1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

NTr/NE/NAux

Duque de Caxias - U 11

Classe Orizaba

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: ?
Lançamento: 26 de fevereiro de 1918

Incorporação (USN): 27 de maio de 1918

Baixa (USN): 4 de setembro de 1919

Incorporação (USN): 4 de junho de 1941

Baixa (USN): 23 de abril de 1945

Incorporação (MB): 16 de julho de 1945

Baixa (MB): 13 de abril de 1959

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 11.293 ton (padrão).
Dimensões: 135.11 m de comprimento, 18.28 m de boca e 7.43 m de calado.
Propulsão: Vapor; caldeiras e turbinas a vapor gerando 8.500 hp.

Energia Elétrica: ?

Velocidade: máxima de 16.5 nós.

Raio de Ação: ?
Armamento: 2 canhões de 5 pol. (127/38 mm) em dois reparos singelos, 12 metralhadoras Oerlikon Mk 10 de 20 mm em reparos singelos.
Sensores: radares de superfície.

Capacidade de Carga e Equipamentos: ?.

Código Internacional de Chamada: ?

Tripulação: 323 homens.

Tropa Transportada: 2.928 homens.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Navio de Transporte Duque de Caxias - U 11, ex-USS Orizaba - SP 1536/AP 24, foi o segundo navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome em homenagem ao Patrono do Exercito Marechal Luís Alves de Lima e Silva. Originalmente pertencia ao armador Ward Line, antes de ser incorporado a Marinha dos Estados Unidos como Navio Transporte. Foi transferido por empréstimo e incorporado a MB em 16 de julho de 1945, em Tampa, Florida, EUA. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Fragata Raul Reis Gonçalves de Sousa.

 

1945

 

Em 28 de agosto, partiu de Nápoles (Itália) transportando 1801 homens do 3º Escalão da FEB de volta para o Brasil, chegando pela primeira vez ao Rio de Janeiro em 17 de setembro, com escala em Funchal (Ilha da Madeira). Embarcou material das forcas americanas que tinham base no Brasil e se dirigiu para New York, chegando em 10 de novembro. No retorno repatriou feridos em combate que estavam em recuperação nos EUA.

 

O Duque de Caxias, fundeado em Funchal (Ilha da Madeira), durante a viagem de transporte do Terceiro Escalão da FEB, retornando do Teatro de Operações da Itália, em 1945. (foto: Acervo Laire .J. Giraud)

 

1947

 

Em 31 de julho, um dia depois de suspender do Rio de Janeiro para Europa um vazamento de óleo sobre as caldeiras do navio causou um incêndio na praça de maquinas que logo se espalhou para as cabines da antiga 1ª classe, provocando a morte de 27 tripulantes/passageiros (?). O navio foi rebocado do local do acidente ao largo de Cabo Frio para o Riuo de Janeiro em 1º de agosto. Nessa viagem o navio estava transportando 1060 passageiros rumo a Lisboa, Nápoles e Marselha, junto com 500 tripulantes e tinha a previsão de trazer refugiados italianos para o Brasil na viagem de volta.

 

1948

 

Foi submetido a remodelação, passando a operar também como Navio-Escola.

 

1950

 

Entre os dias 24 e 25 de abril realizou saída ao mar (Termo de Viagem 18).

 

Em 30 de abril suspendeu do Rio de Janeiro para viagem ao exterior (Termo de Viagem 19), como parte da Peregrinação do Ano Santo no Vaticano. O navio foi cedido pelo Governo Federal para o evento que tinha sua organização a cargo do Monsenhor Helder Câmara. Com capacidade para transportar 800 pessoas o navio acabou embarcando 1.300. Foram visitados os portos de Salvador, Recife, Tenerife, Nápoles, Genova, Marselha e Lisboa perfazendo 44 dias de mar e retornando ao Rio de Janeiro em junho.

 

Um relato minucioso sobre a viagem pode ser lido no Capítulo - Em Roma no Ano Santo, páginas 145 a 151 do livro “Dom Helder Câmara – O Profeta da Paz”, de Nelson Piletti e Walter Praxedes Editora Contexto, ano 2008, o qual pode ser visualizado no site http://books.google.com.br ,  e do qual foi extraído o pequeno trecho abaixo:

 

“O navio era projetado para transportar tropas e não proporcionava o conforto necessário para uma viagem de 22 dias e várias escalas até cruzar o Atlântico. Os passageiros utilizariam dormitórios onde havia camas triplas presas ao teto com correntes. Especialmente para a viagem, a Marinha trocou todos os colchonetes e realizou uma boa reforma nas instalações do navio. Sua capacidade era para 800 pessoas, que contariam com os serviços da tripulação comandada pelo Capitão de Fragata Luís Otávio Brasil. Até o início de abril, quando ocorreu a partida, o navio ficou atracado no cais da Ilha das Cobras, onde várias vezes foi visitado por monsenhor Helder, acompanhado da imprensa e dos padres e bispos interessados em conhecê-lo previamente.”

 

Realizou comissão de 7 a 17 de agosto (Termo de Viagem 20).

 

Entre  14 a 26 de setembro (Termo de Viagem 21), realizou viagem ao exterior visitando o Uruguai para onde transportou alunos da AMAN, Escola Naval e AFA para desfile em comemoração ao centenário do General Artigas.

 

Realizou comissão entre os dias 21 e 26 de outubro (Termo de Viagem 22).

 

1951

 

Entre 25 de janeiro e 12 de fevereiro realizou viagem do Rio de Janeiro para Philadelphia, via Trinidad,  transportando a primeira tripulação que iria receber o Cruzador Tamandaré que estava sendo obtido por transferência da Marinha dos EUA (Termo de Viagem 23). A travessia de volta, Philadelphia - Rio de Janeiro, também, via Trinidad, foi realizada entre 23 de fevereiro e 12 de março (Termo de Viagem 24).

 

Entre 5 e 22 de abril realizou viagem do Rio de Janeiro para Philadelphia, via Trinidad,  transportando a primeira tripulação que iria receber o Cruzador Barroso que estava sendo obtido por transferência da Marinha dos EUA (Termo de Viagem 25). A travessia de volta, Philadelphia - Rio de Janeiro, também, via Trinidad, foi realizada entre 30 de junho e 18 de julho (Termo de Viagem 26). No periodo de 22 de abril a 30 de junho o Duque de Caxias ficou na Philadelphia onde foi submetido a pequenos reparos.

 

O Duque de Caxias, atracado. (foto: U.S. Navy) O Duque de Caxias, atracado. (foto: U.S. Navy)

 

Realizou sua I Viagem de Instrução com Aspirantes da Escola Naval.

 

1953

 

Foi transferido em definitivo para o Brasil em junho, sob os termos do Programa de Assistência Militar (MDAP), sendo retirado do registro dos navios pertencentes a U.S. Navy em 20 de julho de 1953.

 

Em 12 de agosto, iniciou Viagem de Instrução de Guardas-Marinha incluindo visitas a portos europeus no Atlântico e no Mediterrâneo

 

1954

 

Em março, já na pernada de volta realizou uma visita de 12 dias a cidade de New York.

 

Em maio, encerrou a VIGM iniciada no ano anterior, tendo visitando 40 portos.

 

Foto do Duque de Caxias publicada no JFS 1954-55. (foto: Marinha do Brasil)

 

1955

 

Em dezembro, em outra VIGM o navio voltou a visitou os EUA, com os Guardas-Marinha fazendo um visitacao a Academia Naval de Annapolis e sendo recepcionados com um cocktail pelo Embaixador João Carlos Muniz, na Embaixada Brasileira em Washington, DC.

 

1956

 

Realizou sua V e última Viagem de Instrução de Guardas-Marinha, pelo Atlântico, transportando GM (CA) 136, GM (FN) 36 e GM (IM) 43.

 

Em outubro, escalou na Philadelphia e o novo Embaixador Brasileiro Ernani do Amaral Peixoto, também Almirante da Marinha do Brasil e sua esposa ofereceram um Chá Dançante em homenagem ao Comandante Antonio Andrade, outros oficiais do navio e guardas-marinha. O Almirante Peixoto viajou a Philadelphia para cumprimentar o Comandante Andrade, que antes havia servido como Adido Naval na Embaixada.

 

O Duque de Caxias em águas britânicas em 1956 (?). Foto publicada no JFS 1956-57. (foto: Wright & Logan)

 

1958

 

O Duque de Caxias em Portsmouth, Inglaterra, durante uma Viagem de Instrução de Guardas-Marinha. (foto: coleção de Robandbarbara, via José Henrique Mendes)

 

1959

 

Em 13 de abril, deu baixa do serviço ativo e uma ordem presidencial determinou o inicio das negociações para a sua restituição à Marinha Americana.

 

1963

 

Foi desmanchado em local desconhecido.

 

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

O Duque de Caxias, com prático a bordo. (foto: SRPM) O Duque de Caxias - U 11, em manobra de atracação. (foto: SDM. via José Henrique Mendes) O Duque de Caxias - U 11. (foto: SRPM)

A flâmula do Duque de Caxias - U 11, em sua época de Navio Escola. (foto: Coleção Rogério Cordeiro)

A flâmula do Duque de Caxias - U 11, em sua época de Navio Auxiliar. (foto: Coleção Rogério Cordeiro) O Duque de Caxias, fundeado. (foto: SRPM) O Duque de Caxias, fundeado. (foto: NE Brasil - U 27)

O Duque de Caxias, fundeado. (foto: via Pedro Caminha)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CF Raul Reis Gonçalves de Sousa 16/07/1945 a __/__/1945
CF Diogo Borges Fortes __/__/1945 a __/__/194_
CF Augusto Hamann Rademaker Grünewald __/__/19__ a __/__/19__
CF Antonio Andrade __/__/1956 a __/__/19__

 

H i s t ó r i c o  A n t e r i o r

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.91.

 

- Almte.Saldanha da Gama, Artur Oscar. A Marinha do Brasil na Segunda Guerra
Mundial
. Rio de Janeiro, ed. Capemi.

 

- Mendonça, José R. A Marinha Brasileira de 1940-2000. Rio de Janeiro. José Ribeiro de Mendonça, 2001.

 

- Friedman, Norman. U.S. Amphibious Ships and Crafts: An Illustrated Design History. Annapolis, MD. United States Naval Institute, 2002.

 

- NavSource Naval History - www.navsource.org

 

- Projeto de Digitalização de Documentos do Governo do Brasileiro - http://wwwcrl.uchicago.edu/info/brazil/pindex.htm

 

- www.ccpg.puc-rio.br/nucleodememoria/dhc./notempo1936.htm, sobre o Ano Dom Helder na PUC-Rio.

 

- Extraído do jornal da Igreja Nova edição No 83  de maio de 2000 - www.igrejanova.jor.br/edmaio00.htm,

 

- Trecho da entrevista com Euclides Quandt de Oliveira, em 2005 publicado em História Recente das Comunicações no Brasil, retirado do site: www.fgv.br/cpdoc/historiaoral/arq/Entrevista1332.pdf

 

-  Uma lembrança do Cruzador Barroso – C 11 de Laire José Giraud,  publicado em 24 de Outubro de 2006 no site: www.portogente.com.br/texto.php?cod=4642

 

- Colaboração Especial do CT (AA-Refº) Salom Benguigui.