1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Encouraçado de Esquadra

Aquidabã

 

Classe Riachuelo

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 18 de junho de 1883
Lançamento: 17 de janeiro de 1885
Incorporação: 14 de agosto de 1885
Baixa: 21 de janeiro de 1906

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 5.029 ton.
Dimensões: 85.40 m de comprimento, 15.86 m de boca e 5.49 m de calado.

Blindagem: de 178 à 280 mm nas laterais do casco; 254 mm nas torretas principais e 254 mm na superestrutura.

Propulsão: mista; vela, com três mastros armado em Barca, 8 caldeiras cilindricas a carvão e 2 máquinas combinadas de três cilindros a vapor, gerando 4.500 hp e acionando dois eixos com hélices convencionais.

Velocidade: máxima de 14.5 nós.

Raio de ação: 6.000 milhas à 10 nós.
Armamento: 4 canhões de retrocarga Whitworth de 9 pol. em duas torres duplas, dispostas em diagonal, uma a BE e outra a BB; 4 canhões de 6 pol. em quatro reparos singelos; 2 canhões de tiro rápido; 15 metralhadoras Nordenfelt e
5 portinholas para lança-torpedos de 18 pol. sendo três na superficie e dois submersos.

Tripulação: 303 homens

 

H i s t ó r i c o

 

O Encouraçado de Esquadra Aquidabã, foi o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem a um riacho afluente do Paraguai, às margens do qual se travou a última batalha da Guerra do Paraguai em 1º de março de 1870, onde morreu o ditador Solano Lopes. Foi construído pelo estaleiro Samuda & Brothers, na Inglaterra. A fiscalização das obras, esteve a cargo do Chefe-de-Esquadra José da Costa Azevedo (Barão de Ladário). Foi lançado em 17 de janeiro de 1885, sendo submetido à Mostra de Armamento em 14 de agosto de 1885. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Mar-e-Guerra Custódio José de Mello.

 

1890

 

Em 21 de outubro, zarpou do Rio de Janeiro em GT sob o comando do CA Carlos Balthazar da Silveira, acompanhado pelo Cruzador Guanabara, para visita oficial aos EUA, retornando ao Rio de Janeiro em 20 de janeiro de 1981, após ter navegado 10.205 milhas marítimas.

 

1893

 

Entre 17 e 24 de abril, foi realizada a primeira edição da Revista Naval de Hampton Roads, em Norfolk (Virginia - EUA). Na noite de 23 de abril, chegou a Norfolk integrando uma Divisão Naval com os C Republica e Tiradentes, para participar da Revista Naval. Na manhã de 24 de abril, o Contra-Almirante (USN) Bancroft Gherardi, comandou a Parada e o contingente norte-americano, tendo o seu pavilhão no Cruzador USS Philadelphia. Os Navios foram passados em revista pelo Presidente dos EUA Grover Cleveland embarcado no Aviso USS Dolphin. Participaram pela Marinha dos EUA, o primeiro Esquadrão com os Cruzadores USS Newark (capitânia do CA Benham), USS Atlanta, USS San Francisco, USS Baltimore e as Canhoneiras USS Bancroft e USS Bennington e o segundo Esquadrão com os Cruzadores USS Chicago (capitânia do CA Walker), USS Charleston, USS Vesuvius, a Canhoneira USS Concord e o Torpedeiro USS Cushing. Participaram também pela Marinha Real inglesa, os Cruzadores HMS Blake (capitânia do VA Hopkins), HMS Australia, HMS Magicienne, o Cruzador-Torpedeiro HMS Tartar e a Canhoneira HMS Partridge; pela Marinha francesa, os Cruzadores Arethuse (capitânia do CA Libran) e Jean Bart, e o Brigue Hussard; pela Marinha italiana, os Cruzadores Etna (capitânia do CA Magnaghi), Giovanni Bausan e Dogali; pela Marinha alemã os Cruzadores Kaiserin Augusta e Seeadler; pela Marinha russa os Cruzadores General Admiral e Rynda; pela espanhola os Cruzadores Reina Regente, Infanta Isabel e o Torpedeiro Nueva España e pela Marinha holandesa o Cruzador Van Speyk.

 

O Aquidabã na  Revista Naval de Hampton Roads em abril de 1893. (foto: SDM/Detroit Photographic Co) O Aquidabã na  Revista Naval de Hampton Roads em abril de 1893. (foto: SDM/Detroit Photographic Co) O Aquidabã na  Revista Naval de Hampton Roads em abril de 1893. (foto: SDM/Detroit Photographic Co)

 

1893-94

 

Tomou parte ativa na Revolta da Esquadra, sob o comando do Capitão-Tenente Alexandrino Faria de Alencar, tendo forçado por várias vezes a barra do Rio de Janeiro.

 

1894

 

Em 16 de abril, foi torpedeado em Anhatomirim pela Torpedeira Gustavo Sampaio, comandada pelo então Capitão-Tenente Altino de Miranda Correia.

 

Foi reflutuado e levado para o Rio de Janeiro para reparos provisórios e depois para o Estaleiro Stettiner Maschinenbau AG Vulkan, em Stettin, na Alemanha, onde sofreu completa remodelação. Da Alemanha, seguiu para a Inglaterra, onde em Elwick, teve remodelada sua artilharia, sendo reparados os aparelhos das duas torretas principais e substituídos os canhões de 9 pol./228 mm por canhões de 8 pol./203 mm, além de receber quatro novos canhões secundários de 120 mm de tiro rápido, oito canhões de menor calibre e 4 metralhadoras Maxim. Também recebeu dois mastros de combate, que foram posteriormente substituídos por um só, com vergas cruzadas.

 

Pelo Aviso de 5 de maio, foi renomeado 24 de Maio, voltando pouco depois a receber de volta o nome original.

 

Ilustração do Encouraçado Vinte e Quatro de Maio (Aquidabã). (ilustração: Jane's 1898, via Pedro Caminha) foto: Marc Ferrez

 

1896

 

Integrou uma Divisão Naval comandada pelo CA Júlio de Noronha, composta também pelo s Cruzadores Republica e Tiradentes, representando o Brasil na Revista Naval passada pelo Presidente Glover Cleveland, por ocasião da Exposição Internacional de Chicago.

 

1898

 

Em abril, o Ministro da Marinha, Almirante Elisiario José Barbosa, designou o Aquidabã para transportar o submarino de projeto de Claude Goubet mandado construir na França em 1894, de Cherbourg, onde realizaria os testes finais, para o Brasil, o que não ocorreu pelo não cumprimento do contrato por parte do construtor.

 

1901

 

Em 2 de janeiro foi extinta a Divisão de Estação e Criada a 2ª Divisão de Evoluções tendo como comandante o Contra-Almirante Justino de Proença e composta pelos Encouraçados Aquidabã e Deodoro, pelo Cruzador Tiradentes e Cruzador-Torpedeiro Tymbira.

 

1906

 

O Aquidabã, atracado no porto de Santos, antes da tragica explossão de 21 de janeiro de 1906, na Baia de Jacuacanga. (Foto: Marques Pereira, via Col. Jaime M. Caldas)

 

Em 21 de janeiro, encontrava-se fundeado na Enseada de Jacuacanga, na Baía da Ilha Grande-RJ, juntamente com os Cruzadores Tamandaré e Barroso, estando embarcados nos navios uma comitiva ministerial, à frente o Ministro, Almirante Julio de Noronha (embarcado no Barroso), que realizava estudos acerca da construção de uma base naquela baía. Por volta das 22:45hs, ocorreu uma violenta explosão no paiol de munição do Aquidabã. Faleceram 112 homens da tripulação e membros da comitiva: quinze oficiais, sendo três Contra-Almirantes e o Comandante do Navio, Capitão-de-Fragata Artur Serra Pinto, dezesseis Guardas-Marinha, dentre os quais o filho do Ministro, e 81 praças, salvando-se 96 homens. O local do sinistro fica a cerca de 4 milhas a sudeste de Angra do Reis na posição 023º03'S - 044º16'W.

 

 

 

O u t r a s    F o t o s

 

O Encouraçado Aquidabã, fundeado. (foto: Marc Ferrez) O Encouraçado Aquidabã, depois de ter sofrido sua primeira remodelação . (foto: Marc Ferrez) O Encouraçado Aquidabã, depois de sofrer sua segunda remodelação. (foto: MB) O Aquidabã, fundeado. (Foto: ?, via Alte. Luiz Alberto da Costa Fernandes) O Aquidabã, fundeado na baia da Guanabara. (Foto: SDM, via coleção de Edson Lucas) O Aquidabã, fundeado na baia da Guanabara. (Foto: SDM, via coleção de Edson Lucas) O Aquidabã, fundeado na baia da Guanabara. (Foto: SDM, via coleção de Edson Lucas) O Aquidabã, atracado. (Foto: Marinha do Brasil, via coleção de Edson Lucas) O Aquidabã, fundeado na Baia da Guanabara. (Foto: SDM)O Encouraçado Aquidabã, fundeado na Baia da Guanabara. (foto: ?. via Rogério Cordeiro)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CMG Custódio José de Mello 14/08/1885 a __/__/188_
CMG Júlio César de Noronha __/__/1890 a __/__/1891
CT Alexandrino Faria de Alencar __/__/1893 a __/__/1894
CF Arthur da Serra Pinto __/__/190_ a 21/01/1906

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.26-27.

 

- A Marinha por Marc Ferrez - 1880-1910 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil - 1986, Editora Index - VEROLME.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 571, mar. 1991; n.º 673, abr. 1998.

 

- CCSM - Centro de Comunicação Social da Marinha.

 

- História Naval Brasileira. Volume 5, Tomo I B. SDGM. Rio de Janeiro, 1997.

 

- Corveta Júlio de Noronha - V 32 - www.v32.mar.mil.br

 

- Hampton Roads Naval Museum.