1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

Cruzador Barroso - C 1

Classe Barroso

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 1895
Lançamento: 1896
Incorporação: 25 de agosto de 1896
Baixa: 1931

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 2.291 ton. (leve) e 3.446 ton. (carregado).
Dimensões: 107.9 m de comprimento, 100.58 m de comprimento entre pp., 13.10 m de boca, 7.65 m de pontal e 4.88 m de calado.

Blindagem: casco - de 0.75 a 4 pol.; torres principais - 4.5 pol.; convés - de 1.25 a 3.5 pol.
Propulsão: mista a vapor e vela; 4 caldeiras e turbinas Vosper Thornycroft, acoplados a dois hélices, gerando 15.000 hp.

Eletricidade: 3 geradores de 32 Kw.

Velocidade: 20 nós

Raio de ação: 3.130 milhas náuticas à 17 nós, ou 4.400 à 10 nós.
Armamento: 6 canhões de 152 mm, 4 canhões Armstrong de 120 mm, 10 canhões de 57 mm, 4 canhões de 37 mm de tiro rápido, 3 metralhadoras Nordenfelt de 7mm e 3 tubos lança-torpedos Whitehead de 18 pol.

Código Internacional de Chamada: PXZO(GBDN)(1)

Código Radiotelegráfico: BASOMAR(1)

Chamada Internacional Radio: SOB(1)

Distintivo Numérico: 85(1)

Tripulação: 307 homens.

 

H i s t ó r i c o

 

O Cruzador Barroso, foi o quarto navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao Almirante Francisco Manuel Barroso da Silva, Barão do Amazonas. Foi construído pelo estaleiro Armstrong Mitchell & Co., em Elswick, Newcastle-on-Tyne, Reino Unido, seguindo o desenho do projetista Philip Watts. Teve sua quilha batida em 1895, foi lançado ao mar em 1896 e incorporado e submetido a Mostra de Armamento em 25 de agosto de 1896. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Mar-e-Guerra Henrique Pinheiro Guedes.

 

A oficialidade de recebimento do Cruzador Barroso:

 

     - CMG Henrique Pinheiro Guedes – Comandante

     - CF ? - Imediato

     - CC ? - Chefe de Máquinas

     - CT ? - 2º Maquinista

     - CT ? - Enc. de Artilharia

     - CT (MD) ? - Medico

     - CT (Comissário) ? - Enc. do Material e Pessoal

     - CT ? - Enc. do Destacamento

     - CT ? - Enc. de Navegação

     - CT ? - Enc. de Torpedos

     - CT ? - Enc. de Sinais

     - CT ? – Enc. do Casco

     - 1º Ten. ? - Enc. da Eletricidade

     - 2º Ten. (Ph) ? - Farmacêutico

 

Haviam mais três navios da classe do Barroso, o Amazonas e o Almirante Abreu, que foram adquiridos pelos EUA, recebendo os nomes de USS New Orleans e USS Albany e mais um que foi comprado pelo Chile onde recebeu o nome de Ministro Zenteno. Foi o primeiro navio da Marinha do Brasil, a ter um sistema de radiotelegrafia.

 

Desempenhou diversas comissões, quase todas de caráter diplomático.

 

1898

 

Ilustração do Cruzador Barroso. (ilustração: Jane's 1898, via Pedro Caminha)

 

1900

 

Integrando a Divisão Branca, composta também pelo Encouraçado Riachuelo e pelo Cruzador Torpedeiro Tamoyo, conduziu o Presidente Campos Sales a Buenos Aires, em visita oficial à República Argentina.

 

1901

 

Em 2 de janeiro foi extinta a Divisão de Instrução e Criada a 1ª Divisão de Evoluções tendo como comandante o Contra-Almirante Carlos Frederico de Noronha e composta pelo Encouraçado Riachuelo, pelo Cruzador Barroso e Cruzadores-Torpedeiros Tupy e Tamoyo.

 

1902

 

Foi capitânia da Divisão Naval do Norte.

 

1906

 

Foi capitânia da Divisão Naval, que foi a Jacuacanga estudar a instalação, ali, de um porto militar quando se deu o desastre do Encouraçado Aquidabã.

 

1907-08

 

Fez viagem ao Pacifico, visitando o Chile, acompanhado do Encouraçado Riachuelo e do Cruzador Torpedeiro Tamoyo. Tomou parte também na famosa Revista Naval Internacional de Hampton Roads, nos Estados Unidos, acompanhando dos mesmos navios integrando um Grupo-Tarefa sob o comando do Almirante Duarte Huet de Bacelar Pinto Guedes. Foram escalados os portos de Recife, Barbados, St. Thomas, Hampton Roads, Norfolk, New York, Belém e Natal.

 

O Barroso em comissão ao exterior em 1907. (foto: via Rogério Cordeiro)

 

1908

 

Em abril, transportou de Montevideo para o Rio de Janeiro os restos mortais do Almirante Francisco Manuel Barroso.

 

1909

 

Em 5 de maio, chegou a Santos, capitaneando uma Divisão Naval composta pelo Cruzador Torpedeiro Tupy, e os Contratorpedeiros Pará - CT 2 e Piauí - CT 3. Conduzia a bordo o Presidente da Republica, Afonso Augusto Moreira Pena; o Ministro da Marinha, Almirante Alexandrino de Alencar; o Ministro da Guerra Marechal Hermes da Fonseca e demais autoridades em visita oficial a cidade, onde foi inaugurada nessa data a Escola de Aprendizes Marinheiros de Santos.

 

1913

 

Em 3 de janeiro, foi docado no Dique Guanabara do AMRJ na Ilha das Cobras.

 

Em 19 de maio, zarpou do Rio de Janeiro em Divisão com os Cruzadores-Torpedeiro Tupy e Tamoyo, em comissão ao sul, escalando em Buenos Aires de 24 a 27 de maio, em Montevideo de 28 de maio a 3 de junho, em Santa Catarina de 5 a 9 de junho, retornando ao Rio de Janeiro em 11 de junho. A Divisão, entrou a barra acompanhada pelos CT Amazonas, Alagoas, Santa Catarina, e Piauhy, que saiu no mesmo dia para receber as duas Divisões na chegada ao Rio de Janeiro. Todos esses navios entraram em formação em postos de continência a estatua do Almirante Barroso.

 

Em 12 de setembro, zarpou do Rio de Janeiro para exercícios com a Esquadra na Ilha de São Sebastião. Participaram do exercício, que foi assistido pelo Presidente da Republica, pelo Ministro da Marinha e comitiva, a bordo do Vapor Carlos Gomes, os E Minas Geraes, São Paulo, Floriano e Deodoro, os C Bahia e Rio Grande do Sul, os Cruzadores-Torpedeiros Tupy, Tamoyo e Tymbira, os CT Amazonas, Pará, Piauhy, Rio Grande do Norte, Alagoas, Parahyba, Sergipe, Paraná, e o Santa Catarina. Regressou ao Rio de Janeiro em 12 de outubro, tendo estado em Santos.

 

Entre 25 de outubro e 10 de dezembro, foi docado no Dique Guanabara da Ilha das Cobras, para substituição de 60 filhos de latão do fundo.

 

Em inspeção realizada nesse ano no Barroso, foram constatadas às más condições da pólvora empregada.

 

1914

 

Na primeira quinzena de janeiro, suspendeu do Rio de Janeiro, integrando a 3ª Divisão Naval junto com os C.T. Tamoyo, Tymbira e Tupy para exercícios com a Esquadra no litoral de Santa Catarina.

 

Na segunda quinzena de fevereiro retornou ao Rio de Janeiro, junto com a 3ª Divisão Naval.

 

1927

 

Sob o comando do CF Nogueira da Gama e a serviço da Diretoria de Navegação, realizou o Levantamento do porto de Vitória.

 

1929

 

Iniciou a Triangulação da Baía da Ilha Grande, concluída em 1930.

 

1931

 

Após 35 anos de serviço, foi submetido a Mostra de Desarmamento. Tambem serviu como Quartel de Marinheiros.

 

Os canhões Armstrong de 120 mm e Nordenfelt de 57 mm do Cruzador Barroso, foram instalados em Forte de Coimbra no Moto Grosso, na reforma ali ocorrida em 1907.

 

O u t r a s    F o t o s

 

O Cruzador Barroso. (foto: Janes Fightning Ships, via Pedro Caminha) O Cruzador Barroso, indo para mais uma comissão. (foto: ?, via Alte. Luiz Alberto da Costa Fernandes)O Cruzador Barroso, fundeado na Baía da Guanabara. (foto: Marc Ferrez) O Cruzador Barroso, fundeado na Baía da Guanabara. (foto: SDM) O Cruzador Barroso deixando o porto de Santos. Reprodução de cartão postal de M. Pontes & Co. (foto: reprodução coleção de Laire Giraud)

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CMG Henrique Pinheiro Guedes 25/08/1896 a __/__/18__
CF Henrique Aristides Guilhem __/__/191_ a __/__/191_
CF José Machado de Castro e Silva __/__/192_ a __/__/1926
CMG Manoel José Nogueira da Gama __/__/1927 a __/__/1930
CF Oscar de Sousa Espíndola __/__/1930 a __/__/1931

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.39-42.

 

- A Marinha por Marc Ferrez - 1880-1910 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil - 1986, Editora Index - VEROLME.

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 554, out. 1989.

 

- Confraria do Bode Verde - http://www.bodeverde.hpg.ig.com.br

 

- Forte de Coimbra - www.fortedecoimbra.hpg.com.br.

 

- Muniz, J. Jr. Presença da Marinha em Santos. 1ª edição. Santos. J. Muniz Jr. 1986.

 

- Relatório do Ano de 1913, apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro da Marinha Alexandrino Faria de Alencar em abril de 1914.

 

- Relatório do Ano de 1914, apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro da Marinha Alexandrino Faria de Alencar em abril de 1915.


(1) As designações dos distintivos não correspondem aos usados hoje.