1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Cruzador-Escola

Benjamim Constant

Classe Benjamim Constant

 

"Cisne Branco"

 

"Beijoca"

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 1891
Lançamento: 1892
Incorporação: ?
Baixa: 2 de março de 1926

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 2.311 ton. (leve) e 2.750 ton. (carregado).
Dimensões: 73.93 m de comprimento, 13.69 m de boca, 8.30 m de pontal e 5.70 m de calado.

Blindagem: convés protegido com chapas de 0.30 a 0.50 mm; passadiço com 0.80 mm, casco em aço com duplo fundo de madeira, revestido com chapas de cobre.
Propulsão: mista; com mastreação armada em Galera (Fragata) com gáveas e área vélica de 1.800 m2; maquinas de trípla expansão alternativa a vapor, gerando 2.800 bhp, acoplado a um eixo.

Velocidade: máxima de 14 nós.

Raio de ação: ?
Armamento: 4 canhões Armstrong de 150 mm em barbetas, dois de cada bordo, sobre o castelo e o tombadilho; 8 canhões Armstrong de 120 mm em bateria; 4 canhões Nordenfeldt de 57 mm, dois na proa e dois na popa; 6 metralhadoras de 25 mm; 4 metralhadoras de 17 mm, 4 tubos lança-torpedos e ariete.

Tripulação: ?

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Cruzador-Escola Benjamim Constant, foi o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao General Benjamim Constant Botelho de Magalhães, um dos fundadores da Republica, e seu primeiro Ministro da Guerra. Foi construído pelo estaleiro Sociètè dês Forges et Chantiers de La Mediterranèe, em La Seyne (Toulon), França, sob supervisão do Contra-Almirante (EN) João Cândido Brasil. Teve sua quilha batida em 1891 e foi lançado ao mar em 1892. Seu primeiro Comandante foi o Capitão-de-Fragata Henrique Pinheiro Guedes.

 

Ainda na França, recebeu a guarnição do Cruzador Almirante Barroso, que havia naufragado no Mar Vermelho.

 

A oficialidade de recebimento do Cruzador Escola Benjamim Constant:

 

     - CF Henrique Pinheiro Guedes – Comandante

     - CC ? - Imediato

     - CT ? - Chefe de Máquinas

     - CT ? - Enc. de Artilharia

     - CT ? - Enc. do Destacamento

     - CT ? - Enc. de Navegação

     - CT ? - Enc. de Torpedos

     - CT ? - Enc. de Sinais

     - CT ? – Enc. do Casco

     - CT (Comissário) ? - Enc. do Material e Pessoal

     - 1º Ten. ? - 2º Maquinista

     - 1º Ten. ? - Enc. da Eletricidade

     - 2º Ten. (Ph) ? - Farmacêutico

 

1893

 

Em 16 de maio, realizou seu primeiros testes de mar em 8 percursos atingindo velocidade de 14 a 15,5 nós com um consumo de 47 kg de carvão por milha/hora.

 

1895

 

Partiu de Toulon com destino ao Rio de Janeiro.

 

1897

 

Em 24 de janeiro, sob o comando do Capitão-de-Fragata Joaquim Rodrigues Torres, erigiu um marco de bronze na Ilha de Trindade, assinalando a presença do Brasil naquela parte insular do território nacional contra a cobiça britânica.

 

Realizou vários cruzeiros de instrução à Europa e Estados Unidos. Nessa época fazia parte da Divisão de Instrução que foi comandada pelos Contra-Almirantes Afonso de Alencastro Graça e Joaquim Marques Leão. Entre 1895 e 1900, as viagens de instrução eram apenas pelo litoral brasileiro, sendo sua primeira viagem com visita a portos no estrangeiro em 1901.

 

Em 1902, não realizou cruzeiro de instrução ao exterior, que voltaram a ser realizados anualmente entre 1903 e 1906.

 

1898

 

Ilustração do Cruzador Escola Benjamim Constant. (ilustração: Jane's 1898, via Pedro Caminha)

 

1901

 

Durante Viagem de Instrução, que incluiu escalas em Recife-PE, Barbados, New York (EUA), Plymouth (Reino Unido) e Cherbourg (França), o comandante Capitão-de-Fragata José Martins de Toledo adoeceu, assumindo o Imediato Capitão-Tenente Carlos Pereira Lima.

 

1906

 

Em 24 de dezembro, chegou ao Rio de Janeiro, encerrando a Viagem de Instrução de 1906. Nessa viagem foram visitados os portos de Salvador, São Vicente, São Miguel dos Açores, Plymouth, Anvers, Kristiansand, Copenhagen, Stockholm, Kiel, Willenshaven, Amsterdam, Le Havre, Cherbourg, Lisboa e Las Palmas. A escala em Kronstadt, foi cancelada devido a acontecimentos que ali se produziram.

 

Pagina inicial de uma reportagem sobre a Viagem de Instrução do Cruzador-Escola Benjamim Constant em 1906. (ilustração: via José Henrique Mendes) A Viagem de Instrução de 1906 do Cruzador-Escola Benjamim Constant, foi comandada pelo Capitão-de-Fragata Carlos Pereira Lima. (ilustração: via José Henrique Mendes)A guarnição a postos realizando faina com as velas do navio. (ilustração: via José Henrique Mendes) Um dos canhões Armstrong de 150 mm guarnecido. Notar os uniformes da época onde aparecem um Capitão-Tenente, um Sargento e Cabos/Marinheiros. (ilustração: via via José Henrique Mendes) Inspeção do canhão Armstrong de 150 mm de boreste no tombadilho. (ilustração: via José Henrique Mendes) Cabos e Marinheiros durante uma aula no convés principal. (ilustração: via José Henrique Mendes)

 

1908

 

Em 22 de janeiro, partiu do Rio de Janeiro para Viagem de Instrução com 14 Segundos-Tenentes recém formados na Escola Naval. Essa foi a terceira viagem com circunavegação realizada por um navio de guerra brasileiro, sendo navegadas 30.465 milhas ao longo de 10 meses e 23 dias de comissão. Os portos visitados foram: Montevideo (Uruguai), Punta Arenas (Chile), Talcahuano (Chile), Valparaiso (Chile), Callao (Peru), Honolulu (Havaí), Yokohama (Japão), Nagasaki (Japão), Sasebo (Japão), Shanghai (China), Hong Kong, Singapura, Colombo (Ceilão), Aden, Suez (Egito), Ismail (Egito), Alexandria (Egito), Nápoles (Itália), La Spezia (Itália), Toulon (França), Gibraltar, Recife-PE, retornando ao Rio de Janeiro em 16 de dezembro. Neste viagem, recolheu 20 náufragos japoneses perdidos na Ilha de Wake, no Oceano Pacífico. Na escala em Toulon, foi docado para reparos entre 7 de outubro e 8 de novembro.

 

1909

 

Segui para Newcastle, transportando parte daquela que viria a ser a primeira guarnição do E Minas Geraes, que ali estava sendo construído.

 

1910

 

Representou o Brasil nas festas comemorativas do centenário da Independência do México.

 

1912

 

Em 15 de novembro, escalou em Lisboa, durante a Viagem de Instrução desse ano.

 

1913

 

Entre 12 e 16 de fevereiro, foi docado no Dique Guanabara do AMRJ na Ilha das Cobras, para substituição de algumas chapas de cobre. No dia 13, recebeu Guardas-Marinha do 4º ano da Escola Naval, iniciando os preparativos para viagem de instrução ao nordeste.

 

Em 20 de fevereiro, zarpou do Rio de Janeiro, em viagem de instrução, com Guardas-Marinha e Aspirantes, regressando a 15 de março, tendo estado em Pernambuco e na Bahia.

 

Em abril, realizou o transporte de suprimentos para o Farol do Atol das Rocas, que na falta deles, devido ao atraso do navio encarregado de transportá-los, conseguiu entrar em contato através bandeiras do Código Internacional de Sinais, com um mercante inglês que comunicou o fato ao Governo Brasileiro.

 

Em 5 de maio, zarpou do Rio de Janeiro, em viagem de instrução, com a turma de Segundos-Tenentes recém promovidos; escalando em Recife de 12 a 16 de maio; em Belém 22 a 27 de maio; Barbados de 2 a 8 de junho; Santiago de Cuba de 14 a 21 de junho; em New York de 28 de junho a 13 de julho; Plymouth de 28 a 30 de julho, no dia 30 mudou de ancoradouro, indo para a Baia de Devonport. Suspendeu da Baia de Devonport a 2 de agosto e chegou a Portsmouth a 3 de agosto, onde ficou até o dia 24. Na seqüência da viagem escalou em Amsterdam de 25 de agosto a 2 de setembro; em Cherbourg de 4 a 13 de setembro; em Brest de 14 a 26 de setembro, em Lisboa de 30 de setembro a 10 de outubro,; em Las Palmas de 14 a 18 de outubro; em Recife de 1º a 7 de novembro, chegando de volta ao Rio de Janeiro em 12 de novembro.

 

Encontrava-se em estado regular.

 

1914

 

Ao final do ano, encontrava-se no Rio de Janeiro e em estado regular.

 

1916

 

A partir desse ano, passou a realizar apenas pequenos cruzeiros de treinamento a portos brasileiros.

 

1926

 

Em 2 de março, deu baixa do serviço, sendo submetido a Mostra de Desarmamento, segundo o Aviso n.º 578., de 22 de fevereiro de 1926.

 

Em 26 de fevereiro, segundo o Aviso n.º 643, foi designado para servir como sede das Escolas de Auxiliares-Especialistas.

 

1938

 

O casco do ex-NE Benjamim Costant, foi destruído por um incêndio.

 

1949

 

O casco do ex-Benjamim Constant foi desmanchado no Estuário de Santos, e a ponta do seu mastro de ré (mezena) foi comprada na gestão do pratico Teófilo Quirino e ficou instalada durante decadas no patio da antiga sede da Praticagem de Santos. Quando da construção da nova sede, no mesmo local, o mastro foi transferido para o estaleiro, localizado na Praia de Santa Cruz dos Navegantes, no Guarujá.

 

O desmonte do Cisne Branco, foi feito em frente a oficina de reparos navais da Capitania dos Portos do Estado de São Paulo, que ficava entre o ferry-boat, na Ponta da Praia, e a bóia do Tijucupava, como era conhecida a bóia de sinalização que ficava no canal de acesso ao cais, próximo ao atual Armazém 39.

 

 

 

O u t r a s    F o t o s

 

Ilustração do Cruzador Escola Benjamim Constant em Plymouth, Inglaterra. (foto: SDM) Cartão postal do Cruzador-Escola Benjamim Constant. (ilustração: via 3º SG-DT Marcos Costa da Silva) Cartão postal do Cruzador-Escola Benjamim Constant. (ilustração: via 3º SG-DT Marcos Costa da Silva) O Benjamim Constant, rebocado por dois Rebocadores no Rio de Janeiro. (ilustração: NE Brasil - U 27) O NE Benjamim Constant, fundeado na Baía da Guanabara. (foto: Marc Ferrez) O NE Benjamim Constant, fundeado na Baia da Guanabara. (foto: Marinha do Brasil, via Alte. Luis Alberto da Costa Fernandes) O NE Benjamim Constant, fundeado na Baia da Guanabara. (foto: Marinha do Brasil, via Alte. Luis Alberto da Costa Fernandes) O NE Benjamim Constant, fundeado em Ponta Delgada, nos Açores. (foto: Marinha do Brasil, via Alte. Luis Alberto da Costa Fernandes) O NE Benjamim Constant, amarrado a bóia. (foto: ?, Coleção Edson Lucas)

O NE Benjamim Constant, amarrado a bóia no Rio de Janeiro. (foto: ?, via José Henrique Mendes) O NE Benjamim Constant. (foto: ?, via José Henrique Mendes) O NE Benjamim Constant, fundeado. (foto: SDM?, via José Henrique Mendes)

Cartão Postal do NE Benjamim Constant. (foto: SDM) O NE Benjamim Constant, marcou época representando a Marinha do Brasil pelos mares do ao redor do mundo . (foto: SDM) foto: Marc Ferrez

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CF Henrique Pinheiro Guedes __/__/1892 a __/__/1892
CMG Antônio Alves Câmara __/__/1892 a __/__/1896
CMG J. P. de Souza Lobo __/__/1896 a __/__/1897
CF Joaquim José Rodrigues Torres Sobrinho __/__/1897 a __/__/1899
CF Duarte Huet de Bacelar __/__/1899 a __/__/1901
CF José Martins de Toledo __/__/1901 a __/__/1903
CT Carlos Pereira Lima (interino) __/__/1903 a __/__/1903
CMG Afonso de Alencastro Graça __/__/1903 a __/__/1904
CF João Batista das Neves __/__/1904 a __/__/1905
CF Eduardo Ernesto Midosi __/__/1905 a __/__/1906
CF Carlos Pereira Lima __/__/1906 a __/__/1907
CF Antônio Coutinho Gomes Pereira __/__/1908 a __/__/1909
CF Silvinato de Moura __/__/1909 a __/__/1910
CC Felinto Perry __/__/1910 a __/__/1911
CMG Rodolfo Ramos Fontes __/__/1911 a __/__/1912
CF João Carlos Mourão dos Santos __/__/1912 a __/__/1913
CF Francisco de Barros Barreto __/__/1913 a __/__/1915
CF Aristides Vieira Mascarenhas __/__/1915 a __/__/1916
CF Conrado Heck __/__/1916 a __/__/1917
CF Augusto Heleno Pereira __/__/1917 a __/__/1918
CMG Antônio Alves Ferreira da Silva __/__/1918 a __/__/1919
CF Joaquim Nunes de Souza __/__/1919 a __/__/1919
CF Oscar Gitahí de Alencastro __/__/1919 a __/__/1919
CMG Severino da Costa Oliveira Maia __/__/1919 a __/__/1920
CMG Bento de Barros Machado da Silva __/__/1920 a __/__/1921
CMG Venceslau de Albuquerque __/__/1921 a __/__/1921
CF Anfilóquio Reis __/__/1921 a __/__/1922
CMG Luiz Perdigão __/__/1922 a __/__/1923
CMG Oscar Gitahí de Alencastro __/__/1923 a __/__/1924
CF Benjamin Goulart __/__/1924 a __/__/1924
CF Adalberto Guimarães Bastos __/__/1924 a __/__/1925
CF Américo Ferraz de Castro __/__/1925 a __/__/1925
CF José Machado de Castro e Silva __/__/1925 a 22/02/1926

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.47-48.

 

- Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.

 

- A Marinha por Marc Ferrez - 1880-1910 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil - 1986, Editora Index - VEROLME.

 

- Tavares, Aurélio de Lyra. Nosso Exército - Essa Grande Escola. 1ª edição. Rio de Janeiro, Bibliex, 1985.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Brasilia, SRPM, n.º 517, set. 1986; n.º 542, out. 1988; n.º 547, mar. 1989; n.º 659, mai. 1997.

 

- Costa, Dídio e Miguês Garrido, Carlos. Nas Águas da Gasconha.

 

- Atol das Rocaswww.rocas.speedlink.com.br/naufragio.htm

 

- Relatório do Ano de 1913, apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro da Marinha Alexandrino Faria de Alencar em abril de 1914.

 

- Relatório do Ano de 1914, apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro da Marinha Alexandrino Faria de Alencar em abril de 1915.

 

- Arquivos pessoais de Laire José Giraud e texto de sua autoria no site Porto Gente.