1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Submarino F 5

Classe Foca

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: ?
Lançamento: 4 de janeiro de 1914
Incorporação: 6 de junho de 1914
Baixa: 30 de dezembro de 1933

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 250 ton (padrão), 370 ton (carregado).
Dimensões: 45.72 m de comprimento, 4.20 m de boca e 2.98 m de calado leve e 3.65 m de calado máximo.
Propulsão: diesel-elétrica; 2 motores diesel Fiat de 2 ciclos e 6 cilindros de 325 hp cada; 2 motores elétricos de 260 hp cada, acoplados a dois eixos acionando dois hélices de três pás cada.

Velocidade: máxima de 13.5 nós (superfície) e de 8.5 nós (imersão).

Raio de ação: na superfície 800 milhas náuticas à 13.5 nós; 1.600 milhas à 8.5 nós, ou submerso 18 milhas à 13.5 nós; 100 milhas à 4 nós.
Profundidade máxima de mergulho: 40 metros (testes).
Armamento: 2 tubos de torpedos de 18 pol. na proa. Capacidade para 4 torpedos Whitehead.
Equipamentos: 2 periscópios italianos do tipo Gallileo, estação radiotelegráfica do tipo Marconi.

Código Internacional de Chamada: PXZD (GBHY)(1)

Código Radiotelegráfico: SOZ(1)

Distintivo Numérico: 95(1)

Tripulação: 23 homens, sendo 2 oficiais e 21 praças.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Submarino F 5, foi construído pelo Cantieri Navale Fiat San Giorgio, em La Spezia, Itália. Foi lançado ao mar em 4 de janeiro de 1914, tendo como madrinha a Sra. Maria Nogueira da Gama, e foi incorporado em 6 de junho de 1914. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-Tenente Álvaro Nogueira da Gama.

 

1911

 

Em 30 de dezembro, pelos Avisos n.º 6439 e 6441, o então Ministro do Negócios da Marinha, Vice-Almirante Joaquim Marques Baptista de Leão, designou o Capitão-de-Corveta Felinto Perry, Chefe da Sub-Comissão Naval na Europa, com sede em La Spezia(2), encarregado de fiscalizar a construção dos submarinos F 1, F 3 e F 5. O Comandante Perry tinha como auxiliares o CT Américo Ferraz e Castro, 1º Ten. (Comissário) Lindozo Marinho Guimarães, o Escrevente de 2ª classe Gastão Urbino de Souza Guimarães, e como fiscais os CT Paulo Pires de Sá (Construção Naval) e 2º Ten. Leopoldo Antônio Ribeiro (Maquinas), mais tarde se juntando o CC José Machado de Castro e Silva.


1914

 

O F 5 realizou provas de mar na superfície e em imersão no Golfo de La Spezia, sendo entregue à Comissão de Recebimento em 6 de junho de 1914, quando foi incorporado.

 

A oficialidade de recebimento, era composta pelos:

 

     - CT Álvaro Nogueira da Gama - Comandante

     - 1º Ten. Antônio Segadas Vianna - Imediato

 

Sobre a dificuldade da MB em manter seus meios, no livro - A vida nos FF (1914 - 1934) -, o Almirante Castro e Silva cita: "entenderam os nossos governantes que, para salvar as finanças do Brasil, deviam vender os navios de guerra que, pouco tempo antes, eles mesmos haviam julgado absolutamente necessários à defesa nacional. E devido à resistência, energia e firmeza do CF Felinto Perry, a venda dos nossos submarinos não se efetuou."


Em 12 de junho, partiu de La Spezia, a reboque do Rebocador de Alto-Mar "Lawerzee" de bandeira holandesa, chegando ao Rio de Janeiro em 28 de julho.

 

Em 14 de julho, foi criada pelo Aviso n.º  3447, de 17/07/1914 MM (OD 84/1914/507, do EMA), a Flotilha de Submersíveis composta pelos submarinos F 1, F 3 e F 5 e com sede no Comando da Defesa Móvel na Ilha de Mocanguê Grande, Rio de Janeiro.

 

Em 10 de agosto, tendo a bordo a Comissão Fiscal nomeada pelo Governo, realizou prova final de aceitação, sendo entregue a Esquadra em 20 de agosto.

 

Ainda em 1914, foi instituído o "Prêmio Independência" (precursor dos nossos atuais TORPEDEX e ECHO) pelo CT Alberto Lemos Basto. Era agraciado o navio que maior número de acertos obtivesse em lançamentos de torpedos, de acordo com o regulamento da época. O troféu alusivo, um brasão em prata de lei, hoje decora a galeria de peças históricas do Edifício Almirante Felinto Perry, sede do comando da Força de Submarinos na Ilha de Mocanguê. Nele, acham-se inscritos os nomes dos submarinos e os respectivos anos do concurso.

 

Os submarinos classe F dedicavam-se basicamente ao adestramento da tripulação no manuseio e manutenção dos equipamentos, operando na maioria das vezes dentro da Baia da Guanabara. Foram  realizadas também algumas comissões na Baia da Ilha Grande, e nas áreas de Cabo Frio-RJ e São Sebastião-SP, sempre com o apoio de navios de superfície(3). Ao que se sabe,  único porto visitado fora dessa área, foi o de Santos-SP.

 

1915

 

Conquistou o "Prêmio Independência".

 

1916

 

Enquanto se encontrava atracado no caís de Mocanguê, ocorreu  um disparo acidental que causou uma pequena avaria em seu tubo de torpedos.

 

1917

 

Em 26 de setembro, com a declaração do estado de guerra contra o Império Alemão, proclamada pelo Presidente Wenceslau Braz, os submarinos classe F tomaram parte em comissões de vigilância e patrulhamento nas proximidades do porto do Rio de Janeiro.


Conquistou o "Prêmio Independência".

 

1918

 

Conquistou o 'Prêmio Independência".

 

1922

 

Conquistou o "Prêmio Independência".

 

1923

 

Em 13 de outubro, sofreu um acidente de imersão, quando teve um compartimento alagado através de um vazamento na válvula de esgoto, tendo ido até o fundo, e depois permanecendo parada a 23 metros antes de regressar a superfície. Nesse acidente foram contaminados com água salgada 36 acumuladores nos compartimentos 7 e 8.

 

1924

 

Em 4 de novembro, integrando a Esquadra de Exercícios, fez-se ao mar para atacar o Encouraçado São Paulo, que se rebelou, tendo feito três imersões e navegado a noite toda pronto para combate.

 

1925

 

Conquistou o "Prêmio Independência".

 

1928

 

Em 22 de agosto, pelo Decreto 18.365, a Flotilha de Submersíveis teve sua denominação mudada para Flotilha de Submarinos.

 

1933

 

Em 28 de dezembro, em virtude da desativação dos três submarinos da classe F, a Flotilha de Submarinos foi extinta pelo Decreto 23.656, passando a funcionar apenas os serviços do Tender Ceará e do Submarino de Esquadra Humaytá

 

Em 30 de dezembro, deu baixa do serviço ativo, segundo o Aviso n.º 4232, de 18/11/1933 MM (Bol. 47/33/1987 MM). Na cerimônia de baixa os submarinos F 1, F 3 e F 5 foi realizado desfile naval e todos os tripulantes prestaram continência ao MM Almirante Protógenes Pereira Guimarães e demais autoridades a bordo do Tender Ceará, que se encontrava atracado no cais norte do AMRJ, onde atracaram a contrabordo ao final do desfile. Na ocasião era comandante da Flotilha o Capitão-de-Fragata Adalberto Landim, que foi o primeiro imediato do submarino F 3 e ex-comandante do F 1 e do F 3.


Durante seu serviço na MB fez 681(4) horas de mergulho, lançando 38 torpedos.

 

Partes do casco do F 5, foram usadas para alicerce dos pilares da ponte dos escaleres da Escola Naval na Ilha de Villegagnon.

 

O u t r a s    F o t o s

 

A vela do submersível F 5. (foto: SDM) O S. F 5, navegando proximo ao cais do porto do Rio de Janeiro. Notar ao fundo na popa do navio o que parece ser a Ilha Fiscal. (foto: SDM, via coleção Edson Lucas)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante
Período
CT Álvaro Nogueira da Gama 06/06/1914 a __/__/1917
CT Antônio Segadas Vianna 19/10/1917 a 27/06/1919
CT Washington Perry de Almeida 12/07/1919 a 06/10/1921
CT Affonso Celso de Ouro Preto 06/10/1921 a 15/12/1922
CT Bráz Paulino de França Velloso 18/12/1922 a 05/01/1924
CT Mário de Azeredo Coutinho 23/01/1924 a __/__/1924
CT Aureliano de Almeida Magalhães __/__/1924 a 02/12/1924
CT Fernando Cochrane 12/12/1924 a 13/11/1925
CT Maurício Eugênio Xavier do Prado 01/12/1925 a 22/12/1926
CT Nelson Noronha Carvalho 22/12/1926 a __/__/19__
CT Mário Lopes Ypiranga dos Guaranys __/__/19__ a __/__/19__
CT Edgar de Paula Oliveira __/__/19__ a __/__/19__
CT Heitor Baptista Coelho __/__/19__ a 30/12/1933

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Souza, Marco Polo Áureo Cerqueira de; Nossos Submarinos - sinopse histórica; 1ª edição; Rio de Janeiro; SDGM; 1986; pág.: 25-32.

- Comando da Força de Submarinos; Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004; Niterói; ComFors; 2004.

 

- Submarinos do Brasil - www.planeta.terra.com.br/relacionamento/submarinosbr

 

- Jane's Fighting Ships 1931. London: Jane's Publishing Company Limited, 1931.

 

- Colaboração Pedro Caminha.


(1) As designações dos distintivos não correspondem aos usados hoje.

(2) A Comissão Naval na Europa na época, era sediada em Newcastle-on-Tyne, Inglaterra.
(3) Além do Tender Ceará, o Tender Cuiabá, a Torpedeira Goyaz e o Rebocador Laurindo Pita realizaram serviços de apoio aos submarinos classe F.
(4) Não foi computado o período de junho de 1918 à janeiro de 1920, por falta de documentação.