1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Fragata a Vapor

Amazonas

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: ?
Lançamento: 25 de setembro de 1851
Incorporação: 7 de abril de 1852
Baixa: 1897

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 1.800 ton.
Dimensões: 56.88 m de comprimento, 9.81 m de boca e 4.45 de calado.

Blindagem: ?
Propulsão: velas e vapor; mastreada a brigue-barca, e maquina alternativa a vapor, gerando 350 hp, acoplado a rodas de propulsão lateral.

Velocidade: 10 nós.

Raio de ação: ?
Armamento: 4 canhões de calibre 32, em bateria e 2 canhões de calibre 70 em rodízios.

Tripulação: 462 homens, sendo 25 oficiais e 437 homens.

 

 

H i s t ó r i c o

 

A Fragata a Vapor Amazonas, foi o quarto navio a ostentar esse nome em homenagem ao Rio e Estado do mesmo nome, na Marinha do Brasil. A Amazonas foi construída pelo estaleiro Thomas Wilson, em Birkenhead, Liverpool, Inglaterra, a um custo de £ 41.061. Foi lançada em 25 de setembro de 1851 e incorporada em 7 de abril de 1852. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-Tenente Elisiário Antônio dos Santos, mais tarde Barão de Angra.

 

1852

 

Em 2 de junho, chegou ao Rio de Janeiro.

 

1865

 

Em abril, partiu de Buenos Aires, sob o comando do Capitão-de-Fragata Theotônio Raimundo de Brito, acompanhada por outros dois navios, como capitânia do Almirante Francisco Manoel Barroso da Silva (Barao do Amazonas), encarregado de comandar a Força Naval Brasileira incumbida do bloqueio às posições ocupadas pelos paraguaios.

 

Em 30 de abril, partiu de Buenos Aires, como capitania da Esquadra comandada pelo Almirante Barroso, que era composta pelas Corvetas Beberibe, Belmonte e Parnahyba e pelas Canhoneiras Araguary, Mearim, Ipiranga, Iguatemy e Jequitinhonha. A Esquadra subiu o rio Paraná a fim de bloquear efetivamente o inimigo na localidade de Três Bocas.

 

Depois de vencer os paraguaios no combate naval de Corrientes em 10 de junho, a Força Naval Brasileira, composta por duas Divisões formadas por um total de 9 navios, guarnecidos por 1.113 homens, sendo 80 oficiais e 1.033 praças, fundeou nas proximidades de um pequeno afluente do rio Paraná, chamado Riachuelo.

 

O inimigo também tinha um plano: partindo de Humaitá, na noite do dia 10 de junho, seus navios deveriam graduar a velocidade de modo a atingir a esquadra brasileira, de surpresa, nas primeiras horas da madrugada do dia seguinte. Cada navio deveria abordar um dos navios brasileiros e, se algum deles conseguisse repelir a abordagem, teria sua retirada cortada pelas baterias de foguetes e canhões formadas sobre o canal do Riachuelo. Contudo, uma avaria em um dos navios inimigos permitiu que as duas esquadras se avistassem já às 09:00 horas da manhã do dia 11, domingo de Santíssima Trindade, o que atrapalhou os planos inimigos. Parte da guarnição brasileira fora à terra em busca de lenha para suprir a escassez de carvão, e o restante descansava, com exceção dos vigias e dos homens de guarda da tolda. Repentinamente o grito - “Navio à proa!”

 

Em 11 de junho, doa Esquadra de Barroso travou com o inimigo a Batalha Naval do Riachuelo. Segundo consta por ocasião da batalha o navio tinha uma tripulação de 14 oficiais e 149 praças.

 

Em 15 minutos os navios adversários estariam em combate com a nossa Esquadra. Rompia a marcha, o inimigo comandado por Robles. O navio capitânia da esquadra inimiga, fechava a linha. Ao começar a batalha, nossos oponentes se surpreendem! O Almirante Barroso, sem hesitar, resolve ir ao encontro dos navios inimigos, sob fogo vivo, investindo a proa da fragata Amazonas e, sucessivamente, pondo a pique, o nosso antigo Marquês de Olinda, o Salto e o Taquari, decidindo com isso nossa sorte na Batalha, tendo no momento mais agudo do combate mandado desfraldar no mastro da Amazonas os célebres sinais "O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever", "Atacar e destruir o inimigo o mais perto que puder" e "Sustentar o fogo que a vitória é nossa".

 

Acompanhada pela Corveta Parnahyba, a Amazonas perseguiu os restante da Esquadra inimiga, capturando o Vapor Salto, que, momentos antes, teve a ousadia de tentar o apresamento da Parnahyba.

 

Em 18 de junho, realizou a passagem do passo de Mercedes.

 

Em 12 de agosto, realizou a passagem do passo de Cuevas.

 

1867

 

Em 22 de janeiro, retornou ao Rio de Janeiro, proveniente do Teatro de Operações do Paraguai.

 

1884

 

Foi designada como navio de Instrução da Escola Pratica de Artilharia e Torpedos.

 

1893

 

Na Revolta da Armada, foi ocupada pelos rebeldes. Encalhada a oeste da Ilha das Enxadas, ela terminou indo a pique. Então, retiraram os seus mastros, a figura de proa, a roda do leme, e outros reliquias, antes que seu casco fosse destroçado por uma mina, em 1897.

 

1898

 

A Amazonas, tornou-se o primeiro navio de guerra de grande porte a navegar no rio Amazonas.

 

A Fragata Amazonas, veterana da Guerra do Paraguai em sua última configuração no final do século 19. (foto: SDM)

 

Até o final dos anos 90 um de seus mastros ainda se encontrava preservado, como o mastro principal da Escola Naval, localizada na Fortaleza de Villegagnon, no Rio de Janeiro.

 

 

 

O u t r a s    F o t o s

 

Modelo da Fragata Amazonas. (foto: SDM) Foto publicada no Wikipedia como sendo da Fragata a Vapor Amazonas. De fato o navio parece ser o mesmo, mas a baleeira ao lado com a bandeira dos EUA e o terreno com neve ao fundo põe muitas duvidas a respeito da identidade do navio. (foto: ?) Desenho dando uma idéia de como era a Fragata Amazonas publicada na edição de junho de 1990 do Boletim NOMAR. (foto: SRPM) Figura de proa da Fragata Amazonas, em exposição no Museu Histórico Nacional. (foto: SRPM)

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CT Elisiário Antônio dos Santos 07/04/1852 a __/__/185_
CF Joaquim Raymundo de Lamere __/__/18__ a __/__/18__
CT Achilles Lacombe __/__/18__ a __/__/18__
CT Rafael Mendes de Morais e Valle __/__/18__ a __/__/18__
CT Francisco Xavier de Alcântara __/__/18__ a __/__/18__
CT Luiz da Gama Rosa __/__/18__ a __/__/18__
CT José Segundino de Gomensoro __/__/18__ a __/__/18__
CT Francisco Pereira Pinto __/__/185_ a __/__/185_
CT Francisco Edwiges Brício __/__/18__ a __/__/18__
CT Manuel Pedro dos Reis __/__/18__ a __/__/18__
CT Theotônio Raymundo de Brito 21/12/1858 a __/__/18__
CF Theotônio Raymundo de Brito __/__/1865 a __/__/186_
CT Joaquim Guilherme de Mello Carrão 27/08/1867 a __/__/186_
CF Arthur Silveira da Motta __/__/1869 a __/__/18__
CF José Cândido Guillobel __/__/18__ a __/__/18__
CF José Pinto da Luz __/__/18__ a __/__/18__
CMG Pedro Benjamin de Cerqueira Lima 05/05/1893 a 12/07/1894

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.19-20.

 

- Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.

 

- A Marinha por Marc Ferrez - 1880-1910 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil - 1986, Editora Index - VEROLME.

 

- Jornal O LIBERAL. Belém, 4/07/2004.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 502, abr./mai./jun. 1985; n.º 562, jun. 1990; n.º 686, jun. 1999.