1822 - NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS - Hoje |
Capitão-Tenente Antônio Carlos de Mariz e Barros
Nome
O NOME
O Capitão-Tenente Antônio Carlos de Mariz e Barros era filho do Almirante Joaquim José Inácio, Visconde de Inhaúma e de dona Maria José de Mariz e Barros, nasceu no Rio de Janeiro em 7 de março de 1835.
Foi Aspirante a Guarda-Marinha de 1849.
Fez na Corveta Baiana uma viagem ao Pacifico.
Oficial injustiçado por preterições, profundo desgosto marcava-lhe à vida nobre e sem mácula.
Comandou o Iate Paraibano, a Canhoneira Campista, as Corvetas a Vapor Belmonte e Recife e o Encouraçado Tamandaré.
Com o advento da Campanha do Uruguai, seguiu para o Teatro de Operações, conseguindo distinguir-se, sobremaneira, no assedio e capitulação da praça forte de Paissandu.
Encarregado de um setor no cerco de Paissandu, guarneceu, a mando do Almirante Tamandaré, a eminência da Boa Vista e, apoiado por um destacamento de cem praças do Primeiro Batalhão de Infantaria, comandado pelo Tenente Eduardo Emiliano da Fonseca, Mariz e Barros rompeu fogo magnífico fogo sobre o forte Sebastopol.
A 25 de março de 1866, uma parte da nossa esquadra combateu com o forte de Itapiru; os paraguaio, trouxeram à sirga uma chata que situaram defronte do Vapor Apa, em distancia que as balas de sessenta e oito o alcançassem facilmente. O fogo começou logo com tão boa pontaria sobre o navio brasileiro que algumas das balas caiam-lhe no costado, jorrando água no navio, outras passavam a duas braças por cima do toldo, e uma foi fazer grandes destroços.
Duas horas ou mais, assim continuaram, até que o Almirante mandou o Encouraçado Tamandaré, do comando de Mariz e Barros, e a Henrique Dias, comandante Jerônimo Gonçalves, ambos sob as ordens do Chefe Alvim, tomar a Chata ou destruí-la, batendo ao mesmo tempo o forte Itapiru se ele quisesse defende-la com seus fogos.
Os dois vasos brasileiros aproximam-se da Chata, quanto o fundo do rio permitia, saltam à praia onde os paraguaios encalharam a Chata, amarrando-a.
O Tamandaré avançou para o forte que tinha começado a atirar com peças de grosso calibre, mas que emudeceu logo; voltou depois para perto da chata, e ordenou que os escaleres a fossem tomar.
Os paraguaios só esperavam esse momento e, descobrindo uma força de oitocentos a mil homens que se haviam ocultado na mata, na margem do rio, romperam contra nossos escaleres um fogo vivíssimo.
Tiveram oportuna resposta, pois do Tamandaré e da Henrique Martins começou sobre a linha paraguaia um fogo de metralha, correndo os paraguaios a abrigar-se em um valo de antemão preparado, ou atirando-se ao chão.
Desde as dez horas da manhã até as quatro da tarde permaneceu o Tamandaré batendo-se contra o forte e a chata, sem grandes avarias e sem perda de gente; a essa hora, porém, regressando para seu lugar na linha de batalha, recebeu o encouraçado uma bala que, batendo numa cortina de correntes que protegia uma portinhola, penetrou na casamata, produzindo medonha catástrofe.
Trinta e quatro homens, entre oficiais e praças, foram vítimas do projétil e dos elos das correntes.
Mortos e completamente desfigurados, ficaram logo o Imediato do navio, 1º Tenente Vassimon, o Comissário Acioli, Escrivão Alboim e dez praças; mortalmente feridos o Comandante Mariz e Barros, o 1º Tenente Silveira e quatro marinheiros; feridos levemente, além de outros, os 2º Tenentes José Vitor de Lamare e Dionísio Manhães Barreto, que assume o comando do encouraçado.
Mariz e Barros, sofreu no mesmo dia a amputação da perna.
A Marinha para perpetuar-lhe a memória, deu seu nome a um Encouraçado adquirido na Inglaterra, ainda em 1866; a um Contratorpedeiro Líder de Flotilha e depois a um Contratorpedeiro adquirido nos EUA. - Andréa, Júlio.
A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias
memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955. |
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