1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

NE

N.R.P. Sagres - A 520

Classe Horst Wessel

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 1936
Lançamento: 30 de outubro de 1937
Incorporação (Kriegsmarine): 1º de fevereiro de 1938

Baixa (Kriegsmarine): maio de 1945

Incorporação (MB): 27 de outubro de 1948

Baixa (MB): 10 de outubro de 1961

Incorporação (MP): 2 de fevereiro de 1962

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 1.725 Ton (padrão), 1.940 ton (carregado).
Dimensões: 89,5 m de comprimento, 12 m de boca e 5,5 m de calado.
Propulsão: Diesel e Vela; 1 motor diesel MTW de 1.000 hp, acoplado a 1 eixo. Três mastros, sendo o maior com 45.1 m de altura.

Área Vélica: 1.935 m2 armado em barca.

Energia Elétrica: ?

Velocidade: máxima de 9 nós, com o motor diesel e até 18 nós com as velas.

Raio de Ação: ?

Armamento: 2 canhões de salva de 47 mm.
Sensores: 2 radares de navegação do Tipo Decca.

Código Internacional de Chamada: CTEC

Tripulação: 139 homens, sendo 9 oficiais, 17 sargentos, e 113 praças, mais 63 cadetes (51 masculinos e 12 femininos). 

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Navio-Escola N.R.P. Sagres - A 520, ex-Guanabara, ex-Albert Leo Schlageter, foi construído no estaleiro Blohm & Voss, de Hamburgo, Alemanha. No final de 1960 considerado inadequado para satisfazer as necessidades de treinamento da Marinha do Brasil, passou a servir como sede do Comando da Flotilha de Navios Patrulha. Nessa época Portugal procurava um veleiro para substituir o então NE Sagres, ex-Rickmer Rickmers, construído em 1896, em Bremerhaven, e por sugestão do Dr. Teotônio Pereira, após uma vistoria foi adquirido junto a MB, o NE Guanabara que deu baixa no dia 10 de outubro de 1961, e foi incorporado a Marinha da Republica Portuguesa em 8 de fevereiro de 1962, como o terceiro navio(2) a ostentar esse nome em cerimônia realizada no porto do Rio de Janeiro. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-Tenente Henrique Afonso da Silva Horta.

 

1962

 

Em 25 de abril, partiu do Rio de Janeiro, chegando à Lisboa em 23 de junho.

 

A entrada em serviço desse Navio-Escola teve como finalidade assegurar a formação marinheira dos cadetes de forma a complementar a formação técnica e acadêmica ministrada na Escola Naval, vindo a substituir uma outra unidade de mesmo nome.

 

O NE Sagres - A 520, é muitas vezes citado como Sagres II, quando na verdade esse é o terceiro navio escola a ostentar esse nome. O primeiro foi uma corveta de madeira armada em galera, construída em 1858, na Inglaterra. Fundeada no rio Douro serviu como navio escola para alunos marinheiros entre 1882 e 1898. O segundo Sagres, era o navio alemão Rickmer Rickmers que foi arrestado pelo Governo Português no porto de Horta, nos Açores em 1916 durante a 1ª Guerra Mundial. O Rickmer Rickmers foi construído em 1896, em Bremerhaven, e depois de seu arresto recebeu o nome de Flores, e foi colocado a disposição dos ingleses que o utilizaram para o transporte de material durante a guerra. Com o final da guerra, o veleiro foi devolvido a Portugal, terminando assim sua utilização como mercante. Em 1924, foi incorporado a Marinha Portuguesa como Navio-Escola.

 

1978-79

 

Realizou sua primeira circunavegação, via Canal do Panamá.

 

1983-84

 

Realizou sua segunda circunavegação, via Canal do Panamá.

 

1987

 

Entre fevereiro de 1987 e 1988 foi docado e submetido a um processo de modernização no Arsenal do Alfeite, desta forma não realizando a Viagem de Instrução de 1987.

 

1991-92

 

Foi mais uma vez modernizado no Arsenal do Alfeite, recebendo novos motores na forma de dois MTU 12V183 TE92 e um novo equipamento dessanilizador, desta forma não realizando a Viagem de Instrução de 1991.

 

1992

 

Participou da Regata Colombo, atravessando mais uma vez o Canal do Panamá.

 

1993

 

Foi instalado equipamento de ar condicionado, aumentando as condições de conforto no navio.

 

Ainda em 1993 passou pelo Cabo da Boa Esperança, fazendo escala na cidade de Capetown, África do Sul, e visitou o Japão pela terceira vez.

 

1998

 

Até esse ano, já havia visitado 45 países e 113 portos, perfazendo mais de 400.000 milhas náuticas de navegação e atravessado a Linha do Equador por 21 vezes.

 

2000

 

Participou das comemorações do V Centenário da Chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, realizando o percurso Lisboa - Rio de Janeiro em companhia de outros veleiros.

 

2007

 

Até 3 de abril de 2007, o navio havia atingido as seguintes marcas a serviço da Marinha Portuguesa: 112 comissões, 5428 dias de comissão, sendo 3382 de mar, 493.463 milhas navegadas, 49 paises visitas, 145 portos estrangeiros visitados e 23 passagens pelo Equador.

 

Entre os dias 04 e 27 de maio, o navio esteve empenhado nas comemorações do dia da Marinha – 20 de Maio, data em que se celebrou o aniversário da chegada de Vasco da Gama à Índia – efetuando um viagem pelo arquipélago dos Açores. Durante esta missão embarcam 63 elementos da Banda da Armada, os quais realizaram alguns concertos, em recintos fechados e ao ar livre. A primeira ilha visitada foi a do Faial (10 a 12 de maio), atracando o navio na cidade da Horta. Em seguida partiu para a ilha Terceira, onde permanecerá no porto de Praia da Vitória, de 13 a 16 de maio. E por fim o navio escalou na ilha de São Miguel, ficando em Ponta Delgada de 17 a 21 de maio.

 

No período de 29 de junho a 16 de outubro o navio efetuou Viagem de Instrução dos Cadetes do 2º ano da Escola Naval e participa em eventos no âmbito das comemorações do bicentenário do nascimento do Patrono da Marinha do Brasil.

 

Entre 29 de junho e 09 de setembro embarcam 49 cadetes (41 do sexo masculino e 08 do sexo feminino) do Curso “Vice-Almirante Pereira Crespo”, a bordo deste navio que, no presente ano, comemora o seu 70º aniversário desde que foi lançado ao mar e 45º ao serviço da Marinha Portuguesa.

 

A Viagem de Instrução teve como primeiro destino Cabo Verde, atracando em Mindelo (10 a 13 de julho), porto internacional mais visitado pelo navio (visitado 26 vezes). Seguiu rumo ao Atlântico Sul, demandando ao Brasil, escalando primeiro em Recife (25 a 29 de julho) e depois em Santos (08 a 11 de agosto). Continuando nas águas sul-americanas, o Sagres visitou os portos de Buenos Aires (19 a 23 de agosto), na Argentina, e Montevideo (24 a 28 de agosto), no Uruguai.

 

Integrado nas comemorações do Bicentenário do nascimento do Patrono da Marinha do Brasil “Almirante Tamandaré” o navio escalou no porto de Rio de Janeiro de 05 a 10 de setembro. Entre os vários eventos a realizados neste período é de salientar a “Parada Naval” realizada no dia 08 de setembro, a qual foi marcada pela presença de unidades de varias marinhas convidadas.

 

No regresso a Lisboa, após uma travessia de 27 dias, o navio visitou Santa Cruz de Tenerife (07 a 11 de outubro), nas Ilhas Canárias, antes de terminar esta viagem ao Atlântico Sul.

 

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CT Henrique Afonso da Silva Horta(1) 08/02/1962 a 29/09/1965
CF Daniel Farrajota Rocheta 29/09/1965 a 03/10/1969
CF José Fernando Ferreira da Costa 03/10/1969 a 14/11/1973
CF Eurico Serradas Duarte 14/11/1973 a 28/05/1974
CF José Fernando Ferreira da Costa 28/05/1974 a 05/05/1975
CMG Fernando Miranda Gomes 05/05/1975 a 15/11/1976
CF José Fernandes Martins e Silva 15/11/1976 a 21/01/1980
CF Engrácio Lopes Cavalheiro 21/01/1980 a 17/12/1980
CF Antônio Luciano Homem de Gouveia 17/12/1980 a 14/04/1986
CF José Manuel Castanho Paes 14/04/1986 a 06/10/1989
CMG José Manuel Malhão Pereira 06/10/1989 a 22/01/1993
CF José Armando Rodrigues Leite 22/01/1993 a 10/10/1995
CF Duarte José Cruz de Castro Centeno 10/10/1995 a 07/10/1998
CF Antônio Maya Dias Pinheiro 07/10/1998 a 04/09/2001
CMG António Carlos Vieira Rocha Carrilho 04/09/2001 a __/__/200_
CMG José Luís Pimentel Antunes do Vale Matos 25/10/2005 a __/__/200_

 

 

I m a g e n s

 

 

 

B i b l i o g r a f i a

- Baker III, A.D. Combat Fleets of the World 1998-1999. Annapolis, MD: Naval Institute Press, 1998.

- Marinha da Republica Portuguesa.


(1) O CT (Capitão-Tenente) na Marinha Portuguesa é o equivalente ao CC (Capitão-de-Corveta) na MB.

(2) O O primeiro foi primeiro foi uma corveta com casco de madeira, construída em 1858, na Inglaterra, que armava em galera. Fundeada no rio Douro serviu como navio-escola, para alunos-marinheiros, entre 1882 e 1898. O segundo foi o ex-Rickmer Rickmers, construído em 1896, em Bremerhaven, que durante a 1ª Guerra Mundial foi tomado por Portugal nos Açores, no porto da Horta, em 1916. Nessa altura foi-lhe então dado o nome "Flores" e posto à disposição dos ingleses que o utilizaram para transportar material de guerra. Após o final da guerra, o veleiro foi devolvido pela Inglaterra e terminou a sua utilização como navio mercante. Em 1924, é então incorporado na marinha portuguesa, como navio-escola. Esta razão explica o fato de, nomeadamente no estrangeiro, o atual N.R.P. "Sagres" ser muitas vezes apelidado, erradamente, de "Sagres II". Na realidade este é o terceiro navio com o nome "Sagres".