1822 - NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS - Hoje |
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C Tamandaré - C 12 Classe Brooklyn/St. Louis Classe Barroso
D a t a s
Batimento
de Quilha: 10 de dezembro de
1936 Baixa
(MB):
28 de junho de 1976 C a r a c t e r í s t i c a s
Deslocamento:
10.000 ton (padrão), 12.900 ton (carregado). Blindagem:
casco - 76.2 mm na plataforma e terceiro
convés e 38.1 mm no costado a meio navio; torres principais - 76 mm
na parte da frente e 127 mm nas laterais; convés - 51 mm. Combustível: 2.100 ton. de óleo combustível. Eletricidade: 2 turbo compressores e 2 geradores a diesel alternados, de corrente trifásica a 450 volts, sendo um de 700 Kw e outro de 500 Kw. Velocidade: máxima de 32.5 nós. Raio
de ação: 5.590 milhas náuticas à 20 nós, ou 7.690 à 15 nós. Sensores: 1 radar de vigilância aérea tipo SK; 2 radares de vigilância de superfície SG; 2 sistemas de direção de tiro Mk-34, para os canhões de 6 pol.; 2 radares de direção de tiro Mk-25, acoplados a 2 sistemas de direção de tiro Mk-37 para os canhões de 5 pol.; 14 diretoras óticas Mk 51, acopladas ao sistema de direção de tiro Mk 51; 1 conjunto de CME contendo um transmissor de bloqueio e um receptor para interceptação de radar; radiogoniometros, LORAN e ecosonda. Aeronaves: hangar e guindaste para operar um hidroavião. Na MB era normal a operação de até 2 helicópteros Westland UH-2 Wasp. Código Internacional de Chamada: ? Tripulação: 1070 homens, sendo 58 oficiais, 35 suboficiais, 168 sargentos 809 cabos e marinheiros. A tripulação incluía um destacamento de Fuzileiros Navais. Obs: Características da época da incorporação na MB.
H i s t ó r i c o
O Cruzador Tamandaré - C 12, ex-Almirante Tamandaré, ex-USS St.Louis - CL 49, foi o terceiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, Patrono da Marinha. O Tamandaré foi construído pelo estaleiro Newport News Shipbuilding & Drydock Co., em Bremerton, Washington. Foi transferido sob os Termos da Lei de Assistência Mútua, sendo submetido a Mostra de Armamento em 29 de janeiro de 1951 e incorporado 6 de fevereiro de 1952, em cerimônia realizada na Base Naval da Philadelphia. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Paulo Bosísio.
1951
Teve como primeira denominação Cruzador Almirante Tamandaré, dada pelo Aviso n.º 167 de 10 de janeiro de 1951. O nome foi alterado para Cruzador Tamandaré pelo Aviso n.º 1370 de 17 de maio de 1951.
1952
Entre 13 de fevereiro e 13 de março, foram realizadas treinamentos na área de Norfolk (Virginia), retornando depois para Philadelphia.
Em 26 de março, partiu da Philadelphia rumo ao Brasil, escalando em Norfolk (Virginia), Port of Spain (Trinidad e Tobago), Recife-PE, Salvador-BA e Búzios-RJ, chegando ao Rio de Janeiro em 20 de abril.
Uma curiosidade: nesse ano o Tamandaré presenteou a Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais com 16 gaitas escocesas, em agradecimento a essa instituição, que ofertara ao navio a Bandeira Nacional.
1955
Em abril, transportou o Presidente Dr. Café Filho e comitiva em visita oficial a Portugal. Permaneceu em Lisboa por nove dias. Escalou em Recife-PE e Casablanca (Marrocos).
Em 11 de novembro, tendo a bordo o Presidente Dr. Carlos Luz, vários Ministros, oficiais do Exercito e parlamentares, suspendeu do Rio, saindo da barra sob fogo das fortalezas, não sendo, porém, atingido. Regressou ao porto do Rio de Janeiro, depois de ter ido até Santos tentar um desembarque do pessoal que estava a bordo.
1958-1959
Entre junho de 1958 e maio de 1959, realizou várias operações com helicóptero embarcado.
1960
Em maio, realizou comissão a Europa, participando do festejos das comemorações Henriquinas em Portugal, com destaque para a participação no Desfile Naval em Lisboa. Durante essa comissão também prestou apoio a visita do Presidente da Republica Dr. Juscelino Kubitschek.
1961
Em janeiro, realizou comissão com a Esquadra, visitando o porto de Santos-SP.
Em junho, realizou comissão escoteiro, visitando o porto de Recife-PE, como dissuasão a movimento estudantil na cidade.
Em agosto e setembro, realizou comissão ao sul do país, em apoio de fogo ao Comandante do 5º Distrito Naval, em companhia do CT Pará – D 27 e do CT Paraíba – D 28, por ocasião da renúncia do Presidente Jânio da Silva Quadros.
Em novembro e dezembro, realizou viagem de adestramento, visitando o porto de Santos-SP.
1963
Em 13 de junho, integrando a Força de Cruzadores e Contratorpedeiros, então comandada pelo Contra-Almirante Norton Demaria Boiteux, esteve em Santos-SP onde participou das comemorações alusivas ao bicentenário de nascimento do Patriarca, José Bonifácio de Andrada e Silva.
1964
Em janeiro, participou da Operação DRAGÃO I, a primeira da serie daquela que seria durante varias décadas o mais importante evento de adestramento das forças anfíbias da nossa Marinha. A DRAGÃO I, foi realizada ao sul de Vitória-ES e contou com a participação do NAeL Minas Gerais - A 11 (capitânia), CL Tamandaré - C 12, CT Paraíba - D 28, Paraná - D 29 e Pernambuco - D 30 e os NTrT Barroso Pereira - G 16 e Ary Parreiras - G 21, além de aeronaves do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral e embarcações do então Grupo Anfíbio, que nos anos 80 era conhecido como GED - Grupo de Embarcações de Desembarque.
1967
Entre os dias 23 de janeiro e 27 de fevereiro, participou da comissão ASPIRANTEX 67, integrando um Grupo-Tarefa, sob o comando do ComemCh Almirante-de-Esquadra Murillo Vasco do Valle e Silva, formado também pelo C Barroso - C 11 e pelos CT Paraná - D 29 e Pernambuco - D 30. O GT visitou os portos de Recife-PE e Luanda (Angola). Além dos oficiais instrutores e do Corpo de Alunos da Escola Naval participaram Cadetes da Escola de Aeronáutica e da Academia Militar das Agulhas Negras. As longas travessias nos trechos Rio-Recife, Recife-Luanda, Luanda-Recife e Recife-Rio proporcionaram um bom período de adaptação a longos cruzeiros a todos os alunos participantes.
1969
Entre os dias 4 e 26 de janeiro, realizou viagem de instrução de Aspirantes junto com o CT Acre - D 10.
1973
1976
Em 28 de junho, depois de 24 anos servindo à MB, onde atingiu a marca 220.000 milhas navegadas, foi realizada a cerimônia de Mostra de Desarmamento e baixa, obedecendo ao Aviso Ministerial de 12 de abril de 1976. Numa rápida cerimônia que durou aproximadamente 15 minutos, presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) Almirante-de-Esquadra Gualter Maria Menezes de Magalhães, e que contou com a presença de dois ex-comandantes do navio, os ex-Ministros da Marinha Almirantes Paulo Bosísio (1º Comte.) e Sylvio Heck. Depois de ler o aviso de baixa, o Chefe do Estado-Maior da Armada procedeu aos arriamentos da bandeira e da flâmula de comando do navio. Em seguida foi lida a ordem do dia, rememorando o lançamento do cruzador ao mar e as missões de que participou.
1980
Em 5 de agosto, o casco do ex-Tamandaré foi arrematado em leilão pela empresa pelo valor de US$ 1.100.000, pela empresa Superwinton Enterprises Inc., com sede no Panamá que declarou que o destino do mesmo seria o porto de Hong Kong. No entanto, provavelmente por questões de mercado, a empresa proprietária contratou o reboque para Formosa, onde seria feito o desmonte. O Cruzador saiu da Baía da Guanabara a reboque do Rebocador "Royal" de bandeira filipina, da Luzon Stevedores Corp.
Em 23 de agosto ao se aproximar do sul da África o Rebocador "Royal" encontrou mau tempo, apresentando o casco do cruzador uma banda, que foi se acentuando apesar do reboque seguir a boa velocidade. Aproveitando a melhoria nas condições do tempo.
Aproveitando as melhores condições de tempo, com sacrifício, o navio foi visitado por uma turma de reparos que, utilizando-se de um lanchão, atracaram a contrabordo do cruzador no dia seguinte. Verificou-se haver muita água no segundo convés, mas não se pôde ir mais abaixo por falta de luz e por medo do forte balanço, que fazia bater muito o liquido existente na terceira coberta. Contudo, foram feitos os consertos até onde foi possível alcançar sem risco de vida. Feito isso, decidiram arribar em Capetown, rumando para aquele porto. Na noite de 24 de agosto de 1980, por volta das 22:22 hs, na posição de 38º'48's e 0lº24'w, o valente cruzador começou a submergir, sendo então largado o cabo de reboque. Por fim o glorioso Cruzador Tamandaré, ex-USS Saint Louis, afundou no Atlântico, repousando para sempre no fundo do mar.
O u t r a s F o t o s
R e l a ç ã o d e C o m a n d a n t e s
H i s t ó r i c o A n t e r i o r
B i b l i o g r a f i a
- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.245-246.
- Friedman, Norman. U.S. Cruisers: An Illustrated Design History. Annapolis, MD. United States Naval Institute, 1984.
- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 61 dez. 1966; n.º 644, fev. 1996.
- NavSource Naval History - www.navsource.org
- Cruzador Tamandaré - www.regobarros.eng.br/tamandare
- Revista Passadiço - Publicação do Centro de Adestramento Almirante Marques Leão. Niterói, Niterói, RJ, n.º 17, Ano XVIII, 1998, n.º 22, Ano XV, 2002.
- Revista O Anfíbio, do Corpo de Fuzileiros Navais, Rio de Janeiro, Ano XIX, N.º 18, 1999.
- Projeto de Digitalização de Documentos do Governo do Brasileiro - http://wwwcrl.uchicago.edu/info/brazil/pindex.htm
- Muniz, J. Jr. Presença da Marinha em Santos. 1ª edição. Santos. J. Muniz Jr. 1986.
- SDM - Serviço de Documentação da Marinha.
- Revista Marítima Brasileira, SDM, Rio de Janeiro, V120, n. º 4/6, abr/jun 2000
- Colaboração Especial do CMG (RRm) Egberto Baptista Sperling. |
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