1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

USS/USAT Orizaba

SP 1536/AP 24

Classe Orizaba

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 1918
Lançamento: 26 de fevereiro de 1918

Incorporação: 27 de maio de 1918

Baixa: 4 de setembro de 1919

Incorporação: 4 de junho de 1941

Baixa: 23 de abril de 1945

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 11.293 ton (padrão).
Dimensões: 135.11 m de comprimento, 18.28 m de boca e 7.43 m de calado.
Propulsão: Vapor; caldeiras e turbinas a vapor gerando 8.500 hp.

Energia Elétrica: ?

Velocidade: máxima de 16.5 nós.

Raio de Ação: ?
Armamento: Armamento: 4 canhões de 5 pol. (127 mm) em quatro reparos singelos, 2 canhões de 1 pounders (1918); 2 canhões de 5 pol. (127/38 mm) e 4 canhões de 3 pol. (76/50 mm).
Sensores: radares de superfície.

Capacidade de Carga e Equipamentos: ?.

Código Internacional de Chamada: NUBY

Tripulação: 323 homens.

Tropa Transportada: 2.928 homens.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Navio de Transporte USS Orizaba – SP 1536/AP 24, foi o segundo navio da Marinha dos Estados Unidos a ostentar esse nome em homenagem a cidade do mesmo nome localizada na região de Veracruz, México. Foi construído pelo estaleiro William Cramp and Sons Ship and Engine Co., na Philadelphia, Pennsylvania(1), para o armador New York and Cuba Mail Steamship Co. Teve um irmão que no entando não era considerado como da mesma classe, que se chamava SS Siboney e serviu a Marinha dos EUA como USS Siboney - SP 2999. Teve sua quilha batida em 1918, foi lançado ao mar em 26 de fevereiro de 1918, sendo adquirido pelo Departamento da Marinha em 11 de abril de 1918. Foi incorporado à U.S. Navy como USS Orizaba – SP 1536 em 27 de maio de 1918, para serviço de transporte na 1ª Guerra Mundial. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Fragata (USN) Richard D. White.

 

O então SS Orizaba em construção no estaleiro William Cramp & Sons Ship and Engine Building Co., Philadelphia, Pennsylvania, em 1917. (foto: ?)

 

O Orizaba fotografado pouco tempo antes de ter sua construção concluída pelo estaleiro William Cramp & Sons Ship and Engine Building Com, na Philadelphia, Pennsylvania, por volta de abril de 1918. Notar o padrão da camuflagem de tempo de guerra. (foto: U.S.Navy)

 

Tripulantes operando o reparo de 5 polegadas de vante a boreste, com o navio navegando durante a I Guerra Mundial. (U.S. Navy) Deixando New York rumo a França em 1918, sendo auxiliado na desatracação pelo Rebocador ATS N.º3. Notar os botes e as balsas salva-vidas e o padrão de comuflagem aplicado no casco e na superestrutura.. (U.S. Navy) Tripulantes reunidos junto ao reparo 5”/50 pol de ré a bombordo, quando o navio partia de New York para a França em 1918. (foto: U.S. Navy) Passadiço do Orizaba com destaque para o timão, a bússola e o telegrafo de maquinas. (foto: U.S. Navy)

Refeitório dos oficiais com as mesas postas para uma refeição. (foto: U.S. Navy) Copa dos oficiais. (foto: U.S. Navy) Refeitório da Tropa. (foto: U.S. Navy) Cozinha da Tropa. (foto: U.S. Navy)

Gabinete cirúrgico. (foto: U.S. Navy) Farmácia. (foto: U.S. Navy) Carpintaria. (foto: U.S. Navy) Praça de Maquinas. (foto: U.S. Navy)

 

1918

 

Designado para o serviço de Transporte no Atlântico, o Orizaba transportou mais de 15.000 soldados em seis viagens para a França, antes do fim da 1ª Guerra Mundial.

 

Deixando New York, descendo o North River rumo a França. (foto: U.S.Navy) Deixando New York, descendo o North River com o auxilio de rebocadores, rumo a França. (foto: U.S.Navy) O Orizaba atracado em 1918, provavelmente no porto de New York. (foto: U.S.Navy)

 

Durante uma dessas viagens o imediato do Orizaba, um especialista em munições, William Price Willianson, trabalhando em conjunto com o comandante, também um especialista da área, Richard Drace White, desenvolveu um lançador de cargas de profundidade que pudesse ser utilizado pelo navio e outros transportes fornecendo-lhes alguma proteção contra a ameaça dos submarinos. Williamson modificou um canhão Lyle em lançador de cargas de profundidade e o testou com sucesso em 16 de agosto de 1918. Quando tentava realizar um novo teste com carga propelente maior no dia seguinte, uma espoleta defeituosa explodiu a carga de profundidade prematuramente, matando Williamson e três outros marinheiros. O comandante White, quatro oficiais e vinte e dois marinheiros ficaram feridos na explosão. Quatro dias mais tarde, em 21 de agosto as 08:30, o Orizaba, viajando com o Siboney fez contato visual com um submarino submergindo, tentando abalroá-lo e lançando cargas de profundidade, mas não houve nenhuma indicação de sucesso no ataque desferido.

 

Em dezembro, foi temporariamente designado para servir ao Governo Francês na repatriação de prisioneiros de guerra franceses, belgas e italianos.

 

1919

 

Em 10 de janeiro, foi destacado, do transporte de prisioneiros de guerra, juntando-se a Força de Cruzadores e Transportes em Brest, realizando nove viagens e transportando 31.700 soldados de volta aos EUA, até o final do semestre.

 

O Orizaba em um porto da costa leste depois de trazer tropas de volta da França. (foto: U.S. Navy)

 

Em 4 de setembro, foi desincorporado da U.S. Navy e transferido para o Departamento da Guerra, onde continuou no serviço de transporte como USAT Orizaba, sendo mais tarde devolvido ao armador New York and Cuba Mail Steamship Co. Segundo o Departamento de Estatística da U.s.Navy, o Orizaba teve a segunda menor média de tempo de permanência no porto dos 37 transportes utilizados por ela na 1º Guerra Mundial. O navio completou 15 viagens com um tempo médio de viagem de pouco mais de 30 dias, enquanto a média global da Marinha foi 39,8 dias.

 

1920

 

Depois de readquiridos pela Ward Line, ambos o Orizaba e o Siboney foram colocados no serviço transatlântico na rota New York-Cuba-Espanha, com o Orizaba escala em La Corunna, Santander e Bilbao na Espanha. Ambos os navios acomodavam 306 passageiros em na primeira classe, 60 na segunda classe e 64 na terceira classe, com cada um dos navios fazendo várias viagens nessa rota, mas a falta de passageiros, junto com o encalhe do Siboney em Vigo em setembro de 1920 decretou o abandono dessa rota.

 

1921

 

O Orizaba foi colocado na rota New York-Cuba-México, onde a empresa prosperou, em parte por causa da Lei Seca nos Estados Unidos. Os cruzeiros da Ward Line para Havana eram uma das maneiras mais rápidas e menos dispendiosas do passageiro curtir as férias regadas a álcool.

 

1924

 

O navio passou por uma grande reforma, e entre outras coisas teve sua chaminés alongadas. Uma viagem típica nesse período partia de New York com escalas em Nassau, Havana, Progreso, Veracruz e Tampico.

 

O SS Orizaba partindo de New York logo depois de ser modernizado em 1924, quanto teve suas chaminés aumentadas. (foto: http://www.wardline.com)

 

1932

 

Até o início dos anos 30, a rota típica Orizaba tinha permanecido virtualmente a mesma, tendo os portos de Nassau e Tampico sido retirados da escala. Foi nessa época que o poeta americano Hart Crane pulou para a morte. Por volta da hora do almoço de 27 de abril de 1932, enquanto o navio se dirigia para Nova York, a cerca de 275 milhas (443 km) ao norte de Havana e a 10 milhas (16 km) ao largo da costa da Flórida, Crane, vestido de pijama e sobretudo, subiu o trilho na popa do navio, e se jogou ao mar. O capitão de Orizaba imediatamente parou o navio e lançou quatro botes salva-vidas que procuraram em vão durante duas horas, mas nenhum traço do poeta jamais foi encontrado. Antes de saltar para a morte, Crane tinha bebido e, na noite anterior, havia se envolvido em uma confusão a bordo.

 

O SS Orizaba no mar no inicio dos anos 30. (foto: http://www.wardline.com)

 

1933

 

Nos anos 30 o Orizaba iniciou o transporte de barras de ouro e prata de Veracruz para o Federal Reserve Bank e i Chase National Bank em New York ou para transbordo nesse porto com destino final a Londres. Em outubro de 1933, 2,7 toneladas de barras de ouro e moedas que seriam transportadas pelo Orizaba para entrega futura em Londres, levantaram suspeitas de que na verdade estavam sendo transportadas para o México para tirar proveito da sua política de isenção de impostos.

 

1934

 

Em abril de 1934, a atriz americana Katharine Hepburn partiu de Nova Iorque, desembarcando em Mérida, Iucatã. Após sua chegada, em 22 de abril, ela pediu o divórcio do empresário Ludlow Ogden Smith, com quem havia se casado em dezembro de 1928. Após ter finalizado o processo de divórcio ela e sua companheira de viagem, Laura Harding, passaram uma semana em Havana antes de regressar para New York em outro navio da Ward Line, o Morro Castle. Outros passageiros notáveis que viajaram no Orizaba nos anos 30, incluindo, o diplomata equatoriano Gonzalo Zaldumbide, o presidente cubano Fulgencio Batista. Zaldumbide, que era representante equatoriano nos Estados Unidos, viajou para o México para assumir o novo posto para o qual foi nomeado em agosto de 1932. Em fevereiro de 1939, realizado Orizaba líder cubano Fulgencio Batista voltou para Havana depois de uma visita de boa vontade de duas semanas ao México.

 

A atriz Katharine Hepburn, em foto de 1940,viajou no Orizaba para obter o divorcio de seu casamento no México.

 

1935

 

Por duas vezes em 1935, o navio da Ward Lines transportou mais de 1.000 barras de prata para o Federal Reserve Bank, sendo 1.390 barras de março, e 1.933 barras, em julho. O México não era o único lugar de onde o Orizaba transportava metais preciosos. Em março de 1934, entregou 12 caixas de ouro, com 84 barras, em um valor de US$ 1.624.000, vindos de Havana para Chase.

 

Passageiros participando de exercícios de abandono do navio com os botes salva-vidas a bordo do SS Orizaba ao largo da costa leste, ruma a Havana (Cuba) em 1935. (foto: http://www.wardline.com)

 

1939

 

Em meados de 1939, o Orizaba foi fretado para a United States Line como um dos cinco navios colocados para atender o retorno de cidadãos americanos fugindo da guerra que se alastrava pela Europa. Em setembro o navio foi desviado para Galway para pegar sobreviventes americanos do torpedeamento do S/S Athenia, atacado pelo submarino alemão U-30 em 3 de setembro; retornando com 240 dos sobreviventes ao final do mês.

 

1940

 

Após a conclusão do serviço de evacuação, o navio ficou parado em New York durante o verão de 1940.

 

1941

 

Em 27 de fevereiro foi adquirido pela Comissão Marítima, para prestar serviço ao Exército dos EUA, sendo renomeado USAT Orizaba.

 

Foto do Orizaba em seu breve tempo de serviço como navio de transporte do U.S.Army. (foto: U.S. Navy)

 

Ao retornar de uma viagem para a Zona do Canal (Panamá), iniciou modernização e foi reequipado no estaleiro Bethlehem Steel Company em New York, sendo transferido para U.S. Navy, pela 2º vez em sua vida operativa, em 4 de junho e reclassificado como USS Orizaba  - AP 24, em 15 de junho.

 

Ao largo do Arsenal de Marinha de Norfolk, Portsmouth, Virginia em 29 de outubro de 1941. (foto: U.S.Navy)

 

Em 3 de novembro, partiu da Carolina do Norte, chegando em Halifax, Nova Escócia (Canadá) no dia 5.

 

Nos dias 8 e 9 de novembro, embarcou 241 oficiais e 5.202 homens da 55ª Brigada e dos Batalhões Hertfordshire e Bedfordshire, e 100 homens da Companhia de Serviços de Campo do Exercito dos EUA.

 

Em 10 de novembro, partiu para o Caribe, no comboio HS-124, composto também pelos transportes USS West Point – AP 23, USS Wakefield – AP 21, USS Mount Vernon – AP 22, USS Leonard Wood – AP 25, USS Joseph T. Dickman – AP 25. Durante a viagem o comboio HS-124, se reuniu ao Grupo Tarefa composto pelo NAe USS Ranger – CV 4, Cruzadores Pesados USS Vincennes – CA 44 e USS Quincy – CA 39 e uma divisão de Contratorpedeiros.

 

O Orizaba navegando em comboio junto com o Porta-Aviões USS Ranger - CV 4 e o Transporte Joseph T. Dickman - AP 26, mais ao fundo, em 21 de novembro de 1941, rumo a Capetown, África do Sul. (foto: U.S.Navy) O Navio Hospital Relief no Arsenal de Marinha de New York em 29 de setembro de 1941. Ao fundo, na proa do Relief, esta o Orizaba. (foto: U.S.Navy)

 

1942

 

Depois de operar por vários meses no litoral dos EUA, o Orizaba, agora armado com dois canhões de 5 polegadas e 4 canhões de 3 polegadas, partiu de New York em abril, para sua primeira travessia transatlântica na 2ª Guerra Mundial, partindo para a Inglaterra, via Islândia. Retornou para Norfolk, via Capetown (África do Sul), Recife (Brasil), partindo novamente para Bermuda e Porto Rico.

 

1943

 

Em janeiro, retornou a Norfolk, permanecendo na costa leste por um mês, resumindo as travessias transatlânticas.

 

Até julho, transportou tropas para Oran (Argélia) e prisioneiros de guerra na viagem de volta para New York.

 

Em 5 de julho, partiu de Oran com a Força-Tarefa 81.

 

Em 6 de julho, reuniu-se com a Força-Tarefa 85 e no dia 9 seguiu para Gela, na Sicília (Itália), acompanhado do NTr USS St. Mihiel - AP 32 e outros navio, desembarcando tropas através de embarcações de desembarque anfíbio.

 

Em 11 de julho, sofreu danos leves durante um ataque aéreo alemão, retirando-se no dia 12 para Argélia transportando baixas e prisioneiros de guerra.

 

No final de julho, retornou a Sicília, desembarcando tropas e material em Palermo.

 

O Orizaba navegando em comboio com outros navios em julho de 1943 em uma das viagens de transporte de tropas que participaram da invasão da Sicília. (foto: U.S.Navy)

 

Em 1º de agosto, levantou ancora e retornou aos EUA.

 

Em 22 de agosto, chegou à New York, sendo logo depois submetido a uma revisão. Após sair dessa revisão realizou viagem para o Brasil e Caribe.

 

No final de 1943, partiu de costa leste, atravessando o Canal Panamá, para o Sudoeste do Pacifico.

 

1944

 

Em março, retornou aos EUA, depois de ter escalado em Samoa, Nouméa, Brisbane (Austrália) e Milne Bay. Semanas mais tarde, realizou outra missão no Pacifico Central.

 

Em junho, chegou à San Francisco, onde foi submetido a reparos. Após os reparos partiu para as Ilhas Marshall e Marianas, e depois para Aleutas no norte.

 

Em 1º de dezembro, chegou à Seattle, onde embarcou homens e material para o Havai.

 

Retornou a San Diego, de onde partiu em outra missão de transporte de homens e material, com destino a Nova Guiné, Filipinas e o Atol de Ulithi, onde estavam se agrupando as forças para a invasão de Okinawa.

 

De Ulithi, o Orizaba, partiu devolta para costa leste, via Canal do Panamá, chegando à Tampa, na Florida.

 

O USS Orizaba - AP 24, durante a 2ª Guerra Mundial. (foto: U.S. Navy) O USS Orizaba - AP 24, durante a 2ª Guerra Mundial. (foto: ?)

 

O Orizaba cruzando o Atlântico em 1944. (foto: U.S.Navy)

1945

 

Em 23 de abril, foi descomissionado, e depois de ser submetido a uma revisão, foi transferido para o Brasil sob os termos do Programa de Empréstimo e Arrendamento em 16 de julho de 1945, recebendo o nome de Duque de Caxias – U 11. Foi transferido em definitivo para o Brasil em junho de 1953, sob os termos do Programa de Assistência Militar (MDAP), sendo retirado do registro dos navios pertencentes a U.S. Navy em 20 de julho de 1953.

 

Continuou servindo a Marinha do Brasil, como Navio de Transporte e Navio Escola até 1959/1960, quando deu baixa do serviço.

 

O USS Orizaba, recebeu uma Combate Action Ribbon (retroativa a 11 de julho de 1943), World War I Victory Medal (com passadeira de transporte), American Defense Service Medal (com passadeira da esquadra), American Campaign Medal, Europe-Africa-Middle East Campaign Medal, Asiatic-Pacific Campaign Medal e World War II Victory Medal.

 

 

 

 

 

 

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CF Richard D. White 27/05/1918 a __/__/191_

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.30.

 

- Almte.Saldanha da Gama, Artur Oscar. A Marinha do Brasil na Segunda Guerra
Mundial
. Rio de Janeiro, ed. Capemi.

 

- Mendonça, José R. A Marinha Brasileira de 1940-2000. Rio de Janeiro. José Ribeiro de Mendonça, 2001.

 

- Friedman, Norman. U.S. Amphibious Ships and Crafts: An Illustrated Design History. Annapolis, MD. United States Naval Institute, 2002.

 

- NavSource Naval History - www.navsource.org

 

- The Ward Line - http://www.wardline.com 02/10/2010

 


(1) segundo o U.S. Amphibious Ships and Crafts, foi construído pelo estaleiro Cramp Shipbuilding Corp., em Camden, New Jersey.