1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

Almirante

John Pascoe Grenfell

 

 

O Almirante John Pascoe Grenfell, era filho de John Granville Grenfell e de Dona Sofia Grenfell, nasceu em Battersea, no Condado de Surrey, Inglaterra, em 30 de setembro de 1800.

 

Aos onze anos de idade ingressou na Companhia Britânica das Índias Orientais, a serviço da qual fez diversas viagens à Índia. Em 1819 passou a servir como tenente sob as ordens de Thomas Cochrane, participando das lutas da Guerra de Independência do Chile, inclusive na ação de abalroamento do "Esmeralda", o último grande navio espanhol no Pacifico Sul, onde foi gravemente ferido.

 

Admitido na Marinha Imperial do Brasil, como 1º Tenente, em 21 de março de 1823; foi promovido a Capitão-Tenente em 2 de outubro de 1823; a Capitão-de-Fragata em 31 de janeiro de 1826; a Capitão-de-Mar-e-Guerra, em 18 de outubro de 1829; Chefe-de-Divisão em 1836; Chefe-de-Esquadra graduado em 25 de março de 1841; Chefe-de-Esquadra efetivo em 2 de dezembro de 1841; teve licença do governo ingles para conservar esse posto, ao serviço do Império do Brasil, em 14 de junho de 1846; foi promovido a Vice-Almirante em 3 de março de 1852 e a Almirante graduado em 12 de dezembro de 1862.

 

Foi transferido para a Segunda Classe em 9 de março de 1864.

 

Fez parte da Esquadra brasileira que bateu a portuguesa na Bahia em 1823; de que tomou o Maranhão e o Pará aos portugueses em 1823; pacificou Pernambuco em 1824 e o Pará em 1825.

 

Foi ferido gravemente no Pará em 1823.

 

Tomou parte na Campanha da Cisplatina, sendo ferido e sofrendo amputação do braço direito em 20 de agosto de 1826. Retornou para a Inglaterra para restabelecer a sua saúde, voltando ao Brasil em 1828. Em 1829 desposou Maria Dolores Masini em Montevideo, com quem teve vários filhos.

 

Fiscalizou a construção da Fragata a Vapor Afonso na Inglaterra em 1847.

 

Comandou os Brigues Maranhão e Caboclo; o Lugre Principe Imperial; a Corveta Maria Isabel ; as Fragatas Bahiana e Isabel; as Forças Navais estacionadas na província do Rio Grande do Sul (Guerra dos Farrapos), onde comandou a esquadra imperial na Batalha do Fanfa, à frente de dezoito navios de guerra, escunas e canhoneiras. A esquadra bloqueou o lado sul da ilha enquanto que as tropas sob o comando de Bento Manuel fechavam o cerco por terra. Ao final da batalha renderam-se ou foram capturadas várias importantes lideranças farroupilhas: Bento Gonçalves, Tito Lívio Zambeccari, Pedro Boticário, José de Almeida Corte Real, José Calvet, entre outros. Comandou também a Estação Naval do Sul e a Esquadra na Guerra contra Oribes e Rosas.

 

Foi Cônsul Geral do Brasil, em Liverpool, na Grã-Bretanha de 1846 e 1850 e de 1852 a 1862, retornando no intervalo dos dois periodos para participar da Guerra contra Oribe e Rosas, quando foi nomeado comandante-em-chefe das forças navais brasileiras na bacia do Rio da Prata, destacando-se na Passagem de Tonelero.

 

Obteve os seguintes galardões: Dignitário da Imperial Ordem do Cruzeiro, 1826; Comendador da Imperial Ordem da Rosa, 1845; e Grã-Cruz, efetivo dessa Ordem em 1852; Medalha de Ouro de Duplo Diâmetro da Campanha do Rio da Plata, 1852.

 

Faleceu na Grã-Bretanha em 20 de março de 1869.


- Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955.