1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

S Riachuelo - S 15

Classe Gato

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 1º de abril de 1942
Lançamento: 30 de dezembro de 1942
Incorporação (USN): 29 de março de 1943
Baixa (USN): 18 de janeiro de 1957

Incorporação (MB): 18 de janeiro de 1957
Baixa (MB): 14 de outubro de 1966

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 1.475 ton (carregado na superfície) e 2.370 ton (carregado em mergulho).
Dimensões: 93.57 m de comprimento, 8.22 m de boca e 4.90 m de calado.
Propulsão: diesel-elétrica; 4 motores diesel G.M. de 16V cilindros com 1.600 hp cada (1), 4 geradores Allis Chalmers de 1.100 Kw, 4 motores elétricos Allis Chalmers de 2.700 hp, acoplados a dois eixos e dois hélices de 4 pás. Um motor diesel auxiliar e um gerador auxiliar de 300 Kw. Dois conjuntos de baterias Sargo de 126 celulas cada.

Velocidade: máxima de 20 nós (superfície) e 8.75 nós (imersão).

Raio de ação: 12.000 milhas náuticas à 10 nós (superfície ou com snorkel), e ?? dias de autonomia.
Profundidade máxima de mergulho: 91 metros.
Armamento: 10 tubos de torpedos de 21 pol. (533 mm), sendo quatro na popa; com capacidade para 24 torpedos.

Direção de Tiro: TDC- Target Data Computer (Computador de Dados do Alvo - Eletro-mecânico) Mk 3 mod.5.

Equipamento Eletrônico: um sonar passivo JP 1; um sonar WCA; um telefone submarino UQC; 2 telefones submarinos de emergência BQC; um radar de superfície SJA; 1 transmissor-rádio TBL-6 e um TED; e os radioreceptores AN/URR-13, RAL-7, RAL-5, RBS-1, RBH-2 e RBO.

Código Internacional de Chamada: ?

Tripulação: 70 homens, sendo 6 oficiais e 54 praças.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Submarino Riachuelo - S 15, ex-USS Paddle - SS 263, foi o quinto navio e o primeiro submarino a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao riacho do rio Paraná, em cujas proximidades travou-se a batalha naval de 11 de junho de 1865, entre a esquadra paraguaia e parte da esquadra brasileira, sob o Comando do Almirante Barroso. Foi construído pelo estaleiro Electric Boat Co., em Groton, Connecticut, e em 6 de abril de 1956 foi aprovada no Congresso Norte-Americano a Lei n.º 484 que autorizava sua cessão ao Brasil, sendo transferido e incorporado a MB na Base de Submarinos de New London, Groton, CT em 18 de janeiro de 1957, pelo Aviso 0082 de 08/01/1957 MM (Bol. 04/57/680 MM). Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Fragata Fernando Gonçalves Reis Vianna.

 

A oficialidade do recebimento do Riachuelo foi a seguinte:

 

     - CF Fernando Gonçalves Reis Vianna – Comandante

     - CC José Portella Passos Autran - Imediato

     - CC Nelson Riet Côrrea - CheMaq
     - CC Lubomir Brzenzinski - CheOpe
     - CT Francisco Amarante Mendes- CheArm

     - CT Zaven Boghossian - Enc.Div. M

     - CT Paulo Nogueira Pamplona Corte Real  – Enc.Div. O
     - CT José Carlos Rangel Urrutigaray – Enc.Div. S

 

1957

 

Em 9 de março, partiu de New London em companhia do Submarino Humaitá - S 14, incorporado na mesma data, fazendo escala em Havana (Cuba), San Juan (Porto Rico), Port of Spain (Trinidad e Tobago), Recife em 5 de abril, Salvador, e Rio de Janeiro onde chegou em 16 de abril, atracando no caís Norte do AMRJ.

 

Os submarinos Humaitá – S 14 e Riachuelo S 15, em abril de 1957, recém chegados dos EUA, cedidos por empréstimo de 10 anos. (foto: Revista Manchete, abril de 1957, via José Henrique Mendes)

 

Conquistou o "Prêmio Alte. Felinto Perry", de eficiência.

 

1960

 

Participou da operação UNITAS I.

 

1961

 

Participou da UNITAS II.

 

1962

 

Em setembro, participou da Operação UNITAS III, integrando um GT composto pelos CT Pará - D 27, Paraíba - D 28 (capitânia), Paraná - D 29 e Pernambuco - D 30 e o S Humaitá - S 14. Em Recife-PE reuniu-se com o GT americano formado pelo CT USS Mullinnix - DD 944 (capitânia), F USS Lester - DE 1022 e o S USS Picuda - SS 382, sob o comando do USCOMSOLANT, CA (USN) John A. Tyree Jr.; e o GT uruguaio formado pelo CT ROU Uruguay - DE 01 e o ROU Artigas - DE 02, que se juntou a FT-76 no caminho para o Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro a FT-76 (Força-Tarefa UNITAS) recebeu a adição do GT argentino composto pelos CT ARA Almirante Brown - D 20 (capitânia), ARA Espora - D 21 e ARA Rosales - D 22 e o S ARA Santa Fé - S 11, na travessia Rio-Montevideo juntou-se a FT o NT ARA Punta Medanos - B 11. Prestaram apoio aéreo aeronaves de patrulha P-2V7 Neptune e de transporte R-4Y. Mesmo sem integrar a FT-76 o NAeL ARA Independencia - V 1, também prestou apoio aéreo com suas aeronaves S-2F Tracker. A fase Atlântico da UNITAS encerrou-se na Base Naval de Belgrano, com os navios norte-americanos seguindo para o Estreito de Magalhães onde em Punta Arenas juntou-se aos navios da Armada do Chile.

 

Em 1962, quando suas baterias chegaram ao fim da vida útil, pensou-se seriamente em mandá-lo para os EUA, para substituí-las, entretanto, tornou-se "ponto de honra" a execução dessa obra pelo AMRJ. O problema recebeu alta prioridade das autoridades navais e, apesar dos altos custos envolvidos no preparo do pessoal técnico e na obtenção, por via aérea, do material necessário, a obra foi executada com sucesso e dentro de um prazo razoável. Pouco tempo depois, com o Riachuelo já operativo, surgiram problemas de ordem estrutural em determinadas cavernas do submarino. Tornava-se claro que os submarinos daquela época (Humaitá, Riachuelo, Rio Grande do Sul e Bahia) careciam de uma tecnologia de manutenção e reparo inexistente no país. Esses dois problemas, o das baterias e o das cavernas do Riachuelo, ensejaram o envio de engenheiros e técnicos do AMRJ aos EUA, onde em estaleiros diversos realizaram cursos de reparo de submarinos, dando inicio assim a uma longa caminhada que nos levou ao domínio da tecnologia de reparos e construção de submarinos.

 

1963

 

Em 8 de maio, pelo Aviso 0191 (Reservado) do MM, a Flotilha de Submarinos teve sua denominação alterada para Força de Submarinos, como permanece até hoje.

 

1965

 

Flâmula comemorativa aos 100 anos da Batalha Naval do Riachuelo, 11 de junho de 1865 - 11 de junho de 1965. (foto: Coleção Rogério Cordeiro)

 

1966

 

Em 14 de outubro, na Base Almirante Castro e Silva foi submetido a Mostra de Desarmamento pela OD 0051/66 de 14/10/1966 do CEMA, Almirante-de-Esquadra Sylvio Monteiro Moutinho, sendo sua baixa do serviço ativo da Armada feita pelo Aviso 1276 de 01/07/66 MM/EMA (Bol. 28/66/3702 MM). A cerimônia foi presidida pelo Sub-Chefe de Organização do EMA Contra-Almirante Geraldo Azevedo Henning.

 

Em 9 anos e dez meses de serviço na MB, atingiu as marcas de 97.833 milhas navegadas, 695.5 dias de mar, 2.279 horas de imersão e lançou 20 torpedos (2).

 

Permaneceu, inicialmente na BACS, sob responsabilidade de um Grupo de Manutenção (GruMan). Posteriormente, foi rebocado para o AMRJ a fim de ser desmontado. Os equipamentos retirados foram destinados à Força de Submarinos. O grupo destilatório foi adaptado pelo AMRJ, próximo ao galpão de baterias de submarinos, localizados no caís Oeste, onde funcionava pelo menos até 1986. Em março de 1968, concluída a faina de desmontagem, foi o casco entregue à Missão Naval Americana no Brasil, a qual, por sua vez, vendeu-o a um estaleiro particular do Rio de Janeiro, para aproveitamento do material.

 

 

O u t r a s    F o t o s

 

O Riachuelo, pertencia a classe Gato dentro do grupo dos chamados Fleet Type. (foto: SDM) O Riachuelo - S 15 navegando na superfície a toda força. (foto: SDM) O Riachuelo - S 15 navegando na superfície a toda força. Nessa ocasião o Comandante da Força de Submarinos (ComForS) estava a bordo. (foto: SDM) O Riachuelo - S 15 navegando na superfície, mostrando a vela em detalhes. (foto: SDM) O Riachuelo - S 15 navegando na superfície, navegando a toda velocidade. (foto: SDM) O Riachuelo - S 15 navegando na superfície, navegando a toda velocidade. Note a indiscrição do fumo gerado pelo funcionamento dos motores diesel, acionados quando a navegação era na superfície, para a recarga das baterias. (foto: SDM) O Riachuelo - S 15 iniciando um mergulho. (foto: SDM) O Riachuelo - S 15 navegando na superfície, navegando a toda velocidade. Note a indiscrição do fumo gerado pelo funcionamento dos motores diesel, acionados quando a navegação era na superfície, para a recarga das baterias. (foto: SDM)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CF Fernando Gonçalves Reis Vianna 18/01/1957 a __/__/195_
CF Paulo Carvalho da Fonseca e Silva __/__/195_ a __/__/195_
CF Otávio José Sampaio Fernandes __/__/196_ a __/__/196_
CF Diocles Lima de Siqueira __/__/196_ a __/__/196_
CF Nicolau dos Santos Malburg __/__/196_ a __/__/196_
CF Joaquim Januário de Araujo Coutinho Netto __/__/196_ a __/__/196_
CF Fernando de Castro Lira Porto __/__/196_ a __/__/196_
CC Valbert Lisieux Medeiros de Figueiredo (interino) __/__/196_ a __/__/196_
CC Roberto Azevedo Roche Moreira (interino) __/__/196_ a __/__/196_

 

 

H i s t ó r i c o  A n t e r i o r

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Souza, Marco Polo Áureo Cerqueira de; Nossos Submarinos - sinopse histórica; 1ª edição; Rio de Janeiro; SDGM; 1986; pág.: 57-65 e 115.

 

- Friedman, Norman. U.S. Submarines Through 1945: An Illustrated Design History. Annapolis, MD. United States Naval Institute, 1995.

 

- Comando da Força de Submarinos; Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004; Niterói; ComFors; 2004.

 

- NavSource Naval History - www.navsource.org - último acesso em 04/04/2010.

 

- Submarinos do Brasil - www.planeta.terra.com.br/relacionamento/submarinosbr

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 539, jul. 1988.

 

- SUBNET - www.subnet.com.

 

- Claude E. Erbsen, Ensign, USN. All Hands Magazine - USS Mullinnix during Unitas III Exercises of coast of South America 1962 Sailing with South America’s Navies, February 1963.

 

- Jornal Virginian-Pilot, 18 December, 1962.

 

- Warships of World War II - www.warshipsww2.eu/ - 12/12/2010

 

- USS Paddle - SS 263 - http://www.ibiblio.org/hyperwar/USN/ships/SS/SS-263_Paddle.html


(1) fez parte de um grupo de 12 submarinos da classe Gato, construídos pela Electric Boat que recebeu originalmente quatro motores diesel de dupla ação Hooven-Owens-Rentschler (HOR) de 1.350 hp cada. O fabricante sofreu diversos problemas no projeto e construção desses motores que se provaram problemáticos em termos de operação e manutenção, sendo substituídos nessas 12 unidades na primeira oportunidade possível, pelo GM-Winton 16-278A.

(2) No Livro Força da Submarinos 90 Anos - 1914-2004, aparecem as marcas: de 90.519 milhas navegadas, 656 dias de mar e 2.264 horas de imersão.