1822 - NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS - Hoje |
Capitão-de-Fragata Luís Barroso Pereira
Nome
O NOME
O Capitão-de-Fragata Luis Barroso Pereira, era filho do Desembargador Antônio Barroso Pereira e de dona Maria Inácia de Castro Sampaio, nasceu em Minas Gerais, em 1786.
Mandado para Lisboa, matriculou-se aos 15 anos de idade na Real Academia dos Guardas-Marinha.
Ao concluir o curso, demonstrou, de imediato, “as suas belas qualidades de oficial hábil e inteligente.”
Distinguiu-se pelo seu zelo e galhardia como um dos provectos oficiais, quando, no comando de algumas barcas-canhoneiras, prestou inestimáveis serviços na guerra da península, principalmente em Santarém, quando ai se achava o General francês Massena.
Em 1816, regressou ao Brasil, fazendo parte da esquadra que sob o mando de José Rodrigo Lôbo dirigia-se à Banda Oriental, transportando as tropas do General Lecor (Voluntários Reais), com o fito de combater Artigas.
Depois de desembarcar as tropas em Santa Catarina a esquadra seguiu para o Rio da Prata onde estacionou.
Após a vitória de India-Muerta, Lecor entrou triunfalmente em Montevidéu.
“Precisava ele enviar a Buenos Aires um comissário que tratasse com esse governo de assuntos importantíssimos, concernentes à guerra na Banda Oriental. Era mister que o encarregado dessa missão possuísse, a par da habilidade, circunspeção, prudência e ilustração”.
“O Almirante Lôbo enviou ao General o jovem Barroso, dizendo-lhe que não encontraria, nem no Exército nem na Esquadra, oficial mais inteligente, hábil e probo que esse.”
Depois de receber Instruções do General Lecor, Barroso Pereira dirige-se a Buenos Aires, onde saiu-se muito bem, graças a seu trato afável e sua bela educação.
Conservou-se algum tempo em Buenos Aires, retirando-se depois para o Rio de Janeiro.
Com a proclamação da Independência, embarcou na Fragata Nichteroy como seu Segundo-Comandante (Imediato), e com Lorde Cochrane partiu para a Bahia, a fim de combater a esquadra portuguesa, que se rebelou contra o novo governo. Destacou-se no combate de 4 de maio de 1823.
Taylor culminou de elogios o seu imediato, e como recompensa dos seus serviços, Barroso Pereira recebeu o Oficialato da Imperial Ordem do Cruzeiro, sendo nomeado para comandar a Fragata Imperatriz, que se achava no Pará.
Tomou parte na pacificação de Pernambuco.
Regressando ao Rio de Janeiro, ai se achava ele, quando irrompeu a Guerra da Cisplatina.
Comandando a Fragata Imperatriz, foi enviado para Montevidéu a fim de garantir as Província Unidas do Prata.
Nessa luta, voltou a demonstrar a sua desmedida bravura.
A esquadra argentina sob o comando, do Almirante William Brown, não cessava de hostilizar as forças brasileiras, atacando a Colônia do Sacramento e Montevidéu.
Brown alimentava a idéia de capturar um navio brasileiro, mesmo no seio da nossa esquadra. Pretendia, sobretudo, aprisionar a Nichteroy, comandada por Norton, seu rival em audácia.
Para isso com seis dos seus melhores navios foi fundear junto ao banco Ortiz; posteriormente, fez-se de vela e penetrando durante a noite entre os navios ali fundeados, procurou a Nichteroy e, ao invés dela, atacou a Imperatriz “que se achava distante dos demais e com o aparelho arriado para refrescar.”
“Brown enganara-se; não era Norton o rival com quem ia medir-se, mas outro não menos digno, o Capitão-de-Fragata Luis Barroso Pereira. Depois de um rude combate que durara uma hora e um quarto, a Fragata Imperatriz repele o inimigo.”
Mortalmente ferido, ao tombar, ainda teve uma palavra de incentivo aos seus camaradas, quando gritou: “Não foi nada camaradas ! Ao Fogo !”
Muitos foram os esforços para salvá-lo. Poucos momentos depois expirou. Era o dia 27 de abril de 1826.
Para perpetuar-lhe à memória, foi dado o seu nome a um dos transportes de guerra, recentemente (1955) construídos no Japão. - Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.
- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 541, set. 1988. |
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