1822 - NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS - Hoje |
Almirante Duarte Huet de Bacelar Pinto Guedes
O Almirante Duarte Huet de Bacelar Pinto Guedes, era filho do Major de Engenheiros Vicente Huet de Bacelar Pinto Guedes e de dona Mariana Xavier de Brito Huet de Bacelar, nasceu no Rio Grande do Sul, em 19 de fevereiro de 1852.
Aspirante a Guarda-Marinha de 1868.
Foi, um espírito de escol, uma ilustração invulgar, disciplinador, homem dotado de superior visão da época em que viveu.
De linhagem, fino, cavalheiresco, fidalgo no trato, nobre nas ações”.
Como 2º Tenente, pediu e obteve permissão para praticar nas oficinas de construção naval do Arsenal de Marinha. Essa praticagem e a especialização que mais tarde realizou na Europa, fizeram-no perito na arte da construção, o que lhe deu as incumbências da organização da Companhia de Forjas e Estaleiros, a de fiscal na construção e primeiro comandante do Encouraçado Floriano, e a de, por três vezes, Chefe da Comissão Naval na Europa.
No cargo de Oficial Encarregado da Navegação fez, na Corveta Vital de Oliveira, a Viagem de Circunavegação de 1879-1881, a primeira realizada por navio de guerra brasileiro.
No seu período administrativo, na Comissão Naval na Europa, foram lançados ao mar os Encouraçados Minas Gerais e São Paulo, dois Cruzadores e cinco Contratorpedeiros.
Na terceira gestão, foi lançado ao mar o Encouraçado Rio de Janeiro, cuja alienação a Inglaterra, redundou em sua prisão, por não se conformar com as razões alegadas pelo governo brasileiro.
Assistiu na França, por nomeação do governo, as experiências do canhão do Coronel de Bange e visitou na Inglaterra as fundições de artilharia, sempre procurando aperfeiçoar seus conhecimentos.
A solução dos vários problemas na Europa, problemas esses relacionados com as construções dos nossos navios de guerra, foi traço marcante da direção hábil do Almirante Huet de Bacelar.
“A escolha do sistema geral de telegrafia sem fios nos navios e a adoção desse processo de comunicação nos Contratorpedeiros foi devida pessoalmente aos seus esforços.”
Estudioso e educador exemplar, publicou vários trabalhos, dentre os quais se destacam: Tratado Elementar de Construção Naval e Os Canhões do Riachuelo e sua Transformação pelo Sistema Armstrong.
Exerceu, por nomeação do governo, o cargo de Governador do Pará, de março a junho de 1892, dominando com calma e energia o movimento revolucionário que tentara depô-lo e anular as eleições.
Possuía as seguintes condecorações: Cavaleiro da Ordem de Cristo, de Portugal; Oficial da Ordem da Coroa da Itália; Oficial da Ordem da Águia Vermelha, da Alemanha e Medalha Militar de Ouro.
Faleceu no Rio de Janeiro em 18 de fevereiro de 1919. - Andréa, Júlio. A Marinha Brasileira: florões de glórias e de epopéias memoráveis. Rio de Janeiro, SDGM, 1955. |