1822 - NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS - Hoje |
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Tênder de Submarinos Ceará(1) Classe Ceará
D a t a s
Batimento
de Quilha: 15 de julho de
1913
C a r a c t e r í s t i c a s
Deslocamento:
3.500 ton (padrão), 5.740 ton (carregado,
com a doca cheia). Velocidade: máxima de 14 nós. Armamento: 4 canhões de 4 pol. (102 mm), 2 canhões de 57 mm, 2 canhões de 47 mm e 2 metralhadoras Hotchkiss de 13.2mm. Características da Doca: possuía casco duplo, um externo de aço comum, e outro interno com forma cilíndrica de aço de alta tensão. O casco interno, ou doca, possuía 20 picadeiros fixos e 2 moveis. A porta da doca tinha forma quase esférica e era atracada por quatro macacos e oito atracadores. Quando a manobra era de docagem ou transporte de submarinos, a porta era colocada pelo lado de fora, quando era de teste de pressão do casco dos submarinos era colocada pelo lado de dentro, em função do lado em que era aplicada a pressão. Possuía quatro compartimentos estanques, sendo dois alagáveis. A doca era equipada com olhais de manobra de docagem dos submarinos, e pranchas de madeira em todo seu comprimento, podendo ser alagada por oito válvulas de fundo ou por duas bombas de esgoto. Capacidades: como um navio-oficina, o Ceará foi especialmente construído para apoiar os nossos submarinos da classe Foca, e tinha como principais finalidades: - Alojar oficiais e guarnição de uma força de até 6 submarinos classe Foca; - Fornecer água doce e destilada, ar comprimido, energia elétrica, mantimentos e efetuar reparos de pequena monta em suas oficinas; - Poder abastecer, 4 vezes, os depósitos de combustível de três submarinos de 385 toneladas ou três vezes os submarinos de 580 toneladas; - Poder, se necessário, substituir metade das baterias de cada um dos dois tipos de submarinos; - Manter a bordo todos os torpedos de serviço e sobressalentes dos navios da Força, para conservação; - Servir de escola para os maquinistas, pois os motores principais e auxiliares eram iguais aos instalados nos submarinos; - Servir como navio de salvamento; - Servir como dique flutuante para os submarinos; - Executar teste hidráulico de imersão nos submarinos; - Servir como transporte de submarinos. Código Internacional de Chamada: PXRA (GBHU)(2) Código Radiotelegráfico: SNC(2) Tripulação: 193 homens, sendo 17 oficiais e 176 praças.
H i s t ó r i c o
O Tênder de Submarinos Ceará, foi o segundo navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome em homenagem ao Estado do Ceará. Pela Lei n.º 2636 de 27 de dezembro de 1912, foi autorizada a inclusão de um Tender de Submersiveis ao Programa Naval autorizado pela Lei n.º 1296 de 14 de dezembro de 1904. Em 18 de janeiro de 1913, foi mandada contratar a sua construção ao Cantieri Navale Fiat San Giorgio, em La Spezia, Itália. Teve sua quilha batida em 15 de julho de 1913, foi lançado ao mar em 7 de setembro de 1915. Em 16 de outubro de 1916 foi entregue à Marinha do Brasil, representada pelo Capitão-Tenente Álvaro Rodrigues de Vasconcellos.
1916
Em 15 de novembro, partiu de La Spezia, atracando no mesmo dia em Gênova onde recebeu tripulação brasileira. Naquela oportunidade, assumiu o comando o Capitão-de-Fragata Heráclito Graça Aranha.
A oficialidade do recebimento do Ceará foi a seguinte:
- CF Heráclito Graça Aranha - Comandante - CT Fabrício Moreira Caldas - Imediato - CT Manoel Gomes de Paiva - CheMaq - 1º Ten. (Comissário) Silvino da Silva Freire - Comissário - 1º Ten. (MD) Dr. Antônio Lemos Filho - Médico - 2º Ten. Frederico Cavalcante de Albuquerque - Convés - 2º Ten. Gastão de Morais Fontoura - Convés - 2º Ten. Amílcar Moreira da Silva - Convés - 2º Ten. Affonso Aranha Parga Nina - Convés - 2º Ten. Leopoldo da Silva Ribeiro - Maquinas - 2º Ten. Roberto Barreto Bruce - Maquinas - 2º Ten. Guilherme da Motta - Maquinas - 2º Ten. Haroldo Rosière - Maquinas - 2º Ten. Nelo Cavalcante - Maquinas
1917
Em 15 de fevereiro, atendendo a uma solicitação feita pelo Governo Italiano, realizou o salvamento do submersível F 8, da Marinha Italiana. O submersível italiano havia desaparecido a 3 milhas do Golfo de La Spezia, em frente ao farol da Ilha Fino, numa profundidade de aproximadamente 35 braças, enquanto realizava alguns testes e adestramentos. A faina de salvamento foi realizada com pleno êxito e se estendeu por aproximadamente vinte quatro horas. O submarino sinistrado foi içado pelos aparelhos de popa e em seguida rebocado até La Spezia.
Em 20 de fevereiro, partiu de La Spezia com destino ao Brasil, fazendo escala em Marselha (França), Barcelona (Espanha), Las Palmas (Ilhas Canárias), São Vicente (Cabo Verde) e Recife-PE.
Em 19 de abril, chegou ao Rio de Janeiro.
Em 28 de abril, foi submetido à mostra de armamento e incorporado ao serviço ativo, segundo a OD 93 de 26/04/1917 do EMA, pelo Inspetor de Marinha Contra-Almirante Henrique Boiteaux.
Em 25 de abril, passou a subordinação da Flotilha de Submersíveis, quando foram instalados a bordo o Comando e o Estado Maior da mesma, obedecendo a Portaria n.º 1552 de 25/04/1917 e mais tarde a Base da Flotilha e a Escola de Submersíveis, que funcionavam em instalações provisórias na Ilha de Mocanguê Grande.
Sobre o uso do Ceará na MB, o livro - Memórias do Alte Guillobel -, cita: "O tênder nunca serviu como meio de docagem dos submarinos, o que era inviável dada a ausência de escotilhas que permitisse a evacuação dos langanhos, mexilhões, etc. da fauna habitual que habita nossos cascos de navios."
1928
Em 28 de agosto, pelo Decreto 18.365 de 22/08/1928, a Escola de Submersíveis e a Flotilha de Submersíveis, tiveram suas denominações mudadas, respectivamente, para Escola de Submarinos e Flotilha de Submarinos, tendo a Escola funcionado a bordo do Tênder Ceará até 1937.
1933
Em 30 de dezembro, pelo Aviso n.º 4232 de 18/11/1933 MM (Bol. 47/33/1987 MM), em cerimônia presidida pelo MM Almirante Protógenes Pereira Guimarães a bordo do Ceará, foi dada baixa do serviço ativo dos três submarinos da classe Foca. No dia 28 de dezembro, em virtude da desativação desses submarinos, a Flotilha de Submarinos foi extinta pelo Decreto 23.656. O último comandante da Flotilha de Submarinos foi o CF Adalberto Landim, primeiro imediato do submarino F 3 e ex-comandante do F 1 e F 3.
1934-1935
Foi submetido a um período de reparos.
1946
Em 21 de março, deu baixa do serviço ativo, pelo Aviso n.º 0659 (Bol. 13/46/1137MM). Chegou, durante algum tempo a prestar apoio ao Quartel de Marinheiros, quando este esteve sediado na Ilha das Enxadas.
O u t r a s F o t o s
R e l a ç ã o d e C o m a n d a n t e s(3)
B i b l i o g r a f i a
- Souza, Marco Polo Áureo Cerqueira de; Nossos Submarinos - sinopse histórica; 1ª edição; Rio de Janeiro; SDGM; 1986; pág.: 32-35.
- Relatório do Ano de 1913, apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro da Marinha Alexandrino Faria de Alencar em abril de 1914.
- NOMAR
- Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 554, out. 1989.
- Submarinos do Brasil - www.planeta.terra.com.br/relacionamento/submarinosbr. (1) Tinha o "90" como distintivo numérico. (2) As designações dos distintivos não correspondem aos usados hoje. (3) No Livro Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004, aparecem na lista de Comandantes do Navio os CF Nelson Peixoto Jurena, Henrique de Santa Rita e Ubaldo Xavier da Silveira, e, não aparecem os seguintes oficiais:CF Protógenes Pereira Guimarães, CF Marcolino Alves de Souza, CF Carlos Américo Reis, CF José Machado de Castro e Silva, CC Arthur Elisiário Barbosa, CC Mário Hercksher e CC Joaquim Pinto de Oliveira. |
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