1822 - NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS - Hoje |
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E São Paulo Tipo Dreadnought Classe Minas Geraes
"Non Ducor, Duco" (1)
D a t a s
Batimento
de Quilha: 30 de abril de 1907
C a r a c t e r í s t i c a s
Deslocamento: 17.274 ton. (leve); 19.250 ton (normal) e 21.500 ton (máximo). Blindagem: casco - 229 mm à meia nau e 152 mm na
proa e na popa; torres principais - 229 mm na parte da frente e 203
mm nas laterais; convés - 51 mm. É dividido em 13 compartimentos
estanques transversais, até a segunda coberta. Sistema Bullivan
de rede metálica anti-torpédica, envolvendo o casco a
quatro metros da linha d'água e três metros do costado. Combustível: 2.750 toneladas de carvão distribuidas em 36 carvoeiras. Eletricidade: seis grupos de CC Elswick de 132kW, acionados por máquinas à vapor Elswick compound, verticais de dois cilindros; além de quatro máquinas frigorificas J.C. Hall que junto com nove aparelhos termo-tanques para ventilar por ar frio circulatório os paióis de pólvora sem fumaça. Velocidade: 19.6 nós de VM, 16.7 nós de VMM e 9.4 nós de VEC. Raio
de ação: 3.600 milhas náuticas à 19 nós ou 10.000 milhas náuticas à 10 nós. Sensores e Comunicações: cinco estações radio transmissores. Código Internacional de Chamada: PXSP (GBDC)(3) Código Radiotelegráfico: PAULOMAR(3) Chamada Internacional Radio: SNP(3) Distintivo Numérico: 83(3) Tripulação: 1.173 homens, dos quais 48 oficiais, 90 suboficiais e primeiros-sargentos e 1.035 praças.
H i s t ó r i c o
O Encouraçado São Paulo, foi o segundo navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao Estado e a Cidade de São Paulo. O São Paulo foi construído pelo estaleiro Vickers Sons and Maxim em Barrow-in-Furness, Inglaterra. Teve sua quilha batida em 30 de abril de 1907, foi lançado em 19 de abril de 1909, foi incorporado em 12 de julho de 1910. Foi seu primeiro comandante, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Francisco Gavião Pereira Pinto, logo substituído pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Francisco Marques Pereira de Souza.
O São Paulo fazia parte de um ambicioso plano de reaparelhamento naval iniciado pelo Ministro da Marinha Almirante Júlio César de Noronha, em 1904 e concretizado na gestão do Almirante Alexandrino Faria de Alencar. Era um dos navios mais poderosos do mundo na época de sua entrega, porém tornou-se rapidamente obsoleto devido à grande evolução da tecnologia naval no inicio do século XX.
A oficialidade de recebimento do Encouraçado São Paulo:
- CMG Francisco Gavião Pereira Pinto – Comandante(2) - CMG Francisco Marques Pereira de Souza – Comandante(2) - CF ? - Imediato - CF ? - Chefe de Máquinas - CF (Comissário) ? - Enc. do Material - CC ? - 2º Maquinista - CC ? - Enc. do Detalhe - CC ? - Enc. Geral de Artilharia - CC (MD) ? - 1º Medico - CT (MD) ? - 2º Medico - CT ? - Enc. de Navegação - CT ? - Enc. de Torre - CT ? – Enc. de Torre - CT ? – Enc. de Torre - CT ? – Enc. de Torre - CT ? – Enc. de Torre - CT ? – Enc. de Torre - CT ? – Enc. da Eletricidade - CT ? - Enc. do Destacamento - CT ? - Enc. de Torpedos - CT ? - Enc. de Sinais - CT ? - Enc. do Casco - CT (Comissário) ? - Enc. do Pessoal - 1º Ten. ? - Enc. de Telegrafia Sem Fio - 1º Ten. ? - Enc. de Embarcações - 1º Ten. (Ph) ? - Farmacêutico
1910
Na sua viagem para o Brasil, conduziu o Presidente eleito Marechal Hermes da Fonseca, de Cherbourg (França) para o Rio de Janeiro, tendo assistido na escala em Lisboa, à Proclamação da Republica em Portugal, no dia 5 de outubro.
Chegou ao Rio de Janeiro em 23 de outubro.
Em 22 de novembro, eclodiu a bordo do E Minas Geraes a Revolta da Chibata, liderada pelo João Candido Felisberto, praça da 40ª Companhia do Corpo de Marinheiros Nacionais, em protesto aos castigos corporais ainda vigentes na Armada. Essa rebelião atingiu vários navios da Esquadra, entre eles, o São Paulo e os C. Bahia e Deodoro. No São Paulo, foi morto o Américo Sales de Carvalho.
1913
Em 12 de setembro. partiu do Rio de Janeiro para exercícios com a Esquadra na Ilha de São Sebastião. Participaram do exercício, que foi assistido pelo Presidente da Republica ,pelo Ministro da Marinha e comitiva, a bordo do Vapor Carlos Gomes, os E Minas Geraes, Floriano e Deodoro, os C Barroso, Bahia e Rio Grande do Sul, os Cruzadores-Torpedeiros Tupy, Tamoyo e Tymbira, os CT Amazonas, Pará, Piauhy, Rio Grande do Norte, Alagoas, Parahyba, Sergipe, Paraná e o Santa Catarina. Regressou ao Rio de Janeiro em 22 de setembro, tendo estado na Ilha Grande e Santos.
Entre 13 de dezembro e 30 de dezembro, foi docado no DFlu Afonso Pena, para reparos, onde emassou as couraças; colocou corticina; cravou os olhais das adriças e as sapatas para os turcos; colocou dalas nos esbornaes do costado; colocou uma chada da plataforma da rede e teve seu fundo raspado e pintado.
O Estado-Maior da Armada apontava para a necessidade de uma direção de tiro mais moderna, estando o restante do navio em bom estado.
1914
Na primeira quinzena de janeiro, suspendeu do Rio de Janeiro, integrando a 1ª Divisão Naval junto com o E Minas Geraes e os Cs Bahia e Rio Grande do Sul para exercícios com a Esquadra no litoral de Santa Catarina.
Em 14 de fevereiro, retornou ao Rio de Janeiro, junto com a 1ª Divisão Naval interrompendo os exercícios prescritos pelo Estado-Maior da Armada no ano anterior, para recepcionar a Divisão Naval alemã em visita a Capital Federal.
1916
1917
1918
1918-1920
Em julho, iniciou reparos e modernização no Blooklyn Naval Shipyard. Segundo algumas fontes recebeu caldeiras Babcock & Wilcox a óleo combustível em substituição as caldeiras Armstrong a carvão, sendo que a troca parcial das mesmas ocorreu ainda no Rio de Janeiro, antes do navio seguir para os EUA. No Blooklyn Naval Shipyard, concluiu a troca das caldeiras, sofreu melhorias na direção de tiro e recebeu novos canhões AAé de 76 mm.
1920
1920-21
Sob o comando do CMG Tancredo de Gomensoro, conduziu os reis da Bélgica, de Zeebruge ao Rio de Janeiro, e na viagem de regresso para a Europa, e trouxe para o Brasil os restos mortais dos ex-Imperadores D. Pedro II e Teresa Cristina.
1922
Em 21 de fevereiro, realizou exercício de tiro real junto com o E Minas Geraes, contra o casco do ex-Paquete Alagoas.
Em 6 de julho, acompanhado do E Minas Geraes e do contratorpedeiro Paraná - CT 8 atacou o Forte de Copacabana rebelado, durante a chamada Revolução de 1922. O relatório do EGA - Encarregado Geral de Artilharia do São Paulo, descreve muito bem as ações do navio nesse dia.
1924
Recebeu a visita do Príncipe Umberto de Savoia, da Itália, durante sua viagem de visita a América do Sul, onde além do Brasil foram visitados a Argentina, Uruguai e Chile.
Durante a Revolução de 1924 levantaram-se em armas varias guarnições do Exército, em diversos estados, e algumas unidades da Marinha, na qual o levante do São Paulo foi um dos eventos de maior expressão. Em meio à revolta, em 4 de novembro, o Encouraçado, tomando por alguns Oficiais e Praças, suspendeu da Baía da Guanabara, avançando barra a fora, sob o fogo os Fortes de Santa Cruz e de Copacabana, ocasião em que tripulantes legalistas, feitos prisioneiros pelos revolucionários reagiram, nas cobertas, havendo troca de tiros, com feridos e um morto. O São Paulo seguiu no rumo sul, perseguido por quatro navios, até que, no dia 9 de novembro, entrou em Montevideo, com os insurgentes solicitando asilo.
1931
Em 7 de setembro, foi assinada a bordo pelo Presidente a autorização para obtenção de um novo Navio-Escola.
1934-1935
Realizou um grande período de reparos.
1935
Durante o ano capitaneou três exercícios de treinamento com a Esquadra completa.
Capitaneou uma Divisão composta também pelos Cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul, que conduziu o Presidente Getúlio Vargas e comitiva ao Plata em retribuição as visitas dos presidentes da Argentina e do Uruguai.
1942-45
Durante a 2ª Guerra Mundial, participou da Defesa Local servindo como bateria flutuante, fundeado na barra do porto de Recife, retornando ao Rio de Janeiro em 1945.
1947
Em 2 de julho de 1947, pelo Aviso n.º 1618-A, o E. São Paulo foi passado para a reserva.
1951
Deu baixa definitiva.
Foi vendido como sucata e seguindo à reboque para Inglaterra em 1º de novembro, para ser desmontado, porém, na noite do dia 6 de novembro de 1951, a cerca de 150 milhas ao norte de Azores, o casco soltou-se dos cabos que o ligavam aos rebocadores, devido ao mau tempo, perdendo-se na escuridão, terminando por afundar em local desconhecido levando consigo sua ultima tripulação composta de oito homens que eram responsáveis pela manutenção dos cabos de reboque.
O u t r a s F o t o s
R e l a ç ã o d e C o m a n d a n t e s
B i b l i o g r a f i a
- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.236-237.
- Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro - SGDM, n.º 01/03, jan./mar. 2001.
- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SRPM, n.º 668, dez. 1997.
- SDM - Serviço de Documentação da Marinha, Rio de Janeiro, pesquisa realizada em 1990.
- Tavares, Aurélio de Lyra. Nosso Exército - Essa Grande Escola. 1ª edição. Rio de Janeiro, Bibliex, 1985.
- Anotações pessoais de Paulo de Oliveira Ribeiro.
- Boiteux, Lucas Alexandre. Das Nossas Naus de Ontem aos Submarinos de Hoje.
- Relatório do Ano de 1913, apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro da Marinha Alexandrino Faria de Alencar em abril de 1914.
- Relatório do Ano de 1914, apresentado ao Presidente da Republica dos Estados Unidos do Brasil pelo Ministro da Marinha Alexandrino Faria de Alencar em abril de 1915. (1) O lema e o brazão do São Paulo - "Non Ducor, Duco" (não sou conduzido, conduzo), é o mesmo da cidade e foram herdados pelo "novo" Navio Aeródromo São Paulo. (2) O CMG Francisco Gavião Pereira Pinto, foi o primeiro comandante nomeado para o São Paulo, sendo logo substituido pelo CMG Francisco Marques Pereira de Souza. (3) As designações dos distintivos não correspondem aos usados hoje. |
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