FREMM “à parmegiana”
Com a publicação de nota do jornal Folha de São Paulo sobre um possível acordo entre os governos do Brasil e Itália para a aquisição, pela Marinha do Brasil, de 10 navios (que incluiriam fragatas, navios-patrulha e navio multiuso de apoio logístico), alguns leitores pediram imagens e mais informações sobre essas possíveis aquisições. Esta matéria mostra algumas imagens das futuras fragatas italianas FREMM – Fregate Europee Multi-Missione, que são a versão para aquele país do projeto franco-italiano, e que poderiam estar nesse “pacote” de que trata o jornal.
Segundo a Marinha Italiana (Marina Militare), o programa FREMM prevê a aquisição de 10 unidades multimissão pela Itália, sendo 6 de emprego geral (EG), com possibilidades mais flexíveis de emprego, e 4 do tipo antissubmarino (ASW), com capacidades superiores nessa arena (em comparação, a versão francesa do programa prevê 17 unidades, o que dá um total de 27 fragatas para os dois países, o que promete gerar ganhos de escala). Há também outros países interessados no modelo, o que pode ser conferido nos links ao final desta matéria.
A primeira unidade italiana deverá ser da versão EG, a ser recebida em 2012. Segundo o planejamento, as 4 seguintes serão da variante aASW e, por fim, seriam recebidas as 5 EG restantes, numa média de uma unidade por ano até 2021, destinadas à Marina Militare. Com essas aquisições, deverão ser desativadas as oito fragatas classe Maestrale, incorporadas na primeira metade dos anos 80, com a provável baixa, em primeiro lugar, das quatro que não sofreram maiores atualizações (segundo divisão que consta no site da Marinha Italiana).
Outros navios que poderiam ser substituídos pela classe seriam os quatro “pattugliatori di squadra” classe Soldati ou Artigliere (versões da classe Lupo sem sistemas ASW e originariamente destinadas ao Iraque) e mesmo os dois destróieres de defesa aérea classe De La Penne, mais novos (início dos anos 90), embora a substituição desses últimos possa ser realizada também por versão dedicada à defesa aérea da FREMM, tal qual se pretende fazer na França, em relação a seus dois navios da classe Cassard, ligeiramente mais antigos que os De La Penne.
Na imagem de cima, representação da versão de emprego geral e, na de baixo, da versão ASW. A identificação é fácil atentando-se para a diferença do armamento de tubo do convés de proa, com um canhão de 127 mm na versão EG e um de 76mm (que consequentemente é instalado numa torreta menor) na versão ASW – vide descrição dos sistemas a seguir.
Características básicas
- Deslocamento: 5.980 toneladas
- Comprimento:139,5 metros (128,9 entre perpendiculares)
- Boca: 19,40 metros
- Calado: 5 metros
- Propulsão: CODLAG 2 eixos (Combinando motores diesel, elétricos e turbinas a gás), com uma turbina GE/AVIO LM 2500+G4 de 32 MW
- Geradores para energia elétrica: 4 DD/GG com motores de 2.1 MW
- Um pod azimutal retrátil, com motor elétrico, para manobras
- Velocidade máxima: 27 nós
- Alcance a 15 nós: 6000 milhas náuticas
- Vida útil esperada: mínimo de 30 anos
- Tripulação: 145 (acomodação máxima: 165)
- Autonomia de 45 dias
Sistema de combate
- Sistema de mísseis antiaéreos SAAM IT com 16 células para mísseis ASTER 15 e radar multifunção EMPAR (busca e direção de tiro).
- Canhão 127mm/64 calibres (somente nas unidades de emprego geral).
- Sistema de defesa antiaérea de ponto com dois canhões 76mm SR OTOBREDA (apenas um nas unidades de emprego geral) com dois sistemas de direção de tiro multisensores AMS NA-25 DARDO-F (um à proa e outro à popa).
- Sistema de mísseis superfície-superfície que prevê a adoção do sitema TESEO com capacidade de lançar também o míssil antissubmarino MILAS.
- Sonar de casco dotado de sistema de detecção de minas e sonar rebocado.
- Sistema de lançamento de contramedidas de defesa.
- Sistema de busca e direção de tiro infravermelho tipo SASS (GALILEO).
- Sistema de comando e controle (CMS) baseado no já empregado nas unidades Orizzonte (Horizon – destróieres de defesa aérea).
- Sistema de guerra eletrônica (EWS).
- Dois helicópteros NH-90 ou 1 NH90 + 1 EH-101.
FONTES / ILUSTRAÇÕES: Orizzonte Sistemi Navali e Marina Militare (Marinha Italiana)
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Realmente são otimo navios, o q não sabia é que a versão italiana parece ser melhor que a francesa, em especial , no radar de busca e direção de tiro EMPAR, pra mim, melhor e mais potente que o Herakles, que vem na versão francesa. Agora uma duvida. a versão AA a qual esta sendo cogitada pela MB, se vier, virá tb com o Aster 30? ou somente com os Aster 15, como ja foi comentado? Sim, pq , na minha opinião, se não vier com o aster 30, não tem necessidade e nem logica se comprar uma versão com… Read more »
Torço para que está noticia se torne realidade,já pensou o São Paulo com estas escoltas.
Abraços.
FREMM “à parmegiana” essa foi muito boa mesmo hehehehehehe.
Sim, resta saber se virá não só com o ASTER 30 mas com o OTOMAT tambem….
Enfim elas darão uma capacidade jamais tida na MB
Todos conhecem as estórias da lebre e a tartaruga. Pois é…a tartaruga sempre cruza a linha de chegada. É devagar, mas com os pés no chão que a MB está chegando lá. A FAB com toda a sua velocidades, para no meio do caminho para fazer fotos e aparecer na mídia e enquanto isso a MB passa devagarinho e cruza a linha de chegada. Quando se tem prioridades consegue um planejamento. Definiu o que quer, o GF vai lá e faz as parcerias. Foi no caso dos subs e agora das escoltas e patrulhas. Podem dizer que os subs são… Read more »
Robson Br, que história é essa de um possível Osório II? Desconheço qualquer coisa a este respeito. Se esta informação esiver correta, onde posso encontrar informações?
Abraço!
Lindo!Mas poderiam ser ao menos 8 FREMM e no mínimo mais 7 corvetas que junto com a Barroso ficariamos com 16 escoltas,podendo ser divididas igualitariamente entre as ” duas esquadras”!
Eu ainda acho que o Brasil perdeu uma ótima oportunidade de comprar os navios Classe M (4) da Holânda, pois até substituirmos todos os meios de guerra levará muito tempo,e possivelmente ficaremos com as defesas muito mais fragilizadas que atualmente,não vejo o Brasil construindo um FREMM por ano,nem no meu mais lindo sonho :)!
Carlito em 02 mar, 2010 às 8:58
“Robson Br, que história é essa de um possível Osório II? Desconheço qualquer coisa a este respeito. Se esta informação esiver correta, onde posso encontrar informações? ”
No final do ano passado foi noticiado também no “terrestre” uma parceria do EB com uma fundação para estudos….Inclusive de um possível osório II.
Robson e Carlito, discussões sobre Osório II são bem-vindas no ForTe: http://www.forte.jor.br
E sobre o futuro caça da FAB no aéreo: http://www.aereo.jor.br
Voltando ao tópico, um armamento que poderia ser interessante, por se diferenciar dos atualmente empregados na MB e cobrir uma lacuna deixada pelo ASROC (caso a MB se interesse em cobrir essa lacuna, logicamente), é esse:
http://www.naval.com.br/blog/2009/01/22/milas/
E um aspecto interessante das versões italianas da FREMM, que eventualmente pode agradar a MB, é a importância maior dada ao armamento de tubo em relação à versão francesa. A Marina Militare tradicionalmente equipa seus navios com mais canhões do que outras congêneres.
Robson Br,
Falou tudo!
Viva a Gloriosa MB!
Que lançadores são aqueles que aparecem junto aos Otomats? São de mísseis ou de contra medidas eletrônicas? Qual versão é superior: a francesa ou a italiana? Parece-me que a francesa é mais sthealt.
Parece-me também que existem canhões de menor calibre a estibordo e a bombordo. Que canhões são estes?
Marujo, na minha modesta opinião, eu acho as Italianas superiores a francesa, principalmente devido ao Radar que usam (Empar ao inves do Herakles), pelo missel anti-sub MILAS e tb pelo Otomat, mas se bem que a versão block III do exocet tb é excelente. No mais acho que se equivalem.
Abraços.
Que venham logo! Junto com um irmão gêmeo do Cavour!
Para quem defende a construção de novas corvetas: a Fincantiere também tem um modelo de corveta de 2.400 toneladas, bem mais sthealt e muito mais bem armadas que nossas Inhaúmas/Brarroso.
“marujo em 02 mar, 2010 às 10:53 marujo em 02 mar, 2010 às 10:56” Marujo, O armamento que se vê a boreste na área do mastro do radar (e que pela lógica também está a bombordo) é uma metralhadora (até 20mm, provavelmente), cujo principal emprego é defesa contra ameaças assimétricas e outras funções mais policiais. Os lançadores menores, próximos aos grandes de mísseis antinavio e antissubmarino de meia nau, são de despistadores de mísseis, se não me engano. É difícil dizer quais são versões são “melhores”, dado que há diversas variáveis em jogo ou mesmo versões dentro de versões, sendo… Read more »
Continuando, Marujo, Sobre corvetas e navios-patrulha oceânicos, no mesmo site da Orizzonte Sistemi Navali, com link disponível no final da matéria, há uma família de navios de 1.500 a 2.200 toneladas de deslocamento, variando de armamento desde adequado a patrulha até ASW, AAE e ASuW, com hangar e convoo. Uma família modular bastante interessante, com exemplares da versão mais simples já em serviço na Marinha Italiana. Creio que se trata da mesma família que aparece como corveta (na versão mais completa, de 2.200 toneladas e comprimento aumentado) no site da Fincantieri. Sobre ela ser mais ou menos furtiva do que… Read more »
Obrigado, Nunão.
Curioso é que o Andrea Doria está atracado em Mocanguê desde do dia 15.fev. Mais instigante ainda é que normalmente os navios estrangeiros atracam no cais do porto e não na Base Naval. Será que estão fazendo uma “inspeção de recebimento”????
Tarkus, Normalmente os navios atracam no cais do porto. Mais precisamente no terminal de passageiros. Mas com a alta temporada do cais tem ficado cheio de navios de cruzeiro. Além disso, há uma superlotação de plataformas em reparos e mercantes agendados no porto do Rio. Nos últimos dias vi muitos navios atracados ao cais do porto recebendo carga, exatamente onde ficam os navios de batalha de nações amigas quando o cais dos turistas fica lotado. Assim, além da Forbin o Bunker Hill também ficou lá quando da vinda ao Brasil. Não obstante, também já vi Type 42 e até navios-tanque… Read more »
Antes de sonhar c/ Fremm e acordar c/ “Minerva” ou “Cassiopéa”, deve-se atentar que as dificuldades de manutenção de hoje, somente se agravarão c/ o “pacote italiano”, sem que medidas mto sérias sejam tomadas qnto ao dia-á-dia da esquadra.
No caso dos novos navios de guerra da marinha brasileira, acho não deve mesmo ficar só com um fornecedor, mais alem dos navios franceses e italianos, também deveríamos ter destroyers alemães e corvetas suecas. Na minha opinião no caso de armas marinhas, quanto mais variado melhor.
Os EUA já ofereceram algo para a MB? se não, que navios dos EUA poderiam ser uma boa para a nossa marinha? o Arleigh Burke completo será que o tio sam liberaria??