1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Brigue

São José Diligente

depois Palhaço

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: ?
Lançamento: ?
Incorporação: 1823
Baixa: ?

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: ?
Dimensões: ? m de comprimento, ? m de boca, ? m de pontal e ? m de calado.

Propulsão: à vela; com mastreação armada em brigue.

Velocidade: ?

Raio de ação: ?
Armamento: ?

Tripulação: ?

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Brigue São José Diligente, foi o primeiro e único navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil. Antigo Brigue português, também chamado Diligente, foi apresado pelos brasileiro, em 1823, e transformado em presiganga, no Pará, por ordem da Junta Governativa da Província, em outubro de 1823, e confiado ao comando do 2º Tenente Joaquim Lúcio de Araújo.

 

Também teve o nome de Palhaço.

 

1823

 

A 20 de outubro, o Capitão-Tenente Grenfell remeteu para bordo do brigue Diligente (depois Palhaço), fundeado diante do Pará, 256 soldados e paisanos dos que figuraram nos roubos e assassinatos dos dias 15 e 16. Grenfell, procedendo assim, cumpriu a requisição feita pela Junta de Governo do Pará, no oficio seguinte:

 

"Ilustríssimo Senhor. - As prisões da cadeia estão cheias com os celerados dos dias 15 e 16 do corrente; e, além de não caberem mais, exigem um grande número de milicianos para os guardar; as outras prisões são fracas, e cedem à força: portanto, lembra-se a Junta Provisória que o Brigue Diligente sirva de presiganga, para onde se passem os presos que, com uma pequena guarda, se podem conter, ficando aquele navio entre os de guerra. – Deus Guarde a Vossa Senhoria. - Pará, no Palácio Imperial, 18 de outubro de 1823. - Ilustre Senhor John Pascoe Grenfell (assinados os membros da Junta Geral: José de Abreu, presidente; José Ribeiro Guimarães, secretario; João Henrique de Matos e Félix Antônio Clemente Malcher)".

 

Os presos foram postos no porão do Diligente e confiados a guarda de um destacamento de marinheiros, sob o comando do 2º Tenente Joaquim Lúcio de Araújo. A noite, devorados de cede, tentaram subir para o convés; o Tenente Lucio de Araújo os repeliu e mandou fechar as escotilhas.

 

No dia seguinte, sendo estas abertas, verificou-se que tinham perecido 254 presos; apenas 4 respiravam, e destes, só 1 pode ser salvo. Em oficio de 23 de outubro, dizia a Junta ao Ministro do Império, José Bonifácio, “...De noite amotinaram-se, quiseram forçar as escotilhas o que obrigou a. guarnição a dar-lhes uma descarga, em que, com mais extraordinário frenesi, lançando-se uns contra os outros, se esganaram e afogaram, escapando somente 4, como consta do auto de corpo-de-delito e de devassa a que por semelhante respeito se procedeu. A tropa restante continua a estar desarmada, nem podemos por ora ter confiança nela; o serviço da praça é feito por milícias e rondas noturnas por cidadãos armados. O Capitão-Tenente Grenfell, Comandante do Brigue Maranhão, tem, com a força de mar, contribuído muito para a segurança e defesa da cidade, e podemos afirmar que, sem a sua cooperação esta cidade estaria reduzida a um montão de ruínas. Tão relevantes serviços têm a Junta Provisória a honra de rogar a Vossa Excelência seja servida levar ao conhecimento de Sua Majestade”.

 

Ao Capitão-Tenente Grenfell, nenhuma responsabilidade podia caber pela desgraça ocorrida a bordo do Diligente; entretanto, quando chegou ao Rio de Janeiro, conduzindo a Fragata Imperatriz, foi submetido a Conselho de Guerra. Só depois de absolvido em ultima instancia (19 de abril de 1826), foi Grenfell promovido a Capitão-de-Fragata (8 de maio) pelos distintos serviços prestados, na Guerra da Independência. Meses depois, perdia um braço, batendo-se pelo Brasil no Rio da Plata (30 de julho de 1826), e por serviços posteriores conquistava um dos maiores nomes da nossa Historia Naval.

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
2º Ten. Joaquim Lúcio de Araújo __/__/182_ a __/__182_

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.193 e 235.

 

- Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.