas ambientais. Com isso, o preço do minério de ferro desabou cerca de 42% em 2021, atingindo preço abaixo de US$ 100 a tonelada pela primeira vez em 15 meses. Muito ruim para a Austrália… Read more »
Entendo. Eu geralmente uso o OMC ou o FMI como fonte para o PIB nominal (Nominal) pois estão mais atualizados.
Acho que esses erros australianos serão bons para o Brasil, poderemos nos colocar como um grande exportador de commodities que não tem preferência geopolítica por nenhum país.
Abraços.
Eu estava lendo sobre rotas navais entre China e Brasil e li que existe a possibilidade de comercio passando pelo Estrito de Magalhães, cerca de 11.800 milhas náuticas, contra cerca de 11.100 mn passando pelo Cabo da Boa Esperança.
Acho que era de Santos a Xangai.
Ou seja, se a situação ficar complicada, a China pode importar mais do Brasil (em vez da Austrália) e ainda evitar o problemático Estreito de Málaca.
E isso com um aumento de apenas 700 mn no frete.
Está em 2,1% do PIB. Um número tranquilo, um pouco abaixo da média mundial que é 2,4%
Sim, mas duvido que no final tenham mais fragatas e subs nucleares do que o RU. Como disseram muito provavelmente vão diminuir os números.
E ainda correm o risco de haver um grande aumento da despesa derivados de atrasos, implementação industrial, etc… como aconteceu em programas anteriores. Tudo acumulado e vão precisar de uma grande almofada financeira para suportar. E sem falar nos custos de crescimento…
Ai depende do tamanho do incentivo – leia-se, percepção de risco. As relações entre China e Austrália se deterioraram muito rapidamente, inclusive com o vazamento intencional das 14 chateações (grievances) chinesas com a Austrália e que foi largamente entendida pelos australianos como uma ameaça.
A Seleção Francesa necessita urgentemente rever seus laterais… anda tomando muita bola nas costas…
Essa foi boa rs
Pode, pelo menos, naturalizar um lateral esquerdo alemão, visto que a esquerda deve ganhar a eleição por lá.
Seria uma belíssima contratação.
Talvez o problema seja o técnico…
Fica a dúvida se à Austrália será mesmo a sétima nação a operar submarinos de propulsão nuclear como informa o texto já que o Brasil espera incorporar o “Alvaro Alberto” em 2033.
.
Nenhuma ironia, até porque os australianos e Cia terão muitos desafios também.
Bom dia Dalton !!!
Querer todo mundo quer, o problema é só um, “dimdim”.
Se investirem certinho, sai até antes do previsto !!!
Eles com certeza operaram antes o sub nuc deles!!! Podem printar!!!
vdd, aqui ainda vamos testar em terra ainda o nosso reator, gostaria que fosse mais rápido.
Se pensarmos na classe “Astute” que teve uma série de dificuldades técnicas, atrasos, aumento nos custos, etc e um tempo médio de 10 anos entre o início da construção para valer e o comissionamento é bem possível que os australianos, inexperientes e que precisarão adequar-se para construir os submarinos localmente poderão ter o primeiro SSN incorporado depois do “Alvaro Alberto” mesmo que os posteriores sejam incorporados antes dos demais submarinos brasileiros. . Os britânicos chegaram a pedir alguma ajuda aos americanos durante a construção do “Astute” e mesmo que os americanos forneçam a maior parte da ajuda não dá para… Read more »
Críticas ?!
Que críticas ?!
Velho ditado:
“Quem pode mais, chora menos”
O que sobrou pra França agora é denunciar os 2 países na OMC.
Agora se deixou “brechas” no contrato pra Austrália “pular”fora, também já era pra França na OMC !!!?♂️
Todo o contrato deixa brechas meu caro !!!
Eis que eu duvido que a Austrália vá pagar essa rescisão contratual !!!
Muito difícil !!!!?♂️
Brasil e Austrália sofrem da mesma síndrome, ou seja, a dependência que ambos têm da economia chinesa, portanto, a confirmar esse direcionamento australiano, no rumo de seu colonizador e o doutrinador dele, o país se mostrará ao mundo independente, mas, como já vem ocorrendo, sofrerá as consequências econômicas advindas de seu principal parceiro, sem mencionar a indisposição com a UE. É uma situação difícil, pois, no comércio não há amizades, mas sim interesses, e nem EUA e RU suprirão as perdas econômicas da grande ilha.
onde tá que termina em 2046 a autonomia de Taiwan, que eu saiba só Macau e HK tiveram datas assim, pq para Taiwan a China Continental é Rebelde, e vice e versa,