1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

CS Guaporé - G 1

Classe PC 461

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 24 de março de 1942
Lançamento: 30 de abril de 1942
Incorporação (USN): 5 de junho de 1942
Baixa (USN): 24 de setembro de 1942
Incorporação (MB): 24 de setembro de 1942

Baixa (MB): 1958

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 280 ton (padrão), 450 ton (carregado).
Dimensões: 52.73 m de comprimento, 7.01 m de boca e 3.04 m de calado.
Propulsão: diesel; 2 motores diesel de 16 cilindros General Motors Model 16-258S gerando 2.000 bhp, acoplados a dois eixos com hélices de três pás.

Eletricidade: ?

Velocidade: máxima de 20 nós.

Raio de ação: 3.000 milhas náuticas à 12 nós.

Armamento: 1 canhão de 3 pol. (76.2 mm/50); 1 canhão Bofors L/60 de 40 mm em um reparo Mk 3; 3 metralhadoras Oerlikon de 20 mm em reparos singelos Mk 4; 2 lançadores óctuplos de bomba granada A/S (LBG) de 7.2 pol. Mousetrap Mk 20 na proa; 2 calhas de cargas de profundidade Mk 3 e 2 projetores laterais do tipo K Mk 6 para cargas de profundidade Mk 6 ou Mk 9.

Sensores: 1 radar de vigilância de superfície tipo SF ou SL; 1 sonar de casco.

Código Internacional de Chamada: ?

Tripulação: 65 homens, sendo 5 oficiais e 60 praças.

Obs: Características da época da incorporação na MB.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Caça Submarino Guaporé - G 1, ex-USS PC 544, foi o terceiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao rio homônimo situado na fronteira do Brasil com a Bolívia. O Guaporé foi construído pelo estaleiro Defoe Boat and Motor Works, em Bay City, MI. Foi lançado em 30 de abril de 1942 e foi incorporado a Marinha dos EUA em 5 de junho. Junto com o CS Gurupi, foi um dos primeiros navios de guerra transferidos pelos EUA, e incorporados à Marinha do Brasil após o declaração de guerra aos paises do Eixo na Segunda Guerra Mundial. Foi transferido e incorporado a MB em 24 de setembro de 1942 em cerimônia realizada na Base Naval de Natal (RN). Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-Tenente Dário Camillo Monteiro.

 

O custo de aquisição dos Caça Submarinos dessa classe em 1942-43 era de US$ 1,7 milhões.

 

A oficialidade do Guaporé cursou a primeira turma da Fleet Sound School em Key West (Florida).

 

O PC 544 atracando em um porto em algum lugar da costa leste dos EUA. (foto: National Archives) O PC 544 com o PC 547 atracado a contrabordo em algum porto da costa leste dos EUA. Mais tarde, meses depois seriam transferidos para a Marinha do Brasil onde receberiam respectivamente os nomes de Guaporé e Gurupi. (foto: National Archives) O PC 544 com o PC 547 atracado a contrabordo em algum porto da costa leste dos EUA. Mais tarde, meses depois seriam transferidos para a Marinha do Brasil onde receberiam respectivamente os nomes de Guaporé e Gurupi. (foto: National Archives)

 

1942

 

Em 5 de outubro, passou a subordinação da Força Naval do Nordeste (FNNE), criada pelo Aviso n.º 1661, do mesmo dia, para substituir a Divisão de Cruzadores, comandada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Alfredo Carlos Soares Dutra, e subordinada ao Comandante da 4ª Esquadra Norte-Americana e das Forças Navais do Atlântico Sul, Contra-Almirante (USN) Jonas H. Ingram. A Força Naval do Nordeste era originalmente composta pelos Cruzadores Rio Grande do Sul – C 11 e Bahia - C 12, Navios Mineiros Carioca - C 1, Cabedelo - C 4, Caravelas - C 5 e Camaquã - C 6 e pelo Caça Submarino Gurupi - G 2. Essa força foi depois acrescida de outros navios adquiridos nos Estados Unidos, além dos submarinos classe T, do Tender Belmonte, e dos Contratorpedeiros da classe M, constituindo assim Força-Tarefa 46, da Força Naval do Atlântico Sul, sendo dissolvida apenas no final da guerra.

 

Iniciou sua vida operacional sendo utilizado junto com o CS Gurupi - G 2, como navio de treinamento para às futuras guarnições dos outros CS's da classe G que viriam a ser entregues nos Estados Unidos.

 

Em seu livro "A Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial", o Almirante Arthur Oscar Saldanha da Gama, descreve o serviço e a vida a bordo dos Caça-Submarino, carinhosamente chamado pelo pessoal da Armada de "Caça-Ferro", em artigo compilado da Revista do Clube Naval, n.º 252, de maio de 1978, de autoria do Almirante Rubens José Rodrigues de Mattos, intitulado "A Vida nos Caça-Ferro, durante a II Guerra Mundial".

 

Participou, sob o Comando do Capitão-Tenente João Faria de Lima, do serviço de escolta ao navio lançador de cabo Cambria, que fazia a manutenção dos cabos submarinos de comunicação entre os Estados Unidos - Brasil - Europa, em um serviço que constituía girar em torno do Cambria por quatro horas em um sentido, alternado em outras quatro horas no sentido contrario, pois o navio em sua tarefa de inspeção de cabos, que passavam através de roldanas por seu convés, navegava vagarosamente, constituindo em um alvo precioso para os submarinos inimigos.

 

1943

 

Em 23 de julho, obteve um contato submarino positivo de sonar, lançando suas cargas de profundidade na posição Lat. 00º28' S e Long. 45º 54' W.

 

Entre 22 de dezembro e 5 de janeiro de 1944, participou da escolta mista (americana/brasileira) em conjunto com o CS Goiana - G 6, do comboio Trinidad - Recife (JT) - JT 18.

 

1944

 

Em 17 de abril, sob o comando do CT Manuel João de Araújo Neto localizou uma mina à deriva às 17:05hs na posição Lat. 02º20' N e Long. 49º 10' W, efetuando disparos para destruí-la, sem êxito.

 

Entre 23 de março e 2 de abril, participou da escolta mista (americana/brasileira), do comboio Recife - Trinidad (JT) - JT 26.

 

Entre 10 e 24 de abril, participou da escolta mista (americana/brasileira), do comboio Trinidad - Recife (TJ) - TJ 29.

 

Entre 8 e 19 de outubro, participou da escolta do comboio Recife - Trinidad - JT 46, sendo a primeira escolta de comboio composta exclusivamente por unidades brasileiras, sendo formado assim o GT 46.8, que incluía os CTE's Bertioga - Be 1 (capitânia), onde viajava o Comandante da Escolta, o Capitão-de-Fragata Aldo de Sá Brito e Souza, Beberibe - Be 2 e dos CS's Guaíba - G 3, Guajará - G 5, e Goiana - G 6.

 

Entre 27 de outubro e 8 de novembro, participou da escolta mista (americana/brasileira) em conjunto com os CTE's Bertioga - Be 1, Beberibe - Be 2 e os CS's Guajará - G 5 e Goiana - G 6, do comboio Trinidad - Recife (TJ) - TJ 49.

 

Entre 28 de novembro e 8 de dezembro, participou da escolta mista (americana/brasileira) em conjunto com o CS Guajará - G 5, do comboio Recife - Trinidad (JT) - JT 51.

 

Entre 21 de dezembro e 2 de janeiro de 1945, participou da escolta do comboio Trinidad - Recife (TJ) - TJ 55, sendo o primeiro navio a participar de uma escolta de comboio TJ exclusivamente brasileira.

 

1945

 

Entre 19 de fevereiro e 3 de março, participou da escolta mista (americana/brasileira) do comboio Trinidad - Recife (TJ) - TJ 219.

 

Em 16 de março, sob o Comando do CT Newton Tornaghi, foi subordinado ao o Grupo de Ataque 46.8, composto pelos CTE's Bertioga – Be 1, Babitonga – Be 7, e pelos CS Goiana - G 6, para uma comissão de caça e destruição , deslocando-se para área compreendida entre os paralelos de Lat. 05º S e 08º W e meridianos de Long. 26º W e 22º W, com o objetivo de destruir dois submarinos avistados às 09:00hs do dia 14 de outubro nas posições de Lat. 17º30' S e Long. 15º 50" W e de Lat. 21º 10" S e Long. 11º 45" W, respectivamente, que não foram encontrados.

 

Em abril, com a redução da ameaça submarina passou a fazer parte do Grupo de Ataque 27.6.8, sob o comando do CF Alberto Jorge Carvalhal, composto pelos CTE's Bertioga – Be 1, Babitonga – Be 7, e pelo CS Goiana - G 6.

 

Participação total de comissões de escolta de comboios regulares pelo CS Guaporé durante a 2ª Guerra Mundial.

 

Comboios

Comissões

Recife/Salvador 5
Salvador/Recife 4
Recife/Trinidad (JT) 12
Trinidad/Recife (TJ) 12
Outros Comboios 12
Total 45

 

Participação do CS Guaporé na 2ª Guerra Mundial, dividida por comandantes.

 

Comandante Milhas Navegadas Dias de Mar Navios Comboiados Comboios
CT Dário C. Monteiro 25.064 94 99 25
CT João F. de Lima 35.775 142,5 182 18
CT Manoel J. de Araújo 10.048 34,5 30 3
CT Paulo B. G. da Silva 4.533 16 18 3
CT Newton Tornaghi 38.269 140 63 13

 

 

1955

 

Com a nova padronização dos indicativos de casco da MB, teve seu indicativo alterado para CS 1.

 

1958

 

Em 4 de janeiro, foi transferido em definitivo para o Brasil.

 

Deu baixa do serviço ativo e foi para desmanche.

 

 

 

 

O Caça-Submarinos Guaporé - G 6. (foto: SRPM)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CT Dário Camillo Monteiro 24/09/1942 a __/__/19__
CT João Faria de Lima __/__/19__ a __/__/19__
CT Manoel João de Araújo Neto __/__/1944 a __/__/19__
CT Paulo Bracy Gama da Silva __/__/19__ a __/__/19__
CT Newton Tornaghi __/__/1945 a __/__/19__
CT João Carlos Gonçalves Caminha __/__/1954 a __/__/19__

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.116.

 

- Gama, Arthur Oscar Saldanha da. A Marinha do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro. CAPEMI Editora e Gráfica Ltda., 1982.

 

- Revista Marítima Brasileira. Rio de Janeiro, SDGM, n.º 4/6, abr./jun. 1999.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 590, out. 1992.

 

- Splinter Fleet – The Wooden Subchsers of the World War II - www.splinterfleet.org

 

- NavSource Naval History - www.navsource.org - último acesso em 04/04/2010.