1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

NOc Almirante Álvaro Alberto

H 43

Classe Alte. Álvaro Alberto

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: ?
Lançamento: 1973
Incorporação: abril de 1973

Incorporação (MB): 6 de junho de 1988

Baixa (MB): 25 de março de 1993

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 363 ton (padrão), 652 ton (carregado).
Dimensões: 66.15 m de comprimento, 13.42 m de boca, 3.47 m de calado e 4.74 m de calado máximo.
Propulsão: diesel; 2 motores diesel de 12 cilindros Fairbanks gerando 4.800 bhp, acoplados a 1 eixo.

Velocidade: máxima de 14 nós.

Raio de Ação: ?
Armamento: nenhum.
Sensores: 2 radares de navegação; sistema de comunicações por satélites MARISAT.

Equipamentos: Sistema de sísmica de reflexão multi-canal com cabos com sensores e 3.000 metros de extensão; sistemas de gravimetria e magnetometria; 24 canhões de ar que permitem o registro do relevo submarino pelos sensores. Os dados coletados são tratados a bordo.

Código Internacional de Chamada: ?
Tripulação: 59 homens, sendo 10 oficiais e 38 praças, e nas comissões de LEPLAC uma equipe de em média 11 técnicos da PETROBRÁS S/A para operar os sistemas.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Navio Oceanográfico Almirante Álvaro Alberto - H 43, ex-Grant Mariner, ex-Polar 901, foi o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao Almirante Álvaro Alberto, que se destacou no campo da Ciência e Tecnologia. Foi construído pelo estaleiro Burton Construction & Shipbuilding Co., em Port Arthur, Texas, como rebocador de apoio a plataformas marítimas, ou mais especificamente Supply Vessel Anchor Handling, com capacidade para operar em condições de gelo moderado, sendo entregue como "Polar 901". Em 1982 foi adquirido pela companhia norte-americana Grant Norpac Inc., de Houston, Texas, sendo redenominado "Grant Mariner", passando a arvorar bandeira do Panamá. Em janeiro de 1982 entrou no estaleiro Atlantic Drydock Inc., em Jacksonville, Florida para ser submetido a uma extensa reforma e sofrer adaptação para sua nova função de de navio de pesquisas sísmicas. Em 1984/85, foi submetido a novas alterações para otimizar o seu emprego nos levantamentos geofísicos.

 

Com a necessidade de ampliação das pesquisas marítimas, em função dos tratados da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a Marinha do Brasil iniciou a procura um novo Navio Oceanográfico que seria utilizado no aprimoramento das pesquisas já realizadas até então pelos outros navios oceanográficos. Após avaliação técnica-comercial de 24 navios, por oficiais e engenheiros da MB, e geofísicos da PETROBRAS (co-participante das pesquisas marítimas), foi selecionado o Grant Mariner que foi adquirido em 28 de setembro de 1987(1), por US$ 3 milhões.

 

Chegou ao Rio de Janeiro em novembro de 1987, iniciando logo a seguir um período de modificações no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, para ser adaptado para o Serviço Naval. Foi submetido a Mostra de Armamento e incorporado em 6 de junho de 1988, em cumprimento a Portaria Ministerial n.º 0484/88 de 31/05/88, com a presença dp Chefe do Estado-Maior da Armada, em cerimônia conjunta com a do NOc Antares - H 40, realizada na Base Naval do Rio de Janeiro. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Fragata Luiz Carlos Ferreira e Silva.

 

1988

 

Logo após sua incorporação passou à subordinação da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN).

 

Em 8 de julho, recebeu a visita do Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Henrique Saboia.

 

Entre agosto e outubro, realizou sua primeira comissão de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (LEPLAC II), no litoral leste entre o Espírito Santo e a Bahia.

 

1989

 

Em 4 de janeiro, suspendeu do Rio de Janeiro, a fim de participar da Operação ANTÁRTICA VII, com a missão de avaliar o seu desempenho na região polar e prestar apoio logístico à Estação ANTÁRTICA COMANDANTE FERRAZ (EACF). Após embarcar em Rio Grande o material destinado a EACF, o navio demandou diretamente à Antártica, onde chegou a 20 de janeiro. Durante a permanência no fundeadouro da Enseada de Martel, na Baia do Almirantado, apesar do mau tempo, realizou o transbordo de carga e combustível navio-terra-navio.Efetuou o reconhecimento da Baia Fields e do fundeadouro da Base Teniente Rodolfo Marsh, do Chile. Nessa ocasião, além da base chilena, foram visitadas as bases Bellinghausen (URSS), Grande Muralha (China), Estação Antártica Artigas (Uruguai) e o Refúgio Ballve (Argentina). Suspendeu da Antártica em 28 de janeiro, escalando em Mar del Plata entre 6 e 9 de fevereiro e depois foi para Rio Grande para descarregar o material. Em 17 de fevereiro, chegou ao Rio de Janeiro, encerrando sua participação na Operação ANTÁRTICA VII.

 

O Navio Auxiliar Gastão Moutinho fotografado da Torre da Ilha Fiscal, em abril de 1989. Ao fundo o Navio Oceanográfico Almirante Álvaro Alberto – H 43 e o Navio Hidrográfico Canopus – H 22.(foto: Coleção Pessoal de Gustavo Rocha)

 

Entre 21 e 23 de abril, o navio foi aberto a visitação pública no caís da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, durante as comemorações do Centenário do Nascimento do Almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva.

 

O Navio Oceanográfico Álvaro Alberto – H 43 e o Navio Hidrográfico Canopus – H 22, atracados na Ilha das Cobras, em abril de 1989.(foto: Coleção Pessoal de Gustavo Rocha)

 

Em maio, realizou comissão AVAOPE I, para a Avaliação Operacional do sonar de varredura lateral EGG Mod.206, então recentemente adquirido pela DHN. Ao final de segunda pernada dessa comissão, no dia 16 de maio, esteve em Angra dos Reis, para visita que fez parte das comemorações do Centenário do Nascimento do Almirante Álvaro Alberto, oportunidade em que recebeu a visita de uma comitiva de Oficiais, Professores e Alunos do Colégio Naval, sediado naquela cidade.

 

Entre 22 de setembro e 23 de dezembro, realizou a VI Comissão de Levantamento da Plataforma Continental (LEPLAC VI), operando ao largo dos Estados do Amapá, Pará e Maranhão, perfazendo um periodo de 92 dias fora da sede, 75 dias demar e 11.893,9 milhas navegadas. Foram coletados dados de sísmica de reflexão, gravimetria, magnetometria e batimetria em 11 perfis perpendiculares à costa e 1 perfil transversal, aproximadamente paralelo ao litoral, perfazendo um total de 6.247 Km e perfilagem. Durante a comissào o navio operou a partir de Belém e contou com o apoio d uma equipe técnica de 13 homens da PETROBRAS, entre geofisicos, engenheiros eletronicos, tecnicos e mecanicos.

 

1990

 

Em janeiro, realizou comissão de Apoio Logístico à Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), como parte da Operação ANTÁRTICA VIII.

 

Foi pioneiro em um novo tipo de comissão, a coleta de dados gravimétricos e magnetométricos, visando adquirir dados para o planejamento das operações navais. Até então esse tipo de comissão só era levada a cabo por países de tecnologia avançada.

 

1992

 

Em dezembro, realizou a Operação LEPLAC XI, de levantamentos marítimos entre a costa de São Paulo e o Rio Grande do Sul. Em 16 de dezembro, ao dar inicio ao regresso ao Rio de Janeiro, após o término da primeira pernada dessa comissão, sofreu um incêndio quando estava a 25 milhas da Ponta do Itapoã, na Lagoa dos Patos. Apesar dos esforços da tripulação, e de embarcações que vieram em seu socorro, o navio veio a soçobrar às 15:30hs daquele mesmo dia.

 

1993

 

Em 25 de março, pela Portaria Ministerial n.º 0194/93, é dada sua baixa do Serviço Ativo da Armada. Em sua breve vida operacional, atingiu a marca de pouco mais de 200 dias de mar. No decorrer de sua breve história, o Almirante Álvaro Alberto produziu serviços altamente relevantes. Além de participar da avaliação operacional de equipamentos novos e sofisticados, contribuiu para a coleta de dados de interesse para as operações navais e credenciou-se como alternativa válida para eventualmente substituir o NApOc Barão de Teffé nas suas atividades logísticas na Antártica. Em duas comissões LEPLAC realizadas, coletou, ao longo de mais de 14.000 km de perfis executados, dados sísmicos, gravimétricos, magnetométricos e batimétricos.

 

O u t r a s    F o t o s

 

 

Vista de proa do Navio Oceanográfico Almirante Álvaro Alerto - H 43. (foto: Revista Portos & Navios). Vista de popa do Navio Oceanográfico Almirante Álvaro Alerto - H 43. (foto: Revista Portos & Navios). O Navio Oceanográfico Almirante Álvaro Alerto - H 43. (foto: SDM). O NOc Almirante Álvaro Alerto - H 43, foi uma grande perda para os trabalhos da DHN. (foto: SDM).

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CF Luiz Carlos Ferreira e Silva 06/06/1988 a __/__/1989
CF Altineu Pires Miguens __/__/1989 a __/__/199_

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Revista Portos e Navios, Rio de Janeiro, n.º 340, dezembro 1987.

 

- Revista Marítima Brasileira. Rio de Janeiro, SDGM, Vol. 114, n.º 04/06, abr./jun. 1994.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 534, fev. 1988; n.º 539, jul. 1988; n.º 539b, jul. 1988; n.º 548, abr. 1989; n.º 549, mai. 1989; n.º 550, jun. 1989; n.º 555, nov. 1989; n.º 558, fev. 1990.

 

- ABS - American Bureau of Shipping - Record, Baltimore, MD, Port City Press, 1989.

 

- Confraria do Bode Verde - www.bodeverde.hpg.ig.com.br


(1) No Nomar n.º 549, de abril de 1989, consta como tendo sido adquirido pela MB em 10 de julho de 1987.